quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

A Transferência da Indústria Soviética




A Transferência da Indústria Soviética


“Um dos maiores feitos de Stalin como líder soviético foi avançar a industrialização em massa de seu país, embora esse sucesso tenha ficado para sempre maculado pelo enorme custo humano necessário para atingi-lo.


Os líderes comunistas sabiam que uma das causas primárias do fracasso da Rússia na I Guerra Mundial tinha sido a falta de um parque industrial para fornecer o armamento de guerra necessário para lutar em um conflito moderno. Outras nações europeias haviam temido a magnitude do exército russo durante o século XIX, mas, conforme a I Guerra Mundial se desenrolou, ficou evidente que as tropas russas eram mal-equipadas. A intervenção Aliada na Rússia em 1918-19 e a clara ameaça à sobrevivência do regime bolchevique convenceram os líderes soviéticos de que era preciso criar uma vasta rede industrial para garantir que, no futuro, o exército tivesse o equipamento apropriado no campo de batalha.


O programa de industrialização foi grandioso e cuidadosamente pensado. A proclamada cidade de Magnitogorsk serviu como exemplo da escala do processo de industrialização. Em 1928, a cidade tinha meros 25 habitantes; quatro anos mais tarde, depois que o local foi escolhido como ponto para uma nova cidade industrial, havia 250.000 pessoas vivendo lá.

A maior parte da indústria de base pesada da União Soviética localizava-se em lugares longínquos, no leste dos Montes Urais, na Sibéria ou na Ásia Central, com a vantagem de estar bem longe do alcance dos ataques aéreos alemães quando a guerra teve início.


Com a indústria leve era diferente, pois grande parte desse setor estava dentro dos limites de um exército invasor. Assim que a guerra começou, em 1941, o Comitê de Defesa do Estado Soviético organizou um êxodo em massa de indústrias e trabalhadores, evacuando setores inteiros das fronteiras ocidentais para o interior da União Soviética. Embora tenha havido uma interrupção natural na produção dessas indústrias conforme elas se mudavam, uma vez restabelecidas elas começaram a produzir armamentos de guerra em grandes quantidades. A força de trabalho era sustentada pela convocação de mulheres, crianças e idosos para substituir os homens em idade de se juntar ao exército – já em 1941, apenas poucos meses depois da invasão alemã, 70% da força industrial de Moscou eram de mulheres.


Uma vez que as indústrias foram realocadas com sucesso, a taxa de produção aumentou dramaticamente. Embora os russos tivessem acesso a apenas um terço do aço e do carvão disponíveis para a Alemanha em 1942, suas fábricas produziam duas vezes mais material de guerra. Uma das principais vantagens da indústria russa estava no fato de que muitas fábricas tinham capacidade de produção dupla: a maior parte da jornada de trabalho era destinada a materiais necessários para a agricultura e outros aspectos da produção industrial, com o resto do tempo voltado ao material de guerra, como tanques e rifles. Quando a guerra teve início, as fábricas simplesmente reverteram a proporção de cada produto – uma fábrica de trator, por exemplo, produzia tantos tratores quanto tanques na época de paz, na proporção de 80 para 20 a favor dos tratores. Com a guerra, a taxa foi invertida, com 80 % da produção destinando-se aos veículos de batalha.”

pp. 111-114 (itálicos meus)



fonte: JORDAN, DAVID e WIEST, ANDREW . Atlas da II Guerra Mundial. Volume II de III. São Paulo: Ed. Escala, 2008. Trad. Tatiana Napoli.




seleção: Leonardo de Magalhaens


alguns
posters soviéticos em


quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Ataque Japonês a base de Pearl Harbor - 1941





1941

Guerra no Pacífico

Pearl Harbor




"Nos dias em que a ofensiva alemã se detém às portas de Moscou, o
Pacífico se torna o novo teatro do conflito. Com pontual sincronia, o
governo americano envia para Tóquio uma proposta de acordo que
mais uma vez exige o abandono da China e que é julgada inaceitável
pelo Conselho da Coroa. Antes de ceder às pressões de um aliado
que lançou a operação Barba-Roxa [Operação Barbarossa] sem sequer consultá-lo, e que agora se apressa em reivindicar sua intervenção
na frente oriental russa, no dia 7 de dezembro de 1941 o Japão
desencadeia a guerra no Sudeste Asiático e no Pacífico e ataca de
surpresa a frota americana ancorada em Pearl Harbor, no Havaí.


Se para os japoneses é um fulgurante sucesso, para a América é
o "dia da infâmia". No dia seguinte, os Estados Unidos e a
Grã-Bretanha declaram guerra ao Japão. No dia 11 de dezembro
Hitler e Mussolini, embora a condição do Japão como país agressor
não seja contemplada pelo pacto tripartite, declaram guerra aos
Estados Unidos.


