África
do
Norte
Segunda
Batalha
de
El
Alamein
23
outubro
-
03
novembro
1942
(O
VIII
Exército
Inglês
vai
à
desforra)
“No
começo
de
1942,
a
situação
no
norte
da
África
coloca
os
ingleses
e
as
tropas
do
Eixo
frente
a
frente
no
campo
de
batalha
ao
longo
da
fronteira
da
Cirenaica,
ou
seja,
na
mesma
posição
de
um
ano
antes.
Em
junho,
Rommel
antecipa
a
ofensiva
britânica
e
penetra
em
profundidade
por
500
km,
forçando
o
adversário
a
uma
retirada
veloz.
Dois
regimentos
do
exército
italiano
e
o
Afrika
Korps
obtêm
uma
esmagadora
vitória
em
Tobruk,
fazendo
26.000
prisioneiros
e
obrigando
os
ingleses
a
recuar
mais
uma
vez
até
o
Egito.
A
situação
de
impasse
na
guerra
do
deserto,
que
continua
a
preocupar
Churchill
[primeiro-ministro
britânico],
se
resolve
com
a
reorganização
do
VIII
Exército,
que,
confiado
ao
comando
do
general
Bernard
Montgomery
[futuro
1º
Visconde
de
Alamein,
London,
1887
-
Alton,
1976],
recupera
o
moral
e
é
reequipado
com
veículos
e
novos
armamentos.
Em
agosto,
os
britânicos
gozam
da
supremacia
militar
(11
divisões,
entre
as
quais
quatro
blindadas,
contra
as
dez
do
Eixo).
No
final
do
mês,
Rommel
decide
colher
novamente
de
surpresa
o
adversário
contando
com
a
rapidez
e
parte
para
o
ataque
do
flanco
meridional
do
sistema
defensivo
inglês.
Mas
suas
colunas
blindadas
são
recebidas
por
uma
impressionante
barragem
de
fogo
que
as
obriga
a
recuar,
além
disso,
a
Panzerarmee
tem
à
disposição
uma
reserva
de
combustível
para
um
só
dia...
O
Afrika
Korps
é
forçado
a
retornar
ao
ponto
de
partida,
onde
predispõe
uma
linha
defensiva
à
espera
do
próximo
ataque
inimigo.
Na
noite de 23 de outubro, um dia antes da lua cheia, o VIII Exército
inglês desfere a ofensiva com um assalto de infantaria e de
artilharia que, em vez de forçar o inimigo à retirada em suas
praças fortes, visa destruir com metódica determinação seu
potencial ofensivo. No início da batalha, a desproporção de forças
é incontestável: os ingleses dispõem de 1.450 tanques contra os
540 do Eixo (poucos dos quais são munidos de um armamento comparável
ao dos ingleses). A superioridade aérea inglesa é ainda maior: 96
esquadrilhas contra 350 aviões do inimigo. Além disso, menos da
metade dos suprimentos esperados por Rommel chega ao destino, porque
os transportes marítimos do Eixo são alvo da aviação inglesa no
Mediterrâneo. A vantagem tática oferecida pela superioridade das
forças blindadas é empregada por Montgomery para desferir uma série
de golpes decisivos nas defesas adversárias, submetidas ao fogo
mortal da artilharia britânica.
Depois
de
uma
série
de
ataques
sucessivos
efetuados
pelos
tanques,
Montgomery
consegue
abrir
as
linhas
inimigas
no
ponto
de
conjunção
entre
os
exércitos
italianos
e
o
Afrika
Korps.
Qualquer
resistência
em
torno
de
El
Alamein
se
torna
inútil
pela
enorme
disparidade
entre
as
forças
em
campo.
Para
os
regimentos
sobreviventes
do
eixo
não
resta
outra
escolha
a
não
ser
a
precipitada
retirada
para
a
fronteira
tunisiana.”
EL
ALAMEIN
“Entre
23
de
outubro
e
4
de
novembro
de
1942,
ocorre
em
El
Alamein
(vilarejo
a
cerca
de
80
km
a
oeste
de
Alexandria,
Egito)
a
mais
furiosa
batalha
jamais
acontecida
no
deserto
norte-africano.
Apesar
da
insistência
de
Churchill,
Montgomery
está
decidido
a
desferir
o
ataque
somente
no
momento
em
que
estiver
certo
de
obter
no
campo
de
batalha
um
sucesso
esmagador.
