fontes das imagens: http://www2.uncp.edu/home/rwb/hst430_p3.htm
Solução Final
Libertação do Campo de Extermínio
Auschwitz-Birkenau
janeiro 2015
O Sistema dos Campos de Concentração
“O campo de Dachau, construído em 1933
nos arredores de Munique, é o primeiro de uma longa lista de campos
de concentração para os quais são deportados opositores políticos
e elementos 'antissociais', sem qualquer intervenção das
autoridades judiciárias. Depois da eclosão da guerra, a polícia
secreta de Estado (Geheime
Staatspolizei, abreviada para
Gestapo), a polícia criminal do Reich
(Kripo),
os órgãos de segurança do Partido Nazista (Sicherheitsdienst,
abreviado para SD), aos quais vai se juntar a polícia militar
(Feldgendarmerie),
deportam dos territórios ocupados da Polônia e da Rússia dezenas
de milhares de pessoas para os campos de concentração. São homens,
mulheres e crianças coagidos aos trabalhos forçados em condições
que equivalem a uma condenação à morte.
Ao campo de Dachau seguem-se os de
Sachsenhausen, Buchenwald, Flossenbürg, Mauthausen (nas redondezas
da cidade austríaca de Linz) e o exclusivamente feminino de
Ravensbruck. Seguir-se-á a construção, entre outros , de Chelmno,
Belzec, Sobibor, Treblinka e Maidanek, verdadeiros campos de
extermínio.
As diversas categorias de detidos são
assinaladas por distintivos de cores diferentes (vermelho para os
políticos, rosa para os homossexuais, verde para os prisioneiros
comuns, lilás para as Testemunhas de Jeová, preto para os
antissociais, amarelo para os judeus). A população dos campos sofre
um espantoso incremento com a chegada de prisioneiros de guerra e de
núcleos de população dos territórios do Leste. Em 1942 a gestão
dos campos passa para as mãos das SS,
que se encarregam de organizar o trabalho forçado dos internados.
Nas proximidades dos campos surgem muitas vezes fábricas (como a IG
Farben, perto de Auschwitz),
cuja produção é destinadas a usos bélicos.
Depois da Conferência
de Wannsee [perto de Berlim, em
20 de janeiro de 1942, onde a hierarquia nazista decidiu a 'solução
final'],o extermínio dos judeus
se torna uma prática sistemática. Precedida pelo decreto 'noite e
nevoeiro' [Nacht und Nebel]
(expressão em código que quer dizer 'em total segredo'), que em
1941 dispôs a transferência de todos os suspeitos para os campos de
concentração, a política de aniquilamento racial registra um salto
à frente com a construção de campos de extermínio na Europa do
Leste, onde as câmaras de gás e os fornos crematórios são os
instrumentos do extermínio em massa dos prisioneiros (judeus e
não-judeus) julgados inaptos para o trabalho forçado. Calcula-se
que o número de judeus mortos nos campos nazistas atinja cerca de
seis milhões, enquanto chegam a cerca de 20 milhões as pessoas que,
entre 1936 e 1945, são deportadas para os campos de concentração e
de extermínio.
Centenas de milhares de pessoas, alemães
e do Leste europeu, com vários níveis de responsabilidade
(transportes, administração, vigilância), foram envolvidas nessa
gigantesca obra de eliminação das 'raças inferiores'. Aos seis
milhões de judeus devem ser acrescentados 3,5 milhões de
prisioneiros soviéticos, cerca de um milhão de detidos nos campos
de concentração, cerca de 240.000 ciganos e não menos de 70.000
doentes mentais, objeto de eutanásia.”
O Símbolo do Genocídio
“Em 1940, entra em funcionamento na
Silésia (sul da Polônia) o mais extenso e eficiente campo de
extermínio, que se tornou o próprio símbolo do genocídio:
Auschwitz-Birkenau.
Ele se transforma em pouco tempo em uma extensão do moderno sistema
de produção industrial, no qual são empregados milhões de seres
humanos como matéria-prima cujo fim é a morte por privações ou
nas câmaras de gás. Nele coexistem os trabalhos forçados e o
extermínio em massa planejado. É a única alternativa que aguarda
os internados que chegam nos vagões de carga.
