Retirada
do Afrika
Korps
para a Tunísia
janeiro
- fevereiro 1943
A
Batalha do Passo de Kasserine
“As
forças anglo-norte-americanas desembarcadas na Argélia e Marrocos
haviam penetrado em Tunis entre novembro e decembro de 1942, com a
ideia de tomar o norte do país antes que as forças do Eixo
conseguissem se estabelecer e antes que Rommel voltasse de sua
expedição ao Egito. Depois de fracassar no intento, os Aliados
dirigiram seus esforços a tentativa de cortar a retirada até Tunis
que o exército alemão se havia obrigado a empreender desde seu
desastre na Batalha
de El Alamein,
empurrado pelo exército britânico de Bernard Montgomery.
Em
23 de janeiro de 1943, o VIII Exército Britânico de Montgomery
tomou Trípoli, a capital da Líbia italiana e principal base de
suprimentos de Rommel. O marechal alemão já se queixara sobre esta
possibilidade e havia estabelecido na cidade de Tunis sua base de
suprimentos, com a ideia de usar a Linha
Mareth
no sudeste do país para bloquear os britânicos. Pelo oeste se
encontrava a ameaça dos britânicos e norte-americanos, que em
começo de 1943 haviam consolidado suas bases na Argelia e estendido
suas forças ao longo da cordilheira de Atlas. Em recentes avanços
as tropas aliadas haviam cruzado a cordilheira e estabelecido uma
base de operações em Faid, ao pé das montanhas. O que deixou uma
excelente posição para empurrar para a costa [do mar Mediterrâneo]
as forças de Rommel no sul da Tunísia e cortar sua linha de
suprimentos.”
fonte:
Wikipedia
(esp) (trad.: LdeM)
“A
retaguarda do Panzerarmee
avançou para a Tunísia a 13 de fevereiro, lançando uma linha de
pontos avançados para conter o 8º Exército [britânico] em
Medenine. Pela área situada ao sul de Gafsa responsabilizou-se o 1º
Exército italiano, com seu novo comandante, General Messe, cuja
investidura no cargo não se deu imediatamente porque Rommel
conseguiu adiar a sua partida. Do AK original restava apenas uma
enfraquecida 15ª Divisão Panzer, embora as 90ª e 164ª Divisões
alemãs sustentassem a grande quantidade de abaladas formações
italianas que enchiam a Linha
Mareth.
Ao
norte de Gafsa, o 5º Exército Panzer
do Coronel-General von Arnim estabilizara sua frente desde Faid,
passando por Fondouk e Medjez el Bab, até o mar, perto do cabo
Serrat. De acordo com seu temperamento, von Arnim planejava uma
operação defensivo-ofensiva contra os americanos entre Faid e Gafsa
para obter posições defensivas mais favoráveis. De importância
secundária era a destruição de forças na área de Tebessa, embora
ele considerasse improvável que suas duas divisões Panzer,
a 10ª e 21º (ambas já bem fortes em número de blindados, porque a
segunda havia recebido reforços bem rápidos), pudessem cumprir essa
missão.
[…]
Arnim
conseguiu mais ou menos o que queria e mandou seu representante –
General Ziegler – comandar as 10ª e 21ª Panzer
no avanço principal contra a 1ª Divisão Blindada dos EUA, através
de Faid, até Sbeitla (iniciado a 14 de fevereiro de 1943), enquanto
Rommel oferecia o chamado 'Grupo de Assalto Afrika
Korps',
sob o comando do General Buelowius, para operar contra Gafsa, em
direção de Kasserine. Mas esse destacamento era tão fraco (seu
elemento de ataque era formado de apenas 26 tanques Mark III e IV, do
8º Regimento Panzer,
e de 23 M.13 italianos, da Divisão Centauro),
que na realidade não passava de pouco mais de uma guarda de flanco
para Ziegler. Mas sua diretiva propunha a exploração até Tebessa,
assim que Ziegler pudesse transferir a 21ª Panzer depois de
completada sua tarefa inicial. De qualquer modo, teoricamente Rommel
havia alcançado a possibilidade de reunificar o Afrika Korps e
desfechar profundo golpe estratégico.
Mas,
nem Ziegler nem von Arnim conseguiam imitar o grande estilo de
Rommel, em que pese à necessidade da obtenção de uma vitória,
logo após o desastre de Stalingrado,
para recuperar prestígio. Naturalmente, ninguém sequer sonhava
pudesse a inexperiência os americanos permitir às duas Divisões
Panzer,
a 10ª e a 21ª, convergindo de duas direções, envolver a sua 1ª
Divisão Blindada e inflingir-lhe derrota. Ao anoitecer do dia 17,
dois terços da força americana haviam sido virtualmente eliminados,
Ziegler estava às portas de Sbeitla e o 'Grupo de Assalto Afrika
Korps',
vendo que os americanos haviam recuado de Gafsa na noite do dia 14,
partira para Thélepté em febril perseguição.
Esta
vitória tática de imediato ofereceu a possibilidade de uma decisão
estratégica. Com a força blindada americana destruída e com os
blindados britânicos do 1º Exército em processo de renovação com
tanques Sherman,
só forças esparsas poderiam interferir numa incursão concentrada e
profunda na retaguarda, passando por Tebessa, talvez indo bem para o
norte, até a importante base de apoio em Bone. Tampouco o 8º
Exército britânico podia intervir a tempo, pois o porto de Trípoli
não fora totalmente recuperado e as forças leves que estavam em
Medenine careciam de efetivos ou de provisões suficientes para uma
ofensiva, embora Montgomery tentasse tudo o que podia para simulá-la.
Se
os alemães tivessem criado, nesta oportunidade, um comando
unificado, o AK, com a 21ª Panzer
novamente junto dele – e talvez também com a 10ª Panzer
– poderia ter arrastado tudo à sua frente. O fato de não tê-lo
feito foi resultado da estreiteza do ponto de vista, em grande parte
defensivo, de von Arnim, do confuso trato tático de Ziegler e da
falta de consideração por Rommel, da parte do Comando-Supremo.
Concentrando-se unicamente na operação original de destruição de
forças inimigas, von Arnim disse a Ziegler que destruísse os
depósitos Aliados em Sbeitla e depois desfechasse um golpe mais ao
norte, por Fondouk – levando a 21ª Panzer
para
uma luta renhida em Sbeitla e mandando a 10ª Panzer
num empreendimento absurdo, pois os Aliados já se haviam retirado de
Fondouk.
[…]
O
antigo ajudante-de-ordens de Rommel, Tenente Schmidt, certa feita
declarou que Rommel não era nem gênio nem super-homem – mas era
dotado de grande imaginação e profunda compreensão da capacidade
do Afrika
Korps.
Infelizmente para ele, sua percepção não-convencional e mais ampla
assombrava amigos e inimigos, e de Halder a Kesselring e de Wavell a
Alexander, todos se viam aturdidos com os golpes de Rommel. […]
Naturalmente,
ninguém pode dizer qual tria sido o impacto do plano maior de
Rommel, se ele tivesse conseguido o que queria e levado sua velha 21ª
Panzer juntamente com o 'Grupo de Assalto Afrika
Korps',
apoiados pela 10ª Panzer. Possivelmente, o efeito psicológico sobre
o exército anglo-americano teria sido decisivo : também é possível
que eles se vissem obrigados a recuar para a Argélia – caso em que
suas perdas em material seriam enormes.”
pp.
129; 132
fonte:
MACKSEY, Kenneth. Afrika
Korps - Rommel no deserto.
Rio de Janeiro: Renes, 1974.
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: LdeM
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