As
razões
da
pressão
de
Churchill
são
de
natureza
estratégica,
além
de
política:
o
primeiro-ministro
inglês,
com
efeito,
quer
realizar
a
ofensiva
inglesa
antes
do
desembarque
aliado
no
norte
da
África
(operação
Torch),
programado
para
o
início
de
novembro.
O
sucesso
sobre
Rommel
teria,
além
disso,
impelido
os
franceses
da
África
do
norte
a
acolher
de
bom
grado
os
Aliados
e
teria
dissuadido
o
ditador
espanhol
Franco
de
permitir
a
chegada
de
tropas
alemãs
no
Marrocos
espanhol
e
na
Espanha.
O
ataque,
portanto,
é
desferido
quando
Montgomery
dispõe
de
uma
vantagem
numérica
e
qualitativa
incontestável.
A
superioridade
aérea
inglesa
serve
para
obstaculizar
os
movimentos
e
os
suprimentos
das
tropas
do
Eixo.
Estas
estão
preocupadas
pela
falta
de
combustível
que
limita
o
raio
de
ação
da
Panzerarmee
e
a
força
a
dispersar
seus
regimentos
móveis.
Os
ingleses
estabelecem
o
dia
exato
da
ofensiva
,
levando
em
conta
o
ciclo
lunar:
uma
boa
dose
de
luz
permite
desferir
o
ataque
durante
a
noite,
abrindo
ao
mesmo
tempo
preciosas
passagens
para
o
avanço
dos
blindados
ingleses
nos
campos
minados.
No
momento
do
ataque,
Rommel
se
encontra
em
período
de
convalescença
na
Áustria.
Voltará
precipitadamente
dois
dias
depois,
quando
as
forças
do
Eixo
já
perderam
metade
de
seus
blindados.
Além
disso,
é
enorme
a
disparidade
no
número
de
homens
no
momento
em
que
um
furacão
de
fogo
abre
o
caminho
ao
ataque
da
infantaria
inglesa:
cerca
de
200.000
britânicos
contra
105.000
ítalo-alemães.
Os
ingleses
são
superiores
também
em
armamentos:
mais
de
1.000
tanques
9entre
os
quais
os
novos
Churchill
de
40
toneladas
e
os
Sherman
americanos
que
podem
neutralizar
de
grande
distância
os
canhões
antitanque
alemães)
contra
540,
1.000
canhões
contra
480,
530
aviões
contra
350,
1.400
peças
de
artilharia
antitanque
contra
744
do
Eixo.
Nas
mãos
dos
ingleses
caem
20.000
italianos
e
10.000
alemães.
Dos
5.000
paraquedistas
da
divisão
italiana
Folgore,
voltarão
para
a
Itália
menos
de
300.
Se
Stalingrado
será
depois
a
reviravolta
do
conflito
na
Europa,
El
Alamein
já
o
é
nas
operações
no
norte
da
África.”
pp.
87-91
fonte:
FIORANI,
Flavio.
História
Ilustrada
da
II
Guerra
Mundial.
Volume
I.
Larousse,
2009
Montgomery,
o general cauteloso que planeja tudo
“Faltando
vinte minutos para as 22h de 23 de outubro, o rimbombar de mil peças
de artilharia começou a fazer-se ouvir sobre as escaldantes areias
do deserto, abrindo clarões na escuridão, e na esteira dessa
descomunal barragem, à luz serena do luar que então fazia, os
soldados da infantaria começaram a movimentar-se na direção dos
postos avançados do inimigo, limpando os campos minados e abrindo
caminho para os blindados do Décimo Corpo. Quatro divisões de
infantaria limpariam uma passagem ao longo de dois estreitos
corredores, entre as colinas de Tel el Eisa e Miteiriya. A
ponta-de-lança setentrional se orientaria no sentido de um cabeço
desértico que, por sua forma, fora apelidado de 'colina do rim' e se
estendia da direita para a esquerda, na direção da cota de
Miteiriya. Na extremidade sul, o Décimo Terceiro Corpo levaria a
cabo operação cuidadosamente planejada de dissimulação, uma finta
destinada a confundir o inimigo. Fazia parte do plano principal de
Montgomery. Vinte e quatro horas não seriam passadas e já se sabia
que a finta não surtira efeito e que todo o plano de Montgomery
redundara em um impasse, pela forma como estavam sendo conduzidas as
operações.