A guerra se torna mundial. Os Estados Unidos são envolvidos em
um conflito em dois oceanos, ainda que o Atlântico norte permaneça
o centro de gravidade do sistema anglo-americano de defesa estratégica.
As potências ocidentais ficarão empenhadas em frentes muito distantes
entre si, mas os Estados Unidos arcarão com o ônus principal da
guerra na Pacífico. A União Soviética - fiel a seu pacto de neutralidade firmado com o Japão - pode concentrar todos os seus recursos humanos
e materiais contra o Terceiro Reich e, no decorrer do conflito, combaterá sempre em uma única frente. doravante será o desenvolvimento de três grandes campanhas que vai determinar a sorte do conflito: as operações aeronavais no Pacífico e na Ásia meridional, a guerra terrestre na
frente russa e a ofensiva submarina alemã no Atlântico norte.

Os alinhamentos da Segunda Guerra Mundial, portanto, se delineiam
de modo definitivo. De um lado, as potências do pacto tripartite (mas,
de fato, apenas Alemanha e o Japão, uma vez que a Itália jamais constituirá , no curso do conflito, uma potência em condições de combater de forma autônoma); de outro, a coalização entre Grã-Bretanha, Estados Unidos e União Soviética, que registra uma significativa lacuna: o Japão não é,
de fato, o inimigo comum de americanos e soviéticos e, ao mesmo
tempo, entre Moscou e Tóquio não haverá qualquer estado de guerra
até agosto de 1945." pp. 121 e 123

"Pearl Harbor: Um triunfo japonês?”

O plano de ataque do almirante Isoroku Yamamoto conta com a grande vantagem da surpresa para destruir a frota americana no Pacífico.
Protegida por nuvens e fortes chuvas e mantendo um rigoroso silêncio
no rádio, a formação japonesa sob o comando do vice-almirante Chuiki Nagumo (seis porta-aviões, dois couraçados, dois cruzadores pesados, 
um cruzador leve, nove destroieres, três submarinos e oito entre navios
de apoio e petroleiros) toma posição 250 milhas ao norte de Pearl Harbor.
A bordo dos porta-aviões há 392 aparelhos entre contratorpedeiros, caças e bombardeiros. A operação Z (código içado no mastro para sinalizar ao almirante Togo a ordem de atacar a frota russa na batalha de Tsushima,
em maio de 1905) dispara no dia 7 de dezembro de 1941. às 7h49 da
manhã de um tranquilo domingo, uma impressionante chuva de fogo
se abate do céu sobre os navios americanos na base de Pearl Harbor.
A primeira onda de ataques (181 contratorpedeiros e bombardeiros
decolaram dos porta-aviões escoltados por caças Zero) destrói ou
inflige graves danos aos couraçados Utah, Arizona, Oklahoma e
California.

Apesar das sinalizações dos radares, os americanos são colhidos de
surpresa. A segunda onda (180 aviões) chega duas horas depois e
destrói 11 unidades navais menores. mas é perdida uma ocasião única,
porque três porta-aviões americanos estão longe da base e um está em reparos na Califórnia.

Além disso, os japoneses não destroem o arsenal da marinha e os
depósitos de combustível (equivalente nesse momento a todas as
reservas de que dispõe o Japão). A ilha de Cahu, onde estão os depósitos,
não é ocupada, porque as tropas terrestres japonesas estão empenhadas
nas operações que começam simultaneamente nos mares do sul. Os
cinco submarinos suicidas, que têm a tarefa de afundar o resto da
frota da base, são destruídos. Apenas 29 aviões japoneses são abatidos.
Em menos de duas horas, grande parte da frota americana do Pacífico
é posta fora de combate. O balanço das perdas americanas é desastroso:
três couraçados afundados e seis gravemente danificados, cinco
cruzadores postos fora de combate, 188 aviões destruídos ou
danificados. é uma humilhação sem precedentes na história dos
Estados Unidos. A frota do Japão volta para a pátria sem ser
incomodada e é dona do Pacífico ocidental." p. 124





fonte: FIORANI, Flavio.
História Ilustrada da II Guerra Mundial. Volume 2. Larousse, 2009. trad. Ciro Mioranza.

Diplomacia e Guerra



"Uma conferência realizada a 4 de dezembro estabeleceu que a última
nota diplomática do Japão aos Estados Unidos - cortando as relações e,
com efeito, declarando guerra - deveria ser coordenada com as
necessidades do alto comando. A última comunicação deveria chegar
a Washington nem cedo demais, nem tarde demais, tendo em vista as projetadas operações militares dos japoneses. o mais importante agora, observou um conferencista, "é vencer a guerra'.

Enquanto o Ministério do Exterior japonês trabalhava na longa notificação final aos Estados Unidos, as forças de ataque do exército e da marinha japonesa estavam tomando posição no Pacífico Sudoeste e no Pacífico
Central. quando o governo americano, a 2 de dezembro, pediu uma
explicação para a concentração de unidades japonesas na Indochina,
os porta-vozes de Tojo responderam, no dia 5, que movimentos de
tropas haviam sido feitos por ter sido constatada atividade nacionalista chinesa na fronteira norte do Vietnã, mas que os informes sobre tais movimentos eram exagerados.

