1944
Frente
Oriental
Movimentos
da tropas soviéticas
Preparativos
da Operação Bragation
“Em
princípios de março [de 1944], o Supremo Comando soviético
[Stavka] decidiu lançar uma ofensiva em larga escala por
intermédio da Primeira, Segunda e Terceira Frentes da
Ucrânia, a fim de completar a libertação do território ocidental
ucraniano, conhecido como a margem direita. A estratégia básica da
ofensiva implicava o desfechar de golpes simultâneos ao longo da
ampla frente que cobria toda a região que ia de Polesye ao estuário
do Dnieper e por meio deles fraccionar o inimigo e destruí-lo em
seguida.
A
Segunda Frente da Rússia Branca [Bielorússia], organizada a
24 de fevereiro [de 1944], na região situada entre a Primeira Frente
da Rússia Branca e a Primeira Frente da Ucrânia, deveria
atacar na direção da região de Kovel-Brest, enquanto a esta última
caberia golpear na direção de Chertkov e Chernovtsy e, assim,
cortar as rotas de retirada do Grupo de Exércitos do Sul, na região
situada ao norte do rio Dniester. A Segunda Frente Ucraniana
atacaria partindo da área de Zvenigorodka e tomaria o rumo de Uman e
Iasi; a Terceira Frente Ucraniana, partindo de Krivoy Rog,
dirigir-se-ia para Nikolayev e Odessa. A Quarta Frente da
Ucrânia não tomaria parte nessas operações, mas deveria
preparar-se para desfechar uma ofensiva na Crimeia.
Durante
os preparativos finais para a campanha, o Exército Vermelho sofreu
séria perda. A 29 de fevereiro, enquanto viajava para visitar suas
unidades, o General Vatutin foi seriamente ferido quando, com membros
de seu Estado-Maior, rodava de carro por uma estrada, vítima de
emboscada preparada por nacionalistas ucranianos. Vatutin ainda
sobreviveu por mês e meio, depois de operado, vindo a falecer a 15
de abril.
No
dia 1º de março, [o general Georgi] Zhukov substituiu Vatutin no
comando da Primeira Frente da Ucrânia e, dias depois, deu
início à ofensiva de Chernovtsy, investindo contra o reduto
defensivo alemão. Entre os dias 7 e 11 de março, as tropas de
assalto de Zhukov capturaram toda a área de Volochisk-Cherny-Ostrov
e cortaram o tráfego ferroviário Lvov – Odessa, no curso de um
avanço que as levaram a mais de cem quilômetros do ponto de
partida. Dubno, a antiga fortaleza, dando vistas a íngreme penhasco
às margens do rio, onde o cossaco Taras Bulba [no romance de 1835,
de Nicolai Gogol] combateu, caiu em poder das forças da Primeira
Frente Ucraniana a 17 de março e no dia seguinte foi
capturada a importante junção ferroviária de Zhmerinka. Kremenets
caiu em poder dos russos a 19 de março, por meio de operação
combinada, e no dia posterior, outro grande entroncamento
ferroviário, o de Mogilev Podolski, foi capturado. As forças de
Zhukov continuaram em ofensiva, e a 21 de março o I Exército de
Tanques forçou a passagem do Dniester, ao mesmo tempo em que outras
unidades atravessavam o rio Prut e reconquistavam Chernovtsy.
Dando
prosseguimento à sua ofensiva na direção oeste, as unidades de
Zhukov derrotaram os alemães no sopé dos Cárpatos e atingiram as
fronteiras da Tcheco-Eslováquia e da Romênia, capturando, também,
a importante cidade de Tarnopol. Na noite de 15 de abril, os
moscovitas ouviram as já familiares salvas que anunciavam as
vitórias.
A
15 de maio, [o Coronel-General Ivan] Konev assumiu o comando da
Primeira Frente da Ucrânia, o que permitiu a Zhukov encarregar-se da
preparação de uma grande ofensiva destinada a recapturar a
República da Rússia Branca. Recebendo em código o nome de
'Bragation' (em homenagem ao grande herói da campanha de
1812, contra Napoleão), a operação previa o domínio do bolsão
germânico na área de Vitebsk-Bobruisk-Minsk e um avanço geral na
direção de Desna, Molodechno, Stalbtsy e Starobin.
Os
flancos das tropas alemãs que defendiam o saliente deveriam ser
atacados por duas forças, o Grupo A, que consistia de
unidades das Frentes do Báltico e da Rússia Branca, e o Grupo B,
composto de unidades das Primeira e Segunda Frentes da Rússia
Branca, e incluiriam setenta e sete divisões de infantaria e três
blindadas, além de um corpo mecanizado e outro de cavalaria. A
operação foi planejada no sentido de efetuar uma penetração de
cerca de 150 quilômetros, em mais ou menos quarenta ou cinquenta
dias. A Stavka, que examinou o plano de operações, nomeou [o
General Aleksandr] Vasilevsky para coordenar as atividades do Grupo
A e Zhukov, para as do Grupo B.” pp. 124-126
fonte:
CHANEY Jr., Otto Preston. Zhukov – Marechal da União Soviética.
Trad. Alcídio de Souza. Rio de Janeiro: Renes, 1976.
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