Durante
doze dias seguidos, o mundo e em especial Whitehall sustiveram a
respiração. Churchill e Brooke viveram momentos de angustiosa
expectativa, até se tornar claro que Montgomery, após haver
reagrupado suas forças, partira para um tipo de batalha da Primeira
Grande Guerra – uma batalha, segundo Churchill, reminiscente de
Cambrai, uma batalha de atrito. Durante dois dias e duas noites,
parecia que Montgomery não conseguiria sair-se vitorioso da
empreitada, uma batalha imperdível, em que suas forças
ultrapassavam as do inimigo na razão de seis para um, só em
blindados, e ainda com reservas suficientes para elevar aquela
proporção para 11 a 1. […]
Mesmo
assim, os alemães ainda conseguiram destruir mais de três tanques
para cada um que perderam. Embora a inferioridade dos alemães
aumentasse a cada momento, e , no fim, a proporção a favor dos
ingleses passasse a ser de 20 para um, em Tel Aquair, 90 tanques
alemães ainda enfrentaram 700 dos britânicos que vinham em sua
direção e os fizeram parar e, depois, retroceder.”
“Durante
dois dias, enquanto Montgomery refazia seus planos, uma batalha
terrível era travada pela posse da 'colina do rim'. As perdas, em
ambos os lados, eram altíssimas. A 26 de outubro, em seguida à
morte do General von Stumme, então no comando dos exércitos alemão
e italiano, Rommel deixou apressadamente o hospital em que estava
internado, na Áustria, e voltou à cena da luta, para reassumir o
comando de suas acossadas forças.”
“Ao
alvorecer
do
dia
2
tornara-se
claro
para
Rommel
que
'nossa
destruição
final
era
iminente'.
O
Afrika
Korps
estava
reduzido
a
uma
força
de
35
tanques
utilizáveis,
enquanto
Montgomery
poderia
dar-se
ao
luxo
de
perder
300
ou
400
para
destruí-los,
e
ainda
ficaria,
praticamente,
indene.
Apesar
de
tudo,
entretanto,
Rommel
conservava
a
esperança
de
conseguir
realizar
o
que
estava
pretendendo,
'por
ver
que
os
britânicos,
até
agora,
têm-se
mostrado
tão
hesitantes
e
cautelosos
em
seus
movimentos,
que
suas
operações
nos
permitem
tirar
partido
dessa
extrema
e,
até,
incompreensível
cautela.”
“Entretanto,
naquele
melancólico
dia
4
de
novembro
de
1942,
nem
toda
a
imaginação
nem
a
habilidade
e
a
dedicação
dos
alemães,
e
tampouco
o
brilhantismo
e
a
competência
de
Rommel
ou
a
inteligência
e
a
capacidade
do
Coronel
Bayerlein
poderiam
ter
salvo
os
remanescentes
do
Afrika
Korps
da
total
destruição,
por
general
que
fosse
menos
cauteloso
e
hesitante
que
Montgomery.
Entre
os
dias
4
e
6
de
novembro,
os
Comandantes
de
Corpos
e
de
Divisão
do
Oitavo
Exército,
totalmente
privados
de
iniciativa,
não
puderam
destruir
o
núcleo
vital
do
Afrika
Korps.
Os
Generais
Gatehouse
e
Briggs
solicitaram
permissão
para
abastecer
suas
forças
e
partir
em
perseguição
a
Rommel
tão
rapidamente
quanto
lhes
fosse
possível,
como
cães
atrás
da
presa.
Montgomery
negou
a
permissão.
Dessa
maneira,
quando
os
blindados
britânicos
atingiram
Fuka,
já
Rommel
estava
longe.”
pp.
73-75
fonte:
THOMPSON,
R.W.
Montgomery.
(Líderes
13)
Rio
de
Janeiro:
Rennes,
1976.
seleção de textos : LdeM
more
info
sobre
as
batalhas
no
Norte
da
África
-
1942
em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Segunda_Batalha_de_El_Alamein
http://pt.wikipedia.org/wiki/Segunda_Batalha_de_El_Alamein
tanques-blindados
aliados
Operação
Tocha / Torch
Operation Torch
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