Contudo, o Presidente Roosevelt não podia ignorar as agourentas informações, passadas pelo Serviço de Inteligência,de que os
japoneses estavam rumando para a Tailândia e Malásia, e outra áreas.
Por conseguinte, o chefe do Executivo americano despachou uma
mensagem pessoal ao Imperador do Japão, no dia 6 de dezembro,
pedindo uma retirada de forças da região da Indochina e a
neutralização de toda a zona.

Se Roosevelt acalentava esperanças de sucesso, ou se enviara a mensagem simplesmente para fins de registro, não vem ao caso. a mensagem foi arbitrariamente retida pelo exército japonês, durante dez horas, em Tóquio, e o Ministro do Exterior, Togo, só a viu depois da meia-noite de 8 de dezembro (hora do Japão), quando Grew finalmente lhe entregou uma cópia. Depois de mandar verter o comunicado para o idioma japonês e de providenciar uma audiência imperial com Kido, o MInistro do Exterior foi ao encontro de Tojo.

[...]

Quando o Ministro do Exterior conseguiu avistar-se com Kido e ser
recebido pelo Imperador (às 03h15), retornando a sua residência oficial.
Pearl Harbor já havia sido atacada. assim, a resposta à mensagem de Roosevelt só chegou a Washington a 10 de dezembro. Mas, como é sabido,
a embaixada japonesa nos Estados Unidos complicara as coisas ainda mais,
ao entregar a notificação final a Hull com uma hora e vinte minutos de
atraso, no dia 7 de dezembro (hora de Washington) - uma hora depois do ataque japonês (08h, hora local). o fato de que o setor de comunicação
do Serviço de Inteligência americano já interceptara e decifrara o texto
da última nota não absolve a equipe japonesa que negociava na capital americana da acusação de negligência, fato que o próprio Ministro do Exterior, mais tarde reconheceu. sendo informado por transmissões radiofônicas americanas sobre a suposta duplicidade japonesa ao atacar militarmente enquanto as negociações diplomáticas ainda prosseguiam ,
o Ministro do Exterior notificou Tojo, que ficou atônito. Sua primeira
reação foi imaginar que os americanos haviam adiado deliberadamente
a entrega do fatídico telegrama.

A despeito das confusões surgidas nos últimos momentos, certa sensação
de anticlimax se abateu sobre as hostes nipônicas na última semana antes
do ataque a Pearl Harbor. na verdade, togo usa a palavra 'despreocupação' para descrever a atitude do alto comendo depois de se haver decidido pela guerra. meses antes, Tojo falara a Konoye da necessidade de se fazer, um
dia, um salto desesperado do alto do templo Kiyomizu. agora o Japão, com Tojo à frente, dera exatamente aquele salto, muito embora, como disse Thoreau, certa feita: 'Seja uma característica da sensatez não fazer coisas desesperadas.' mesmo naquela época - em fins de novembro de 1941 - o Primeiro-Secretário da embaixada japonesa em Washington (Terasaki) admitira em particular que 'o Japão, como qualquer outra nação
empenhada numa guerra prolongada, é psicologicamente 'anormal' e
está um 'pouco fora' do seu raciocínio'. a observação aplicava-se a
Hideki Tojo e a seus conterrâneos, quando do início da catastrófica

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Front Oriental - Odessa / Moscou - fim de 1941



 Front Oriental - Eastern Front


Avanço das tropas no Front Sul

Kiev – Odessa


“A batalha de Odessa, como acontecia com muitos cercos, viria a transformar-se num caso separado. Em seus primeiros momentos, contudo, teve um efeito crítico sobre a luta em geral na frente de Budenny, pois a decisão do Stavka de concentrar forças dentro das suas linhas representaria sérias dificuldades para a defesa do Bug e do Dnieper.

O fato era ainda mais sério porquanto, no mesmo instante,permanecia desguarnecida, outra brecha que se se abrira ao norte de Kiev, por volta de meados de julho, quando as Frentes Central e Sudoeste começaram a separar-se sob a pressão alemã. Kiev, uma vez que a mais importante concentração de tropas russas, em toda a frente de batalha, encontrava-se entre o Báltico e o Mar negro, estava tentadoramente vulnerável a um cerco duplo.

Stalin e o Staka, que não desconheciam o risco que corriam de serem isoladas as Frentes Central e Sudoestem, determinaram a criação, a 16 de agosto, da nova Frente de Bryansk, para fechar a brecha entre as duas. O comando da Frente criada foi entregue ao General Yemerenko, embora recebesse apenas dois exércitos de infantaria, mais a promessa de outros que já haviam enfrentado o inimigo.

Entrementes, o Stavka concedeu a Budenny a permissão que há dias vinha pedindo para retirar todas as suas unidades da margem oeste para a leste do Dnieper. O 37º Exército ficaria em Kiev, enquanto o 5º Exército, finalmente liberado da sua vigília no Pripet, e o 14º Exército, uma formação composta de unidades já cansadas de lutar, recebiam ordens para formas uma frente ao longo da linha Kharkov-Konotop-Chernigov, como precaução adicional contra qualquer tentativa dos alemães de penetrar a brecha entre os Comandos Central e Sudoeste.


