sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Mais sobre o Gueto de Varsóvia




Mais sobre o Gueto de Varsóvia


Fonte: BAUMAN, Janina. “Inverno na Manhã” (2005)
Trad. Carlos Alberto Medeiros


4.Os muros se fecham sobre nós

(22 de julho 1942)


“O número de deportados era em média de 5.000 a 7.000 por dia, por vezes atingindo 13.000 ...

Algumas das vítimas, resignadas com seu destino em consequência da inanição, se apresentavam voluntariamente à Umschlagplatz (*), atraídas pela visão da comida que os alemães ofereciam aos voluntários e pela promessa de que sua transferência para ‘o Leste’ significaria poderem viver e trabalhar em liberdade...

No princípio, os alemães isentaram da deportação os empregados das fábricas do gueto, os membros do Judenrat (**) e da polícia judaica, e os funcionários do hospital, assim como suas famílias. Milhares de judeus faziam esforços desesperados para obterem esses certificados de emprego. Com o passar do tempo, essas categorias ‘seguras’ também foram submetidas à deportação...

O número de vítimas, incluindo os que foram mortos no gueto e os deportados para Treblinka, chegou a um total aproximado de 300.000 dos 370.000 habitantes do gueto antes de julho de 1942 ...

Essa ampla Aktion durou de 22 de julho a 3 de setembro de 1942 ...


Encyclopaedia Judaica, Vol. 16


(*)Os nazistas transformaram o armazém da estação da rua Stawki, em Varsóvia, num local de reunião durante a deportação em massa. As vítimas eram levadas para lá e mantidas num pátio rodeado por cercas altas e amontoadas num prédio abandonado até que chegassem os carros de transporte para leva-las embora. O armazém era vigiado por contingentes da SS, por tropas de apoio e pela Polícia Judaica.

(**)O Conselho Judaico foi estabelecido durante a ocupação alemão, por ordem dos nazistas, como uma extensão de seu congênere de antes da guerra. Devia cuidar da comunidade do gueto e executar as ordens das autoridades alemãs.



“Em seguida às deportações, a área do gueto foi uma vez mais drasticamente reduzida, e algumas fábricas e vários blocos de prédios ficaram do lado de fora dos novos muros cercados por arame farpado para evitar que alguém pudesse encontrar abrigo ali. Os alemães também fixaram em 35.000 pessoas o número máximo de habitantes com permissão de permanecerem no gueto... Os líderes do movimento clandestino avaliaram a nova situação. No primeiro encontro, decidiram criar a Organização da Luta Judaica e empreender ações de resistência a novas deportações. Alguns membros do movimento tinham conseguido escapar de Treblinka e trazido ap gueto informações sobre o verdadeiro destino dos deportados, ou seja, a aniquilação física...

Algo entre 30.000 e 50.000 judeus, na maioria trabalhadores das fábricas e suas famílias, permaneceram legalmente no gueto, empregados dentro ou fora dele... Além destes havia de 20.000 a 30.000 judeus vivendo no gueto ‘ilegalmente’ ...

Nesse período, faziam-se intensos preparativos para a resistência armada ...”


Encyclopaedia Judaica, vol. 16



“A segunda leva de deportação começou a 18 de janeiro de 1943, quando os nazistas irromperam no gueto, cercaram inúmeros prédios, mataram os pacientes e deportaram os funcionários. Muitos operários que trabalhavam fora do gueto foram incluídos entre os deportados. As organizações clandestinas, insuficientemente equipadas e mal-preparadas, ainda assim ofereceram resistência armada, que redundou em quatro dias de luta nas ruas...

Em conseqüência, a segunda leva de deportações foi suspensa após quatro dias, durante os quais os alemães só conseguiram enviar 6.000 pessoas pra Treblinka. Cerca de outras 1.000 foram mortas no próprio gueto.”



Encyclopaedia Judaica, vol. 16



5.Fora dos muros

PROCLAMAÇÃO (*)

Pena de Morte por ajudar judeus que saíram de áreas
residenciais judaicas sem autorização


Numerosos judeus deixaram recentemente sem permissão as áreas de residência que lhes foram designadas. Neste momento eles ainda estão no distrito de Varsóvia.

Declaro pelo presente que, de acordo com o terceiro decreto do Governador-Geral, referente às restrições residenciais no Governo-Geral, de 15 de outubro de 1941 (UBL GS, p. 595), na apenas os judeus que abandonaram dessa maneira as áreas residenciais a eles designadas serão punidos com a morte, mas a mesma punição será imposta a qualquer pessoa que abrigue tais judeus. Isso não inclui somente fornecer abrigo e comida, mas qualquer outra forma de ajuda, e.g., transportar judeus em qualquer tipo de veículo, comprar bens de judeus etc.

Pelo presente instruo a população do Distrito de Varsóvia a informar imediatamente a delegacia ou comando policial mais próximo sobre qualquer judeu que permaneça fora da área residencial judaica sem autorização ...


                                                             Varsóvia, 6 de setembro de 1942
                                                                    CHEFE DA SS E DA POLÍCIA
                                                                                     Distrito de Varsóvia


(*)Proclamação do Chefe da SS e da Polícia, cit. Por Josef Banas, The scapegoats, traduzido por Tadeusz Szafar. Londres, Weidenfeld & Nicolson, 1979.



Fonte:
BAUMAN, Janina. Inverno na Manhã – Uma Jovem no Gueto de Varsóvia.
Rio de Janeiro, Jorge Zahar D., 2005. pp. 79, 97, 110, 115

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