quarta-feira, 15 de julho de 2015

Conferência de Potsdam - julho - agosto 1945





Conferência de Potsdam


julho – agosto 1945


A partir de 17 de julho de 1945, os EUA, o Reino Unido e a União Soviética passaram a estabelecer as diretrizes político-econômicas para a Alemanha no pós-Guerra. A seguir, enviaram ultimato ao Japão, exigindo rendição.

      Em 17 de julho de 1945, os chefes de governo dos Estados Unidos, Reino Unido e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), vencedores da Segunda Guerra Mundial, reuniram-se pela terceira vez no contexto do conflito. Antes, haviam acontecido as conferências de Teerã (em 1943) e de Ialta (fevereiro de 1945).
Quando os Aliados se reuniram em Potsdam, nas proximidades de Berlim, em julho de 1945, começava a se desgastar a aliança estabelecida em junho de 1941, com a invasão da Alemanha nazista.


      A Conferência de Potsdam significou uma reviravolta nas relações Leste-Oeste. Seus principais protagonistas foram o novo presidente norte-americano, Harry S. Truman, que em abril de 1945 havia substituído Franklin Delano Roosevelt; o ditador soviético Josef Stalin; e o primeiro-ministro britânico Winston Churchill, destituído durante a conferência e substituído por Clement Attlee.

      Os chefes de governo e seus ministros do Exterior pareciam entre dois mundos: com a incursão de suas Forças Armadas no Leste Europeu, a URSS havia criado uma hegemonia que tão cedo não seria equiparada. Já a Inglaterra consolidava sua posição como parceira dos Estados Unidos. Enquanto isso, o governo Truman tentava inverter a política pró-russa de seu antecessor.









Repartição da Alemanha


     Após a capitulação da Alemanha hitlerista, a Conferência de Potsdam, reunida de 17 de julho a 2 de agosto de 1945, ordena o destino do país e da Europa: reparações in natura; estabelecimento da fronteira oriental da Alemanha sobre o Oder-Neisse; independência da Áustria; anexação pela União Soviética dos Estados Bálticos, da Prússia Oriental e da Polônia Oriental.

     Contudo, rapidamente emerge a rivalidade entre a União Soviética e as Potências Ocidentais. É o começo da “Guerra Fria”. Uma “cortina de ferro”, segundo as palavras de Churchill, separa a Europa em dois: de um lado os países ocidentais sob a proteção dos Estados Unidos e beneficiários do Plano Marshall; de outro a União Soviética e seus “satélites”. A própria Alemanha se vê dividida em dois Estados hostis um ao outro.

     A conferência de Potsdam consagra o triunfo de Stalin. O líder soviético alegava em seu favor a morte de 20 milhões de combatentes do Exército Vermelho que sacrificaram sua vida para derrotar o nazi-fascismo e salvar a humanidade para justificar suas exigências.

     Em matéria de reparações, James Byrnes propôs a retenção in natura – máquinas, matérias primas, etc – pelos vencedores em sua zona de ocupação respectiva, por um valor total de 20 bilhões de dólares, a metade para os Ocidentais, a outra para a União Soviética.

     Os Acordos de Potsdam ratificaram as gigantescas transferências de populações – alemães e poloneses do leste; alemães transferidos da Silésia, dos Sudetos, da Transilvânia, etc – contentando-se em recomendar que fossem deslocados de forma “ordenada e segundo regras humanitárias”. No total foram deslocados 11 milhões de alemães entre 1945 e 1947.

     A conferência demoliu definitivamente o “Reich de Mil Anos” da propaganda nazista. Reconstituiu uma Áustria independente e neutra, que antes da guerra havia sido anexada à Alemanha e, de resto, reconheceu à Polônia o direito de administrar as províncias alemãs situadas a leste da linha Oder-Neisse, à espera de um plebiscito e de um tratado de paz.






Consequências da Conferência de Potsdam

  • Reversão de todas as anexações Alemãs na Europa após 1937 e a separação da Áustria da Alemanha.
  • Estabelecimento dos objetivos da ocupação da Alemanha pelos Aliados: desmilitarização, desnazificação, democratização e descartelização.
  • O Acordo de Potsdam, que denunciava a divisão da Alemanha e da Áustria em quatro zonas de ocupação (anteriormente decidido na Conferência de Ialta), e a similar divisão de Berlim e Viena em quatro zonas (americana, britânica, francesa e soviética). Posteriormente, em 1961, a zona soviética seria isolada das demais pelo Muro de Berlim.
  • Julgamento dos criminosos de guerra Nazis.
  • O estabelecimento da fronteira da Alemanha com a Polônia nos rios Rio Oder e Neisse ("linha Oder-Neisse").
  • A expulsão das populações Germânicas permanecentes fora das fronteiras da Alemanha.
  • Acordo sobre as indenizações de guerra. Os Aliados estimaram as suas perdas em 200 bilhões ou 200 mil milhões de dólares. Após insistências das forças ocidentais (excluindo assim a URSS), a Alemanha foi obrigada apenas ao pagamento de 20 bilhões ou 20 mil milhões, em propriedades, produtos industriais e força de trabalho. No entanto, a Guerra Fria impediu que o pagamento se processasse na totalidade.
  • Stalin propôs que a Polônia não tivesse direito a uma indenização direta, mas sim que tivesse direito a 15% da compensação da União Soviética (esta situação nunca aconteceu).
     Os Aliados editaram a Declaração de Potsdam que ultimou os termos de capitulação do Japão. Todos os outros assuntos seriam tratados na conferência de paz final, que seria convocada assim que possível.







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