Essa ameaça estava em curso, pois Guderian, que já redeslocara seu Panzergruppe para um eixo mais meridional, estava pronto pra dirigi-lo rumo a Kiev. Mas, no mesmo dia em que Guderian deixara o Q-G de Hitler, malograda a tentativa de convencê-lo a avançar contra Moscou. Stalin informou a Yeremenko sobre a importância que o Stavka dava ao contra-ataque que ele iria desfechar. Stalin falou-lhe dos novos equipamentos que lhe seriam enviados: vários batalhões de tanques T-34 e alguns dos novos foguetes Katyusha, um morteiro de vários canos que disparava projeteis leves, estabilizados por aletas e dotados de grandes ogivas explosivas. A dissolução da Frente Central, a 25 de agosto, contribuiu com mais dois exércitos para sua ordem de batalha, os 13º e os 21º. Infelizmente, essa dissolução levou Yeremenko a crer que também era responsável pela defesa dos caminhos que levavam a Moscou – uma advertência ambígua de Shaposhnikov, o Chefe do Estado-maior, quanto às intenções alemãs, encorajou-o a crer nisso – o que fez que dividisse a força que tinha sob sua direção, enviando a melhor parte da mesma ao que viria a ser uma frente completamente passiva.”

“Na última semana de agosto [1941], portanto, todos os indícios indicavam o cerco iminente de Kiev pelos alemães e, realizado o cerco, uma catastrófica derrota russa na Frente Sul. Mas Stalin continuava rejeitando todas as sugestões para que se retirassem as tropas da região ameaçada antes que fosse tarde demais, ou mesmo para que se deslocassem para posições mais defensáveis. Ao contrário, ele procurou aumentar a guarnição da capital ucraniana, até mesmo com o sacrifício de setores mais sensíveis da frente. Como resultado desta sua determinação, quase um milhão de homens cairiam em mãos alemãs ou escapariam delas por um triz.”


pp. 97, 99, 101


“De importância militar muito maior foi a iniciativa do 11º Exército de Rundstedt, então comandado pelo General von Manstein (que se tornaria muito conhecido dos russos), que pôde fustigar o estuário do Dnieper, entre 21 e 29 de setembro, e avançar até a garganta da península da Crimeia. Este avanço ameaçou derrubar todas as defesas russas dos rios meridionais – Donetz e Don – e dos seus grandes centros industriais. Impunha-se então, como problema estratégico importante, saber se Hitler encorajaria Rundstedt a prosseguir na direção que levava, ou se ele ouviria os argumentos favoráveis à renovação do ataque no centro ou no norte. Kharkov? Moscou? Leningrado? A decisão sobre as operações contra esta última cidade,o mais palpável de todos os objetivos entregues a um comandante alemão, vinham-se mostrando tão difíceis quanto quaisquer outras que Hitler tivera de tomar durante toda a campanha, e até então ainda não chegara a uma solução satisfatória do 'problema de Leningrado'. E este continuaria destorcendo o raciocínio estratégico de Hitler.” p. 111



Fonte:  KEEGAN, John. Barbarossa – a invasão da Rússia. RJ: Renes, 1974. trad. Edmond Jorge


mais info sobre a invasão da Rússia

A batalha de Odessa (1941)

os lança-foguetes Katyusha



filmes russos

Контрудар (1985) - Counter-strike – Counter-blow

...

Avanço alemão rumo a Moscou


(Operação Tufão [Typhoon] )



“Visto no contexto mais amplo da Segunda Guerra Mundial, o fracasso em derrotar a União Soviética em quatro ou cinco meses assinalou o fim da Blitzkrieg.

Dos pontos de vista político, econômico e militar, Hitler subestimara a União Soviética. Em 1939 ele considerara “realização digna de um estadista” o fato de a Alemanha só ter de lutar numa frente, mas agora a guerra em duas frentes se tornara uma realidade, tal como a Alemanha experimentara antes, em 1914-1918. Era evidente que os aliados de Hitler estavam desiludidos e que nas áreas ocupadas a resistência às forças de ocupação aumentava. A Turquia, que Hitler gostaria de ter visto participando na “sua guerra”, continuou de lado, na expectativa. Enquanto a resistência aliada a Hitler recebia considerável impulso, a Inglaterra, em particular, soube aproveitar a trégua tão necessária para promover seus preparativos militares e desenvolver suas alianças. A União Soviética podia contar com as Potências Ocidentais e lançar todo o seu peso contra a Alemanha. Além disso, desde 7 de dezembro de 1941, quando o Japão atacou Pearl Harbor, os portos do grande arsenal da democracia estavam abertos aos líderes da União Soviética.

