segunda-feira, 22 de julho de 2013

Mudanças do Governo na Itália - Mussolini detido






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Itália em julho de 1943


A destituição e prisão de Mussolini


“Mas o infortúnio militar [das forças italianas] não cessou. Em 15 de fevereiro de 1942, milhares de soldados italianos foram enviados à frente oriental para colaborar com os alemães. Eles sofreram as consequências de seu equipamento inadequado para suportar as terríveis condições do front russo. A série de fracassos, que culminou com o desastre da guerra no deserto [após a vitória Aliada em El Alamein], derrubou o moral de Mussolini no final de 1942, a ponto de ele enviar Ciano em seu lugar para encontrar-se duas vezes com Hitler e ficar 18 meses sem se dirigir ao povo italiano, em contraste com sua até habitual loquacidade.


Em 7 de abril de 1943, pouco depois da derrota em Stalingrado (2 de fevereiro de 1943), na qual milhares de soldados italianos foram mortos ou feitos prisioneiros, Mussolini reuniu-se com Hitler no palácio de Klessheim, em Salzburgo, e propôs a assinatura de um armistício com a União Soviética para que o Eixo pudesse concentrar todas as suas forças em outras frentes. O ditador alemão rejeitou a proposta completamente. Em 9 de julho de 1943, as tropas britânicas e norte-americanas desembarcaram na Sicília. A iminência da derrota derrubou o moral do Partido Nacional Fascista e o prestígio de Mussolini. No dia 16, Dino Grandi, presidente da Camera dei Fasci e dele Corporazioni, o Parlamento da Itália fascista, e um grupo de líderes do partido solicitaram a convocação do Grande Conselho do Fascismo, que não havia se reunido uma única vez nos últimos quatro anos. Três dias depois, Mussolini e Hitler encontraram-se na cidade de Feltre, no noroeste da região de Vêneto, enquanto os Aliados bombardeavam Roma. O Grande Conselho do Fascismo reuniu-se em 24 de julho e considerou ser necessário que Mussolini renunciasse a todos os seus cargos. O conselho era de natureza apenas consultiva e não tinha capacidade de destituir o Duce, que fora nomeado pelo rei. Mas o destino de Mussolini e de seu partido estava selado.


O Duce solicitou um encontro com o rei Vítor Emanuel III, que o recebeu durante vinte minutos. O rei, que tinha sido um de seus admiradores entusiásticos, comunicou-lhe que ele se tornara um obstáculo para a reorganização interna e para uma nova postura diante da guerra. Mussolini não aceitou esses argumentos, e o rei respondeu que tinha decidido substituí-lo pelo general Badoglio. Acrescentou que não havia motivos para Mussolini preocupar-se, porque sua integridade seria garantida. Mussolini protestou e deixou a sala, sem que o rei fizesse caso.


A prisão inesperada


Mussolini surpreendeu-se, pois seu carro tinha desaparecido e, em seu lugar, havia uma ambulância da Cruz Vermelha. Tudo fora cuidadosamente preparado: 200 carabinieri (membros da força policial italiana) ocuparam o palácio e um oficial obrigou-o a entrar na ambulância, acompanhando-o com outros quatro homens até um quartel. Ali, Mussolini permaneceu por uma hora, até ser transferido para outro, onde ficou detido sob a guarda de sentinelas.


Na terça-feira, 27 de julho, ele foi levado para a fortaleza de Gaeta, de onde foi conduzido pelo general Polito para a pequena ilha de Ventotene. Nesse local, ficou sob a vigilância de 50 policiais e outros tantos carabinieri. No dia 29, foi levado em um contratorpedeiro para a ilha de Maddalena. Depois de um mês, um hidroavião da Cruz Vermelha conduziu-o até o lago Bracciano, de onde foi levado por uma ambulância para o monte Gran Sasso, onde foi acomodado em um pequeno hotel para esquiadores, rigorosamente vigiado.


[...]
O poder organizado por Mussolini ruiu, mas sua história pessoal ainda não tinha chegado ao fim.” [pp.28-30]


Fonte: Coleção 70º aniversário da 2ª guerra Mundial, v. 19. 1943 – Hora da Virada: Aliados desembarcam na Itália . Trad. Fernanda Teixeira Ribeiro e Mario Miguel Fernandez Escalera. São Paulo: Abril Coleções, 2009.






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