O complexo do campo de concentração de
Auschwitz-Birkenau
é composto de três campos diversos. O primeiro é o principal
(Auschwitz I),
onde foram instalados uma câmara de gás e um forno crematório para
a matança de prisioneiros russos e doentes terminais. O segundo é o
de Birkenau (Auschwitz II,
a dois quilômetros do campo principal), onde se pratica o extermínio
em massa dos judeus e dos ciganos, subdivido em dois bunkers,
nos quais funcionam até janeiro de 1945 uma dezena de câmaras de
gás de cerca de 240m2 cada uma, onde os internados são asfixiados
com o Zyklon B,
vendido como pesticida. Birkenau dispõe, além disso, de quatro
fornos crematórios.
A seis quilômetros dele está o complexo
industrial (Auschwitz III)
da IG Farben
(na localidade de Monowitz), onde a mão de obra escrava produz
metanol e borracha sintética. O comandante do campo Rudolf Hess
coordena a seleção dos judeus deportados para o local de todos os
cantos da Europa (Polônia, França, Holanda, Grécia, Alemanha,
Itália, Noruega, Iugoslávia, Hungria, Bélgica, além dos guetos
dos territórios ocupados pela Wehrmacht)
e a organização do trabalho e dos procedimentos de extermínio
executados pelas SS.
Os presos aptos para o trabalho vivem em condições amedrontadoras:
amontoados em barracos, acometidos de doenças infecciosas, em
condições higiênicas espantosas e com rações alimentares de
fome.
Em 1943, Birkenau
atinge sua ocupação máxima: 200.000 internados. Descoberto em
janeiro de 1945 pelo Exército Vermelho em seu avanço sobre a
Alemanha, o campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau
deu a morte a cerca de dois milhões de pessoas.
Os mais recentes estudos sobre o
funcionamento dessa organização para o extermínio em massa
liberaram definitivamente o campo das tentativas de 'revisionistas'
de redimensionar ou até mesmo de negar a existência dessa
gigantesca máquina de morte, com a qual o regime nazista procurou
exterminar um povo inteiro por motivos raciais. Auschwitz
fica como uma admoestação para a memória de todas as consciências
do mundo civil.”
pp. 139-142
Fonte:
FIORANI, Flavio. História
Ilustrada da II Guerra Mundial. Volume 2.
São Paulo: Larousse, 2009.
Os Russos às portas da Prússia
Oriental
“Na Hungria, o Exército
Vermelho teve muito trabalho
para abrir uma brecha para chegar a Budapeste (cuja população está
reduzida à miséria), onde a encarniçada resistência alemã só
cessou nos primeiros dias de fevereiro de 1945, depois de dois meses
de ásperos combates.
No front
do mar Báltico e de Leningrado, é coroada de sucesso a manobra com
a qual os soviéticos conseguem isolar o grupo de exércitos Norte
alemão, obrigado a abandonar a Estônia e sob a ameaça de ser
esmagado em um enorme bolsão às margens do Báltico. Logo depois,
ante o impetuoso avanço do segundo front
bielo-russo de Rokossovsky, as portas da Prússia oriental se
abriram, enquanto Stálin [comandante soviético] ordenou aos outros
dois fronts
– o ucraniano de Koniev e o bielo-russo de Zukov, que possuem quase
um terço de toda a infantaria soviética e metade do total dos
tanques do Exército Vermelho – preparar a grande ofensiva que
deverá conduzir a Berlim.
No dia 21 de janeiro de 1945 Rokossovsky
ocupa Tannenberg, onde em 1914 os exércitos prussianos tinham
vencido as tropas do czar [imperador russo antes da Revolução
de 1917]. Os contingentes
alemães na Prússia oriental se entrincheiraram em Konigsberg,
cercada pelos soviéticos. Com uma série de terríveis golpes que
têm o objetivo de aniquilar o inimigo, Koniev marchou para
Breslávia, Cracóvia e para a região industrial da Silésia.
No dia 27 de janeiro os russos entraram no
campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau.
Com um intenso e aterrador bombardeio a partir da cabeça-de-ponte
soviética às margens do Vístula, ao sul de Varsóvia [Warsaw],
Zukov abriu a ofensiva que em poucos dias levaria à libertação da
capital polonesa.”
pp. 254 e
256
Fonte:
FIORANI, Flavio. História
Ilustrada da II Guerra Mundial. Volume 3.
São Paulo: Larousse, 2009.
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