A batalha às portas de Moscou, no inverno de 1941-1942, é considerada, acertadamente, como uma das mais decisivas da Segunda Guerra Mundial. Ela foi o último ato retardado no desígnio alemão de derrotar a Rússia. O que quer que Hitler empreendesse a partir desse momento, só poderia representar o adiamento de sua derrocada final.”


fonte: Segunda Guerra Mundial. Ed. Codex, 1966.


mais info sobre a Operação Typhoon




A Defesa de Moscou




Operação Tufão


Soviéticos em contra-ataque
param a ofensiva alemã em 5 de dezembro



fonte: JORDAN, DAVID e WIEST, ANDREW . Atlas da II Guerra Mundial. Volume II de III. São Paulo: Ed. Escala, 2008. Trad. Tatiana Napoli.



            “Em 6 de setembro de 1941, Hitler emitiu a Diretiva nº 35, tornando Moscou o próximo objetivo. A maior parte das forças panzer (tanques alemães) se concentraria no Grupo de Exército de Centro, mas levaria o resto do mês para que elas se reagrupassem. O conceito por trás da Operação Tufão era conhecido. As forças armadas penetrariam profundamente nas linhas inimigas, circulando as forças soviéticas, que seriam então destruídas pelas unidades de infantaria. Parecia bastante simples, mas as condições na Rússia eram problemáticas. As chuvas de outono tinham tornado a rede de estradas russas inacessível, o que, por sua vez, impossibilitava uma ação rápida das forças armadas – e mesmo o sistema de transportes a cavalo do qual o exército alemão dependia era dificultado. Haveria uma breve oportunidade de ação entre o fim das chuvas e o início do inverno, mas isso não ajudava muito os alemães: o plano de ataque se baseava na suposição de que os russos teriam apenas 60 divisões de exército naquela altura, quando na verdade eles tinham 212 (ainda que menos de 100 pudessem ser consideradas totalmente operantes).

            Além das vantagens conseguidas pelos soviéticos graças ao clima, a convicção de Stalin de que o Japão era muito mais propenso a atacar os EUA do que a União Soviética lhe deu confiança o suficiente para remover algumas de suas divisões mais experientes do Extremo Oriente. O Marechal Georgy Zhukov, que havia sido exonerado do ponto por Stalin e exilado no leste, recebeu o comando de batalha para Moscou.

            Nos primeiros dias da Operação Tufão, os alemães tiveram considerável sucesso. No entanto, a resistência russa permaneceu determinada e começou a contra-atacar. No início de novembro, o OKW foi forçado a admitir que não conseguiria tomar Moscou ou derrotar a União Soviética antes da chegada de 1942. Para piorar, os russos tinham poupado nove divisões reservas e lançaram uma contra-ofensiva no início de dezembro. A reação mais razoável foi o recuo das forças alemãs; Hitler, no entanto, ficou indignado e demitiu os três comandantes do Grupo de Exército, além de afastar vários outros.

            Sem conseguir acompanhar o cronograma planejado para o ataque, os alemães procuraram revigorar a Operação Tufão em 4 de dezembro de 1941, sem saber que os russos definiam os toques finais de seu plano de contra-ataque.

            No dia seguinte, forças soviéticas começaram a se deslocar na Frente de Kalinin, enquanto as últimas preparações eram feitas nas frentes oeste e sul para iniciar as ações em 6 de dezembro. O ataque em Kalinin foi uma total surpresa. Apesar do deslocamento de um considerável número de tropas e de toda a preparação associada a uma grande ofensiva, a inteligência alemã não notou nenhum dos sinais. Os alemães estavam completamente despreparados, e o caos reinou por algum tempo. O General Zhukov usou o Primeiro Exército de Choque e as 10ª e 20ª Divisões para atacar nos arredores de Moscou, e as frentes alemães ao norte e sul da cidade caíram. Apesar disso, não houve um recuo geral alemão.

            Os ataques nas frentes oeste e sul não tiveram o mesmo elemento-surpresa que o da Frente de Kalinin, o que no final não fez muita diferença. As unidades alemãs foram pegas desprevenidas, e pela primeira vez no embate da Frente Oriental a iniciativa de batalha passou para os soviéticos, Stalin tinha esperanças de que a contra-ofensiva rendesse resultados decisivos, mas a estimativa er otimista demais em relação ao que suas tropas poderiam atingir naquele ponto da guerra. Assim, o contra-ataque russo continuava; no entanto, o Exército Vermelho não conseguia explorar o impulso que ele representava. Os alemães montaram posições defensivas fortes, conhecidas como 'ouriços', e o ritmo do avanço soviético começou a diminuir.”

pp. 104, 107-108 (itálicos meus)



seleção: Leonardo de Magalhaens


quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Japão 1941 - Diplomacia ou Guerra




Japão 1941


Diplomacia ou a guerra


A diplomacia ainda agia junto aos governos anglo-saxônicos, os 'ocidentais', enquanto os militares organizam cronogramas e estratégias para atacar as bases de ingleses, holandeses e norte-americanos. Tojo mantinha-se no poder mantendo o jogo duplo, uma diplomacia de armas na mão,

As deliberações precedentes foram envoltas em extremo segredo, mas é surpreendente notar, por uma releitura da imprensa estrangeira da época mesmo tão tardiamente, que alguns observadores acreditavam que Tojo estava pisando nos freios ao mal velado entusiasmo do seu país pela guerra. Houve apreensão generalizada quando o gabinete Tojo foi anunciado, disse a revista Time, a 3 de novembro, de que 'a Navalha talvez seja o facão violento pelo qual o exército japonês vem implorando, que os meses de indecisão do Japão seriam agora resolvidos por ataques loucos à Sibéria e contra Cingapura'. Como a maioria das outras publicações, dizia a Time que um ataque para o norte ainda era possível, mas esta publicação, muito lida, observava sobriamente que não parecia que o 'arrojado Primeiro-Ministro Tojo ia começar a engolir chamas imediatamente'.

