sábado, 4 de junho de 2011

Preâmbulos da Operação Barbarossa



1941: preâmbulos da Guerra Germano-Russa
(ou Grande Guerra Patriótica)




A Alemanha preparava uma agressão.” (no Cap. V)

“1. O pacto de 27 de setembro de 1940 – Nesta data o Japão, a Itália e a Alemanha renovam sua aliança. Infalivelmente, dado o tratado germano-soviético, não pode haver pacto antikomintern. Entretanto, a Alemanha e a Itália atribuem-se um papel dirigente na Europa (art. 1º) e o Japão no Extremo Oriente (art. 2º). Duas pretensões que não deixam de inquietar a URSS. O Pravda de 28 de setembro observa que o pacto de Berlim provocará um agravamento da guerra, que os três signatários visam esferas de influência que ultrapassam suas fronteiras naturais e que a URSS permanecerá neutra 'enquanto depender dela.'

2. A questão búlgara. [...] A Rússia propõe à Bulgária um pacto de auxílio mútuo. Os democratas búlgaros preconizam uma aproximação com a URSS, mas o clã pró-hitlerista leva vantagem. A 9 de fevereiro, a proposta soviética é rejeitada, e a 1º de março a Bulgária adere ao pacto de Berlim. No dia seguinte o exército alemão entra em território búlgaro. [...]

3. A questão iugoslava. -Desde o início da campanha da Grécia, a pressão alemã sobre a Iugoslávia é cada vez mais forte, e o governo do Príncipe Paulo cede pouco a pouco às injunções de Hitler. Seus representantes dirigem-se a Viena a fim de aderir ao pacto tripartido (25 de março de 1941). Esta notícia provoca grandes movimentos de protesto em Belgrado e na província. A 27 de março o jovem Príncipe Pedro sobe ao trono. Forma-se novo governo sob a presidência do General Simovitch (31 de março). Na noite de 5 para 6 de abril, na presença de Stálin é assinado um tratado de não-agressão entre a URSS e o novo governo iugoslavo. A 6 de abril, de manhã, a Wehrmacht rompeu as fronteiras da Iugoslávia.

Em tal situação, a União soviética envida esforços no sentido de evitar qualquer gesto que pudesse ser interpretado como uma provocação. Para não dar pretexto a uma agressão alemã, rompe todas as relações oficiais com os representantes diplomáticos belgas, norueguês, iugoslavo e grego. A 13 de junho, afirma que permanecerá fiel à sua política de neutralidade. Contudo, seu governo não deixa de tomar precauções. A 22 de abril, proíbe todo trânsito de armas e de material de guerra. A imprensa de Moscou protestou contra a atitude equívoca da Finlândia e a 6 de maio Stálin é nomeado presidente do Conselho dos Comissários do Povo.

No entanto, a Alemanha preparava a agressão. A 18 de junho, assinou um tratado de amizade com a Turquia. A Romênia praticamente encontra-se em pé de guerra. Tropas e material alemães se concentram na Finlândia e na Noruega. A 22 de junho, às 5,30 da manhã, as tropas alemãs, apoiadas pelos exércitos finlandês e romeno, penetram em território soviético.”
(pp. 108/109, grifos meus)


fonte: BRUHAT, Jean. História da URSS (Histoire de l'URSS, 1964)
São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1966.
trad. Geraldo G. De Souza





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Operação Barbarossa


Diretiva de Hitler



O Fuehrer e o Supremo Comando da Wehrmacht

Quartel General do Fuehrer 18.12.40

Directiva Nº 21 Caso Barbarossa

A Wehrmacht alemã deve estar preparada, mesmo antes da conclusão da guerra contra a Grã-Bretanha, a subjugar a Rússia Soviética numa campanha rápida (Caso Barbarossa)

Preparações a serem feitas pelo Alto comando nas seguintes bases:

(I)Intenção Geral:

A concentração do exército russo na Rússia Ocidental deve ser aniquilada em audaciosas operações por cunhas de Panzer que penetram profundamente, e a retirada das unidade combatentes para o interior dos amplos espaços abertos da Rússia devem ser prevenidos.

Por meio de rápida ocupação uma linha deve ser alcançada a partir da qual a força aérea russa não possa mais atacar o território do Reich alemão. O objetivo final da Operação é um anteparo contra a Rússia asiática a partir de uma linha geral Volga-Archangel. Deste modo a última região industrial que sobrar na Rússia, nos Urais, poderá ser eliminada pela Luftwaffe se for necessário.

(II)Presumíveis aliados e suas tarefas:

.... .....

(III)Conduta das operações:

(A)Exército (aprovação de intenções submetidas a mim):

Na área de operações dividida pelos Pântanos Pripet numa metade sul e outra norte o centro de gravidade será formado ao norte desta área. Aqui dois Grupos de Exército devem ser previstos.

O mais meridional destes dois Grupos de Exército – Centro do front como um todo – tem a tarefa de irromper adiante com particularmente robustas formações blindadas (Panzer) e motorizadas desde a área ao redor e ao norte de Varsóvia (Warsaw) e de esmagar as forças inimigas na Bielorússia (Rússia Branca). Desde modo o pré-requisito deve ser criado por unidades robustas de tropas ligeiras para seguir rumo ao norte, onde, em cooperação com o Grupo de Exército Norte operando desde a Prússia Oriental na direção geral de Leningrado, eles devem aniquilar as forças inimigas combatendo na área Báltica. Apenas após o completar desta tarefa básica, a qual deve ser seguida pela ocupação de Leningrado e Kronshstadt, são operações ofensivas a serem continuadas com a visão de capturar o importante centro de comunicações e armamentos de Moscou.

Apenas um inesperadamente rápido colapso da resistência russa deveria justificar a busca simultânea de ambos os objetivos.

O Grupo de Exército disposto ao sul dos Pântanos Pripet deve formar seu centro de gravidade na área de Lublin na direção geral de Kiev, em ordem para avançar rapidamente com robustas forças blindadas (Panzer) no profundo flanco e retaguarda das forças russas e rolar ao longo do Dnieper.

Uma vez que as batalhas ao sul e ao norte dos Pântanos Pripet terem sido lutadas os seguintes objetivos devem ser almejados no curso da ocupação:

No sul a captura da Bacia do Donets logo no início, Bacia que é importante para a economia de guerra.

No norte a rápida conquista de Moscou.

A captura desta cidade representará um decisivo sucesso político e econômico, e além disso significará a eliminação de um importante centro ferroviário.



(Assinado) Adolf Hitler




trad. Leonardo de Magalhaens


fonte: CARELL, Paul. “Hitler Moves East. 1941-1943. trad. de 'Unternehmen Barbarossa' by Ewald Osers Berlim, 1963. trad. inglesa , Boston, London, G. Harrap & Co. Ltda , 1964.

pp. 19-20
original em alemão



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