fonte
da imagem (Overlord plan) :
http://thecriticalcritic.blogspot.com.br/2013/06/d-day-sixth-of-june-largest-amphibious.html
1944
Preparativos
para a Operação Overlord
(Dia D)
“Quando
[o general Dwight] Eisenhower começou a ajustar a imensa e pesada
máquina de invasão, durante os primeiros meses de 1944, dúvidas e
hesitações tomaram conta dalguns de seus mais importantes
subordinados. Por exemplo, três divisões aeroterrestres saltariam
na Normandia várias horas antes do ataque anfíbio. Sua tarefa
principal consistiria em impedir que os alemães se deslocassem
contra as forças anfíbias durante as primeiras horas da invasão,
momento em que as tropas de terra transportadas por mar estariam mais
vulneráveis. Depois, os paraquedistas deveriam garantir às tropas
desembarcadas nas praias a saída para o interior do solo francês.
A 6ª
Divisão Aeroterrestre britânica deveria saltar à esquerda da área
de invasão e fixar a frente próximo da foz do rio Orne. As 82ª e
101ª Divisões americanas saltariam à direita da frente de invasão
e se fixariam na extremidade da linha na península Cotentin.
Leigh-Mallory
[Sir Trafford Leigh-Mallory, comanda as Forças Aéreas
Expedicionárias Aliadas] ficou seriamente preocupado com a presença
de forte contingente alemão precisamente nos locais onde as duas
divisões deveriam saltar. Ele previu que se Eisenhower insistisse em
que os desembarques se realizassem conforme programado, as baixas na
101ª seriam enormes, podendo alcançar até 70 por cento da unidade.
Depois
de estudar o problema, Eisenhower considerou as operações
aeroterrestres absolutamente necessárias. Ele estava convencido de
que o índice de baixas previstos por Mallory não seria nem de longe
alcançado.
Mas
sua ansiedade levou-o a passar parte do último dia antes da invasão
com essas tropas. Ele animou-se ao vê-las tão entusiasmadas. Todos
lhe asseguraram que estavam prontos para partir e dar cumprimento à
tarefa de que tinham sido incumbidos.
Realizada
a tarefa, ficou provado que Eisenhower estava certo. As baixas
registradas entre as tropas aeroterrrestres, cuja contribuição para
o êxito do ataque anfíbio foi imensa, haviam sido relativamente
leves.
Leigh-Mallory,
dias após a invasão, desculpou-se por ter concorrido para aumentar
ainda mais as enormes preocupações que afligiam Eisenhower na
véspera da operação.
A mais
meticulosamente preparada operação anfíbia, jamais tentada em
escala tão avantajada, a Overlord
estava pronta para começar quando o tempo, inesperadamente, se
encheu de fúria. Marés e fases da lua são previsíveis, mas
tempestades, não. Quando os ventos ficaram mais violentos, agitando
fortemente o mar, e a chuva desabou torrencialmente sobre a Europa
Ocidental, pareceu que a invasão malograria. Os aviões, com os céus
inteiramente encobertos, não poderiam realizar as missões marcadas
para os momentos que precederiam os desembarques. Os barcos pequenos
afundariam, com os mares tão agitados, ou não chegariam às
respectivas praias, e os soldados, mareados, não estariam em
condições de lutar, se as alcançassem.
Mas se
a Overlord
fosse adiada até que o tempo melhorasse, várias semanas se
passariam para que os desembarques pudessem ser reprogramados de
forma a coincidirem com marés e lua favoráveis. Já então, grande
parte do verão, o melhor período do ano para a campanha, teria
passado.
Na
noite de 3 de junho, Eisenhower foi até o QG de Ramsay, perto de
Porstmouth, onde permaneceu durante os primeiros dias críticos da
invasão. Seu meteorologista-chefe informou-lhe que um sistema de
alta pressão estava-se deslocando, seguido de um sistema de baixa
pressão, o que fazia prever mau tempo.
Às
04h30 de 4 de junho, véspera do dia programado para o ataque, os
meteorologistas disseram que as condições marítimas seriam um
pouco melhores do que se esperava inicialmente, mas o céu
continuaria encoberto, o que impediria o funcionamento adequado das
forças aéreas.
Mais
tarde, naquele mesmo dia, os meteorologistas previram que as
condições marítimas melhorariam, mas não o suficiente para que o
apoio naval se fizesse de forma ideal e não prejudicasse as manobras
dos barcos pequenos.
Eisenhower
perguntou aos seus subordinados principais o que achavam deveria ser
feito. Montgomery [ o general britânico] disse que queria
prosseguir. Tedder e Leigh-Mallory manifestaram-se favoráveis ao
adiamento da operação. Ramsay permaneceu neutro.
Depois
de os ouvir, Eisenhower resumiu o ponto crítico do problema. As
forças de terra, disse ele, não eram esmagadoramente poderosas. A
operação só era viável porque os Aliados estavam em vantagem
quanto à superioridade aérea. Sem essa vantagem, os desembarques
seriam arriscados demais. Assim sendo, ele decidiu adiar os
desembarques por 24 horas.
Ordens
foram despachadas imediatamente para os navios, que retornaram aos
portos, reabasteceram-se e prepararam-se para zarpar novamente no dia
seguinte.” pp. 88 e 89
fonte:
BLUMENSON, Martin. Eisenhower.
Trad. Edmond Jorge. Rio de Janeiro: Renes, 1976.
mais
info em
Nenhum comentário:
Postar um comentário