[General] Sato recorda que nessa conjuntura difícil o Primeiro-Ministro chamou-o, a 31 de outubro, para discutir três recursos alternativos de ação que Tojo vinha propondo desde os últimos dias do gabinete Konoye: 1- Evitar decididamente as hostilidades. 2- Decidir imediatamente pela guerra, sem uma continuação de providências diplomáticas. 3- Prosseguir com os preparativos para a guerra, ao mesmo tempo que se tentaria obter êxito nas negociações diplomáticas. Embora Tojo esperasse que o alto comando não concordaria com o item 3 (sua preferência pessoal) mas provavelmente insistiria no item 2, ele queria que Sato visitasse o General Sugiyama para obter sua concordância com o 3. Sato, longe de ser otimista, considerava isto como um gesto de desespero da parte de Tojo. A missão fracassou. Em lugar de ceder, Sugiyama defendeu uma decisão governamental de ir à guerra imediatamente. Tendo coordenado as questões com o Ministro da Marinha, o das Relações Exteriores e o das Finanças, como também com o diretor da Junta de Planejamento, e tendo sido informado da preferência geral pelo item 3, Tojo falou diretamente com Sugiyama no dia 1º de novembro, antes do início da conferência ministerial. O resultado não foi mais satisfatório do que a conversa de Sato com o chefe do Estado-maior do exército. Assim, quando a conferência de 1º de novembro, que duraria 17 horas, começou, o governo e o alto comando do exército entraram numa falta extraordinária de consenso.”

Naturalmente, houve violenta discussão sobre as condições em que se verificariam as negociações diplomáticas com os americanos. O Ministro do Exterior, Togo, apresentou duas propostas, rotuladas A e B. A primeira representava uma modificação da posição japonesa, em particular o abandono da exigência de tratamento preferencial na China, em virtude da proximidade geográfica, e a promessa de retirada de tropas da China no futuro (de dois a cinco,ou vinte e cinco anos, dependendo das circunstâncias ) e da Indochina, depois que o Incidente Chinês tivesse sido resolvido satisfatoriamente para o Japão.

A proposta B, a ser adotada caso os Estados Unidos não concordassem com a proposta A, representava simplesmente um modus vivendi, um último recurso destinado a evitar a guerra. Visava ela não propriamente ao problema chinês, mas às questões mais prementes do Sudeste Asiático e do Pacífico Sul, incluindo a evacuação de tropas japonesas do Vietnã do Sul, se lhe assegurassem acesso a suprimentos de petróleo. Nas palavras de Togo, ele queria aplacar as suspeitas dos americanos 'demonstrando de fato que o Japão não tinha desígnios de um avanço para o sul, acalmando assim a atmosfera...' O exército opôs-se violentamente a Togo, com a altercação chegando a um ponto em que 'a conferência quase foi interrompida, porque os soldados achavam que isto era ceder demais ais Estados Unidos'. […]


O cansaço marcava o rosto de Tojo, fazendo Sato dizer-lhe que o meio-termo visado na proposta B era, sem dúvida, apenas acadêmico, 'porque os Estados unidos já devem ter-se decidido por uma guerra para a qual se preparavam febrilmente'. Por menores que fossem os desideratos japoneses, as condições americanas eram inarredáveis, uma situação que, na opinião de Sato, tinha um lado agradável, porquanto justificaria a própria decisão do japão de iniciar hostilidades depois de ter cedido tanto sem reciprocidade. Contudo, Tojo aconselhou [o General] Sato a não confundir as coisas; a defesa do plano B pelo Primeiro-Ministro não ocultava nenhum pretexto para a guerra. Embora não fosse otimista, Tojo disse que estava rezando aos deuses para que as coisas se saíssem bem, por meio do plano mais recente. De qualquer modo, Sato deveria ficar atento às atividades dos Estados-Maiores inferiores do exército e da marinha, onde poderia haver dificuldades em gestação.

