FEB na Itália
Conquista de Monte Castello
dezembro 1944 – fevereiro 1945
“Os três primeiros ataques ao Monte
Castello foram realizados pelo mais esquecido dos batalhões do mais
esquecido dos regimentos que compuseram a F.E.B.: o III Batalhão do
6º Regimento de Infantaria. Aliás, o III/6º R.I. é o único
batalhão, ao que parece, que pode orgulhar-se de ter participado de
todas as vitórias brasileiras na Itália: Camaiore (pela 7ª
companhia), Monte Prano, toda a campanha do vale do Sercchio até
Barga e Gallicano, Monte Castello (três primeiros ataques),
Castelnuovo e Soprasasso (ação preparatória sobre S. Maria
Villiana e M. della Croce), Montesae (com a famosa patrulha a Monte
Buffone), Collechio (8ª companhia e um pelotão da C.P.P. III
[Companhia de Petrechos Pesados do 3º Batalhão]) e finalmente
Fornovo di Taro. Vamos fazer um resumo do desenrolar dos combates de
24, 25 e 26 de novembro, para depois estudarmos algumas conclusões
que, se verificadas na ocasião, teriam evitado, talvez, os ataques
fracassados de 29 de novembro e 12 de dezembro de 1944.”
“Nosso batalhão continuou nas mesmas
posições, sendo reserva no ataque realizado dia 29 de novembro por
dois batalhões recém-chegados ao fronte: I/1º R.I. e III/11º R.I.
Com o fracasso desse ataque, foi o III/6º R.I. retirado da linha de
frente, gozando de descanso de três dias (durante o qual teve
algumas baixas por bombardeio inimigo) voltando a ocupar as mesmas
posições na madrugada de 3 de dezembro. Somente em março de 45,
após a conquista de Soprasasso-Castelnuovo, é que o batalhão teria
dez dias de descanso em lugar abrigado (Vidiciatico).
No dia 12 de dezembro houve novo ataque,
com três batalhões tirados do 1º R.I. e 11º R.I., sem resultado.
Somente em 21 de fevereiro, após o inverno rigoroso, com novo plano
de ataque e empregando um regimento completo (1º R.I.), auxiliado
por um batalhão do 11º R.I., é que Monte Castello Seria
conquistado pelos brasileiros.”
“Dentre os ensinamentos que poderiam ser
tirados para orientar futuras ações no setor de Monte Castello,
surge em primeiro lugar as condições de número, físicas e morais,
que a tropa a ser empregada deveria preencher. Quanto ao número,
ficou evidenciada a perfeita organização do inimigo e seu poderia
no baluarte de Monte Castello, exigindo o emprego de pelo menos três
batalhões em 1º escalão, e, se possível, do mesmo Regimento, para
completa coordenação. Quanto às condições, seria necessária uma
tropa ao mesmo tempo descansada e com bastante prática do terreno.
Os ataques de 24, 25 e 26 foram feitos por um batalhão exausto e
desiludido. Os de 29-XI e 12-XII, por batalhões recém-chegados ao
fronte. Além disso, nenhum deles conhecia o terreno onde deveria
operar.”
Clóvis Garcia
1º Tenente de Infantaria, nascido em
Taquaratinga, São Paulo, 1921. C.P.O.R. de São Paulo,
1941. Estágio
no II/5o R.I. Convocado, como 2º Tenente, em 1943, segui no 1º
Escalão da
E.E.B., com o 6º R.I., como comandante de pelotão de
metralhadoras, passando depois a
comandante de morteiros. Promovido a
1º Tenente e, 15 de fevereiro de 1945. Ferido no
ataque ao Monte
Castello em 26 de novembro de 1944, em Casa M. di Bombiana. Medalhas
“Sangue do Brasil”, “Cruz de Combate de 2ª Classe”, “de
Campanha”, e “de Guerra”.
Bacharel em Direito.
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