A Batalha de Kiev
23 agosto – 26 setembro 1941
“Entre os dias 7 e 9 de setembro, o General Halder, chefe do Estado-maior, elaborou, juntamente com o Marechal von Rundstedt, o plano da batalha de aniquilamento em torno de Kiev. O 2o Grupamento Panzer de Guderian, devia prosseguir velozmente seu avanço em direção ao sul, até a localidade de Romny, situada a leste de Kiev, e a li se uniria às forças o 1o Grupamento Panzer de von Kleist, que avançaria do sul. A conquista de Kiev e a destruição das forças ali concentradas seria realizada pelos 6o exército de von Reichenau e 2o de von Weichs. As unidades soviéticas que tentassem escapar iriam chocar-se contra a barreira formada pelos tanques de Guderian e Kleist, em Romny.
Em 9 de setembro, os blindados de Guderian arremeteram para o sul e, apoiados pelos Stukas, conseguiram abrir caminho através da furiosa resistência soviética. Com profunda preocupação, Guderian comprovou que suas tropas começavam já a perder o ímpeto combativo. A dura e prolongada luta fazia com que surtissem seus efeitos nos blindados extenuados. Além disso, o abastecimento de munições e combustíveis se tornava cada vez mais difícil.
Continuou, porém, o avanço para Romny. A Divisão Panzer III, capitaneada pelo General Model, convergiu sobre aquela cidade, envolvendo as unidades russas que encontrou em seu caminho. O braço norte da pinça fechou-se, assim, nas costas das forças russas que combatiam em Kiev. Apesar da mortal ameaça que pesava sobre seus exércitos, o Marechal Budienny não ordenou a retirada e, ao contrário, continuou mobilizando reforços para o interior do gigantesco bolsão. Guderian decidiu acelerar a manobra e foi até o posto de comando da divisão Panzer III, para incitar suas tropas a redobrar os esforços.
No dia 10 de setembro, os tanques da vanguarda da divisão Panzer irromperam inesperadamente através das poderosas fortificações que cobriam o acesso a Romny e penetraram na cidade. O objetivo tinha sido alcançado. Guderian se dirigiu imediatamente a Romny e felicitou os oficiais e soldados que haviam participado da ação. Na metade da reunião, uma esquadrilha de aviões russos atacou com bombas e metralhadoras o grupo e obrigou Guderian e seus camaradas a procurar proteção no terreno lamacento.
As unidades de von Kleist conseguiram, finalmente, abrir caminho para o norte, em 13 de setembro. O outro braço na pinça fechou-se nas costas de Kiev. Nesse momento, o alto comando russo compreendeu finalmente o perigo mortal que suas forças corriam. Apinhando-se nas estradas, milhares de soldados russos empreenderam aceleradamente a retirada para o leste, com o fim de escapar da armadilha. Mas já era tarde demais. Os tanques de Kleist aniquilaram as forças que obstruíam sua avançada e, no dia 15 de setembro, estabeleceram contato com as forças de Guderian.” pp. 17-18
A cidade de Kiev foi ocupada em 19 de setembro e a batalha finda em 26 do mesmo mês.
“A propaganda alemã anunciou a vitória como a “batalha de aniquilamento mais gigantesca de todos os tempo”. Mais de 600.000 soldados russos caíram prisioneiros. Quatro exércitos soviéticos tinham sido aniquilados e os alemães conseguiram romper a frente numa extensão de 300 km.
Enquanto se desenrolavam as duras lutas de Kiev, Hitler tinha resolvido retomar o plano original de Halder e realizar o ataque contra Moscou. Numa reunião onde esteve com aquele chefe, no dia 5 de setembro, disse-lhe que, uma vez terminada as operações no sul, todas as forças Panzer seriam mobilizadas novamente para o centro, com a finalidade de lançar se demora o a ataque contra a capital. No dia 6, o Führer emitiu sua ordem n° 35 para a condução da guerra, segundo a qual estava formalmente ordenando o avanço sobre Moscou.
A Wehrmacht, enfraquecida pela luta ininterrupta (até 26 de setembro o exército alemão tinha perdido 500.000 homens), dispôs-se, assim, a desencadear a ofensiva que iria decidir a campanha contra a URSS. Restava, porém, uma grande ameaça incógnita. Na batalha de Kiev tinham-se perdido os últimos meses de bom tempo. Poderia o Grupo de Exércitos Centro alcançar a vitória antes da chegada do inverno?” p. 20
fonte: Segunda Guerra Mundial . Fascículo 13. Editora Codex. 1966
na internet: http://adluna.sites.uol.com.br/400/414.htm
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