Tojo mais tarde afirmou que se os americanos tivessem feito concessões, ainda que insignificantes, ele não teria se lançado às hostilidades. Sato acrescenta que ficou muito comovido com o visível sofrimento de Tojo, tentando ajustar a necessidade de honrar as injunções imperiais post factum à poderosa insistência do alto comando de que era irrevogável a decisão fundamental de 6 de setembro. Assim, o Primeiro-Ministro,usando dois chapéus, procurava equilibrar os dois pratos de uma balança que continha pesos desiguais,ou seja, o Ministro do Exterior renunciaria se não fosse dada chance à diplomacia, mas se isso fosse feito, haveria o perigo de os chefes de Estado-Maior do exército e da marinha terem de ser substituídos, acarretando problemas novos e imprevisíveis, caso houvesse choque frontal entre as exigências do governo e as do alto comando. Sem dúvida o Imperador pensava nessas questões quando Tojo lhe pediu audiência para informá-lo das recomendações da conferência ministerial de 1º de novembro. Embora ao monarca não fosse difícil compreender a necessidade de prosseguir com as providências de prontidão militar, ele esperava muito que o governo Tojo pudesse obter êxito na frente diplomática, afastando a possibilidade de guerra.”


pp. 101, 108-109


A 5 de novembro realizou-se uma conferência imperial para sancionar as recomendações resultantes de oito reuniões anteriores. O Japão decidira lutar contra os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e os Países Baixos. As forças armadas completariam preparativos para que as hostilidades começassem em princípios de dezembro. Entrementes,prosseguiram os esforços visando a um acordo com os Estados Unidos, segundo o estabelecido nas propostas A ou B, para cujo êxito se fixara a data-limite de 1º de dezembro. O estreitamento das relações com a Tailândia seria buscado imediatamente, antes das hostilidades, mediante pressão ou pela força, se necessário.”

O programa recomendado, disse Tojo, era fruto de estudo intenso dos problemas e probabilidades. Ele esperava impedir que os parceiros europeus do Eixo explorassem os êxito japoneses no sul para fazer a paz com a Inglaterra ou com os Estados Unidos, e planejava impedir que as hostilidades se transformassem numa 'guerra racial'. Quanto à questão da base moral para entrada do japão na guerra, Tojo declarou: 'É imperioso que se deixe bem claro que a Grã-Bretanha e os Estados Unidos representam séria ameaça à autopreservação do Japão.”

pp. 111, 113



fonte: COOX, Alvin D. “Tojo” Renes, 1976 trad. Edmond Jorge



seleção by LdeM


mais sobre o General Tojo




sobre o Ministro do Exterior Togo




videos

Império Japonês



poderio japonês





encouraçado Yamato





ataque a Pearl Harbour




quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Militares Japoneses rumo à guerra

Novembro / 1941


Militares Japoneses rumo à guerra

General Tojo assume o cargo de Primeiro-Ministro


No Japão, em plena guerra na Mandchúria (desde 1931), e com a expansão da guerra europeia (desde 1939), a consolidação do poder dos militares é crescente. As forças japonesas atuavam na China (em muitos massacres de civis), e avançava para territórios do sudeste asiático – Indochina, Indonésia,  até então colônias do imperialismo europeu - ainda mais depois da derrota das potências francesa e holandesa, em 1940.

Certos estudiosos argumentam que o poderio dos militares cresceu mais por interesse dos monarcas. A Casa Imperial permitiu que os Militares tomassem o poder, para serem culpados se a guerra fosse um fracasso. Assim a Monarquia não seria diretamente abalada.

É uma forma de ver a questão. É mais complexa. Os militares eram apenas os mais agressivos, num momento de crise. E sabiam das pressões econômicas. Não se decidiram prontamente ao conflito, mas também não queria aceitar as imposições dos 'ocidentais'. Entre a diplomacia e a luta aberta, tramavam nos bastidores, enquanto novos recrutas eram convocados. Falavam em paz, e aumentavam os gastos com peças bélicas.


Vejamos alguns trechos do livro de Alvin D. Coox sobre o General Tojo,

“Na noite de 17 de outubro de 1941, o Ministério da Guerra japonês recebeu um telefonema do palácio dizendo que Tojo deveria apresentar-se para uma audiência. Admitindo que Tojo iria ser repreendido pelas críticas que tinha feito ao gabinete, no dia 14, quanto à necessidade de se conservarem tropas na China para combater o comunismo, o General Sato aconselhou o Ministro da Guerra a levar consigo as notas que tinha sobre o assunto. Tojo concordou, embora dissesse que pretendia apenas ouvir os comentários do Imperador e não defender a sua posição. […]

Como Tojo havia achado tão vigorosamente que a decisão de uma conferência imperial não podia ser infringida nem um pouco, ele provavelmente não teria aceito o encargo de formar um gabinete, a menos que o Imperador o autorizasse a começar tudo novamente. Mas se, como era teoricamente possível, as conclusões da conferência de setembro podiam ser invertidas, ou pelo menos modificadas, Tojo precisava de autoridade maior que a posição de Primeiro-Ministro lhe conferiria. […]

Não haveria problema se o Japão se lançasse numa guerra, mas se a reconsideração da decisão de setembro conduzisse realmente à ' capitulação' para o ocidente, poderia muito bem haver oposição militar e assassinatos ou desordens públicas fomentadas pelos direitistas. […]

