segunda-feira, 7 de abril de 2014

Burma 1944 - Batalhas de Imphal e Kohima





IMPHAL E KOHIMA

Vitória do Exército Esquecido


Março de 1944: com base no pensamento que o ataque é geralmente
a melhor forma de defesa, o 15º Exército japonês ataca em Burma


Os eventos que levaram à batalha por Kohima começaram na noite de 7 de março de 1944, quando o Tenente-General Renya Mutaguchi, que comandava o 15º Exército japonês, lançou a Operação U-go, enviando suas divisões pelo rio Chindwin em um ataque batizado de 'A Marcha para Deli'. Na primeira fase estariam as conquistas de grandes armazéns e centros de administração que os ingleses tinham construído Imphal.


Ataques diversionários foram lançados ao sul de Imphal, mas, além do ataque principal ao almoxarifado militar, o passo mais importante foi o deslocamento da 31ª Divisão, do Tenente-General Sato, que cruzou o Chindwin em 15 de março e seguiu para o pequeno povoado de Kohima na vila Naga, com um espaço aberto no qual o destacamento de tropas armadas treinaram, um campo de reforços onde soldados que retornavam de licença ou deixavam o hospital esperavam a próxima ação, o bangalô do comissário local com um jardim no terraço e uma quadra de tênis e sua posição tática vital no comando da única estrada pela qual os reforços ingleses podiam seguir para Imphal vindos do fim da ferrovia de Manipur.



Defesa Britânica Rápida


Eles enfrentaram um perímetro de defesa rapidamente organizado com cerca de 1.500 homens, a maioria do 4º Royal West Kents, acrescidos de homens da força para-militar indiana Assam Rifles (recuando de posições avançadas de onde observavam e tentavam atrasar o avanço de Sato) e os extraordinariamente corajosos aldeões de Naga. Uma formação vital inglesa, a qual os primeiros invasores japoneses desconheciam, era uma bateria de metralhadoras de 94 mm localizada no lado oposto de uma montanha em Jotsoma, a 3,2 km do oeste de Kohima, formada por atiradores da 161ª Brigada Indiana.


Em questão de horas, os japoneses do 58º Regimento receberam provas da ferocidade do grupo – e, o Royal West Kents, da teimosia dos adversários. Os japoneses varreram Kohima da vila Naga à montanha Jail e, na noite de 6 de abril, conseguiram conquistar mais dois locais dentro do perímetro de defesa, conhecidos como D.I. S. e F.S.D. Mas as unidades de ataque foram aniquiladas na manhã seguinte pelo contra-ataque dos Royal West Kents.


No entanto, a essa altura, mais e mais membros dos 12.000 homens da infantaria de Sato e seus atiradores estavam chegando, e o próprio comandante estava confiante que em 48 horas venceria. Sete dias depois, sua confiança estava abalada. Na noite de 13 de abril, ataques em massa de grupos de soldados foram parados pela teimosa infantaria de defesa, ajudada pela mira incrivelmente acurada dos atiradores de Jotsoma. Eles conseguiram desfazer as formações japonesas, deram cobertura para os grupos de defesa e saquearam os sobreviventes assim que receberam ordens de voltar.


No dia seguinte, reforços para os aflitos ingleses chegaram a Jotsoma e começaram a planejar abrir caminho com explosões pelos últimos 3,2 km. Isso se mostrou extremamente difícil. O atraso necessário de 24 horas foi quase fatal, pois, durante aquela noite, os japoneses tinham explodido a localidade F.S.D. Com todas as bombas e morteiros que tinham; o perímetro de defesa começou a se desintegrar, e as posições em F.S.D. E na sua vizinha Kukri Piquet foram perdidas. Mas, às 08hs do dia 18 de abril, os ingleses em Jotsoma e nos arredores responderam com um bombardeio devastador à altura e, sob essa proteção, conseguiram aliviar a guarnição original.


A batalha, no entanto, ainda não tinha acabado. No lado britânico, brigadas da 2ª divisão avançavam pela estrada de Dimapur, enquanto, no lado japonês, mais e mais membros da 31ª Divisão de Sato eram posicionados. Como não havia espaço físico para as duas divisões (inglesa e japonesa) operarem na área de Kohima, ações para encurralar o inimigo foram tentadas pelos dois lados no entorno de Kohima. A situação era tal que uma taxa de avanço de 1,6 km por dia sem nenhuma oposição inimiga era aceita como média. Quando em 27 de abril, uma chuva torrencial começou a cair, o avanço se tornou quase impossível, e problemas como diarreia e disenteria causaram mais baixa do que armas e bombas.


Durante todo tempo esse, na parte central da cadeia de montanhas de Kohima, o núcleo da batalha continuava em combate. Os Durhams enfrentaram um ataque na montanha Garrison que custou a Sato tantas baixas que ele ordenou que não fossem mais realizados ataques noturnos e enviou uma mensagem dura para Mutaguchi reclamando do tempo que ele demorava para conquistar Imphal e da total falta de apoio e de abastecimento em Kohima.”
pp. 218-219



fonte: BISHOP, Chris & McNAB, Chris. II Guerra Mundial: campanhas dia a dia. Vol. 3 - A Guerra no pacífico 1942-1945. trad. Tatiana Napoli. São Paulo: Ed. Escala, 2009.


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