Batalha
de Midway
junho
1942
As
modernas batalhas navais se tornaram confrontos com navios à enormes
distâncias. Navios que se bombardeiam ou sofrem bombardeio de aviões
de bases próximas ou de navios-aérodromos (os porta-aviões). Assim
foi na Batalha do Mar de Corais – maio de 1942 – com as esquadras
distantes centenas de quilômetros uma da outra, vitimadas por aviões
torpedeiros ou caças de mergulho.
Navios
são atingidos, mas também dezenas de aviões de cada lado. Os
inimigos procuram causar o maior grau de dano ao outro, sem ser
igualmente atingido. Quem tem mais aviões já tem vantagem. Não é
o tamanho da esquadra que importa, mas a autonomia de voo dos aviões,
e quanto mais aviões maior a vantagem.
A
Batalha
de
Midway
mostra
o
quanto
os
porta-aviões
mudaram
a
dinâmica
das
batalhas
navais.
A
concentração
de
navios
pode
ser
um
erro
ao
atrair
um
número
de
aviões
inimigos
capazes
de
abater
toda
uma
esquadra.
O
modus
operandis
estratégico
está
em
manter
o
outro
o
mais
distante
e
ao
mesmo
tempo
disponibilizar
o
maior
número
de
aviões.
Cinco
Minutos em Midway
“Apesar
da
interrupção
do
combate
no
mar
de
Corais,
os
japoneses
mantêm
a
iniciativa.
Yamamoto
decide
concentrar
sua
frota
no
atol
de
Midway,
1.600
km
a
oeste
de
Pearl
Harbor
– uma
cabeça-de-ponte
ideal
para
uma
ofensiva
contra
as
costas
americanas
do
Pacífico
-,
e
confundir
os
planos
dos
americanos
com
um
ataque
aleatório
às
ilhas
Aleutas.
A
maior
concentração
de
navios
de
guerra
jamais
vista
no
Pacífico
está
dividida
em
três
distintas
unidades
de
combate.
Na
primeira
linha
os
porta-aviões,
seguidos
a
300
milhas
pelos
couraçados
e,
por
último,
pelo
conjunto
dos
navios
de
transporte
que
teria
realizado
a
manobra
sobre
as
Aleutas.
Nessa
ocasião
também
a
decifração
das
mensagens
japonesas
oferecerá
aos
americanos
uma
vantagem
decisiva.
Conhecendo
os
planos
adversários,
o
almirante
Chester
W.
Nimitz
– comandante-em-chefe
da
frota
do
Pacífico
– não
cai
na
armadilha
preparada
por
Yamamoto
e
envia
as
Task
Forces
16
e
17
para
Midway.
Em
4
de
junho
começa
a
mais
memorável
batalha
aeronaval
do
conflito,
que
dura
três
dias.
A
superioridade
nipônica
(11
couraçados,
oito
porta-aviões,
22
cruzadores,
65
destroieres
e
21
submarinos
contra
somente
três
porta-aviões,
oito
cruzadores
e
17
destroieres
americanos)
é,
contudo,
pulverizada
pela
eficácia
dos
sistemas
americanos
de
reconhecimento
aéreo.
A
esquadra
americana
se
distribui
– por
ordem
de
Nimitz
– muito
maus
a
norte
de
Midway,
de
modo
a
ficar
fora
do
raio
de
ação
dos
aviões
de
reconhecimento
japoneses.
Antes
mesmo
de
iniciar
a
batalha,
o
fator
surpresa
com
que
contam
os
japoneses
para
o
bombardeio
aéreo
da
base
americana
de
Midway
desapareceu.
Os
cálculos
de
Yamamoto
se
revelam
errados:
os
americanos
não
dispersam
sua
frota,
e
o
potencial
bélico
aquartelado
no
aeroporto
de
Midway
será
muito
superior
ao
que
previa
o
almirantado
japonês.
No
decorrer
de
uma
batalha
em
que
os
japoneses
não
dispõem
do
radar,
e
na
qual
foi
imposto
o
mais
absoluto
silêncio
do
rádio
a
toda
a
frota,
os
potentes
couraçados
nipônicos
– a
bordo
de
um
dos
quais
está
o
próprio
Yamamoto
– nunca
entrarão
em
ação.
Apesar
de
todas
as
expectativas,
são
os
porta-aviões
sob
comando
do
vice-almirante
Chuiki
Nagumo
que
sofrem
um
ataque
de
surpresa
pelos
aerotorpedeiros
americanos.
Em
apenas
cinco
minutos
– entre
10h25
e
10h30
do
dia
4
de
junho
de
1942
– a
sorte
do
conflito
no
Pacífico
é
irremediavelmente
invertida
em
favor
dos
Estados
Unidos.
Após
a
conclusão
de
uma
batalha
de
três
dias,
os
americanos
não
se
dão
conta
de
quão
esmagadora
foi
sua
vitória.
Os
japoneses
perdem
3.500
homens
(entre
os
quais
muitos
exímios
pilotos),
quatro
porta-aviões
(Akagi,
Kaga,
Soryu
e
Hiryu),
um
cruzador
e
332
aviões;
os
americanos,
cerca
de
300
homens,
um
porta-aviões
(Yorktown),
um
destroier
e
150
aviões.
Os
erros
táticos
cometidos
pelos
comandos
japoneses
são
também
consequência
da
excessiva
confiança
em
sua
capacidade
militar.
Sobre
o
desastre
de
Midway
é
mantido
no
Japão
o
mais
absoluto
sigilo.
Aos
sobreviventes
que
voltaram
pra
casa
é
proibido
qualquer
contato
com
as
famílias.
O
xeque-mate
japonês
em
Midway
indica
a
mais
repentina
e
dramática
inversão
de
forças
no
conflito
mundial
e
apaga
com
um
único
golpe
o
sonho
australiano
do
Japão,
que
em
setembro
deverá
abandonar
a
Nova
Guiné.
Seis
meses
após
Pearl
Harbor
termina
a
sensacional
sequência
de
vitórias
navais
e
terrestres
nipônicas.
Doravante
a
Marinha
imperial
perderá
toda
capacidade
de
iniciativa
no
Pacífico
e
a
guerra
naval
será
marcada
pela
sucessão
de
ataques
americanos
e
das
encarniçadas
operações
de
contenção
com
que
Tóquio
procurará
deter
o
inexorável
avanço
da
máquina
industrial
e
militar
dos
Estados
Unidos.”
pp.
170-171;
173
fonte:
FIORANI,
Flavio.
História
Ilustrada
da
II
Guerra
Mundial.
Volume
2.
Larousse,
2009
.
trad.
Ciro
Mioranza
mais
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by LdeM
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