Agindo com rapidez e decisão, Tojo pôde anunciar seu novo governo no dia 18 de outubro. Em sua primeira declaração, o novo governo afirmou ao público que 'a política imutável do Japão é solucionar com êxito o Incidente da China e contribuir para a paz mundial, estabelecendo a Esfera de Co-prosperidade do Grande Leste Asiático. Enfrentando uma situação de gravidade sem precedentes, o governo pretende promover relações cada vez mais amistosas com potências amigas [do Eixo] e está absolutamente decidido a aperfeiçoar um estado de defesa nacional; e assim, sob a augusta virtude de Sua Majestade o Imperador, partir o país, unido, coeso, para a realização da sua sagrada tarefa.' Tojo anunciou esse programa num breve discurso levado pelo rádio ao país inteiro.”

“[...] A 20 de outubro, [Joseph] Grew [embaixador americano] lembrou a Washington que se podia esperar que Tojo, como general da ativa, exerceria 'maior grau de controle sobre os elementos extremistas do exército' – provavelmente uma consideração importante por trás da renúncia de Konoye no interesse de facilitar as conversações com os Estados Unidos.”

“Tojo, mais tarde, negou com veemência que o novo gabinete estivesse decidido desde o início a ir à guerra. No tocante ao Ministro do Exterior, o acordo que celebrou com tojo na noite de 17 de outubro deveria demonstrar que seu 'propósito, ao ingressar no gabinete, não era o de começar, e sim de evitar uma guerra'. [Shigenori] Togo afirma que o engano 'está em acreditar que eu alcançaria uma solução apenas dentro dos termos do meu acordo com Tojo, quando nenhum dos dois estávamos cônscios de que as relações [com os Estados Unidos] haviam deteriorado tanto que a outra parte já se decidiria ir à guerra.' [...]”

“O fator do equilíbrio de forças ocupava muito a atenção de Tojo e de seus associados no exército e marinha. Durante o inverno de 1940, solicitara-se ao departamento de mobiliação econômica que examinasse a posição de poder do Japão, postulasse sobre as hostilidades contra os Estados Unidos e Grã-Bretanha já na primavera de 1941, ou sobre a total evitação da guerra. O relatório resultante salientara a vulnerabilidade do país em navios mercantes e recursos naturais, especialmente combustível líquido. O departamento empreendeu novo estudo no verão de 1941, girando em torno de novembro de 1941 como o prazo hipotético final para uma guerra contra as potências anglo-saxônicas. Os analistas verificaram que 'o futuro não dava esperanças para o Japão, mesmo que ele aguardasse com prudência e circunspeção'. A capacidade econômica e industrial do país não sugeria confiança além de dois anos após o início das hostilidades, mesmo que o Japão resolvesse começar a guerra por iniciativa própria. Se, com os estoques de combustível disponíveis depois dos gastos contínuos no teatro de operações da China, o Japão desfechasse hostilidades intensivas contra os Estados Unidos e a Inglaterra, as forças armadas só poderiam realizar operações aéreas durante cerca de um ano. No mar, a batalha decisiva teria de ocorrer dentro de seis meses. Essas sérias considerações explicam a defesa, por parte dos líderes militares, da chamada tese do 'declínio gradual' do Japão. Como diz o Coronel Hayashi: 'Sabe-se muito bem que esta opinião tornou-se uma justificativa usada pelos que propunham iniciar a guerra em 1941.'”


“A 27 de outubro Tojo admitiu, numa conferência ministerial, que o exército poderia 'arranjar-se de algum modo' em 1942 e 1943, mas 'não sabemos o que acontecerá depois de 1944'. de igual interesse é a relação entre estes comentários, cautelosamente feitos em particular, e as notas propagandísticas dirigidas ao público. No dia 26, tojo convocou 200 altos funcionários a Osaka, para enfrentar a crise sem precedentes com 'solidariedade férrea'. […]”

“Entrementes, as difíceis conferências ministeriais prosseguiam. Numa reunião a 28 de outubro, os conferencistas examinaram a sério a possibilidade do adiamento das hostilidades até março de 1942, mas os chefes de Estado-Maior das forças armadas insistiam em que o tempo já estava contra o Japão e que a marinha, em particular, precisava começar a agir até o fim de novembro de 1941, do ponto de vista dos recursos. A produção de óleo sintético não oferecia solução imediata para a crise da energia. O Ministro das Finanças, Kaya, tentou chegar ao âmago da questão do potencial nacional, perguntando se a guerra – ou a paz – seria melhor para o Japão, como uma função do suprimento de materiais, mas nenhuma vantagem nítida se apresentou; ao que Tojo desculpou-se aos chefes de Estado-maior pela lentidão das deliberações.”


pp. 92, 94, 98-101


fonte: COOX, Alvin D. “Tojo” Renes, 1976 trad. Edmond Jorge



seleção by LdeM



mais sobre o General Tojo




sobre o Ministro do Exterior Togo




videos

Império Japonês



poderio japonês





encouraçado Yamato





ataque a Pearl Harbor







LdeM