Revolta de Varsóvia
(Powstanie
warszawskie)
agosto / setembro 1944
Enquanto as tropas do Exército Vermelho
soviético avançam da Rússia Branca (Bielorússia) e Ucrânia para
a Europa ocidental, os soldados do antes derrotado exército polonês
(então um exército clandestino) se levantaram em revolta contra os
ocupantes alemães. Os poloneses nacionalistas batizaram a revolta
como a Operação Tempestade (Akcja
Burza). Mas
os resistentes não contaram com o apoio soviético, que não
esperava a restauração do antigo governo polonês, odiado pelo
ditador Joseph Stálin.
As tropas do Exército Vermelho
estacionaram ao longo do front
polonês, alegando necessidade de reabastecimento, após o avanço de
dois meses (desde o início da Operação
Bragation, em junho), e assim
não se articularam com os poloneses para uma ação conjunta contra
as tropas nazistas. O resultado foi o esmagamento da revolta e a
destruição da cidade de Varsóvia.
“Batidos
os nazistas em Stalingrado, em janeiro de 1943 e novamente derrotados
na batalha do bolsão de Kursk, na Ucrânia, em julho de 1943, a
grande contra-ofensiva soviética aproximou-se das fronteiras da
Polônia em 1944. Aproveitando-se da evidência do Exército Vermelho
estar nas cercanias de Varsóvia, a resistência polonesa do
Armija
Krazowa
(AK), braço militar do governo exilado em Londres, lideradas pelo
general Bor-Komarowscki, seguindo nas esteiras do levante judeu do
Gueto de Varsóvia, ocorrido em 1943, intentaram um surpreendente
alçamento armado contra os nazistas como acontecia em Paris na
mesma altura. Visavam liberarem a cidade e o restante do país sem
apelar para o auxilio direto dos russos.
Os
insurgentes então entoaram os versos patrióticos compostos por
Casimiro Kumaniewski, em 1942, cantando: "Soou
a hora da nossa vingança/ pelas injustiças, pelo nosso sangue e
nossas lágrimas/ Nós, soldados, fomos convocados a lutar/ Por Jesus
e Maria! Às armas! Às armas! O Céu da liberdade está em
chamas/Por nossa pátria e tudo o que ela significa/Até um novo
mundo ser introduzido nas nossas vidas/Nosso dever é terminar com a
servidão".
Como
os soviéticos não foram consultados sobre a conveniência daquela
insurreição, iniciada em 1º de agosto de 1944, não houve
articulação entre o comando polonês na capital e as tropas russas
mais próximas, que estavam do outro lado do rio Vístula, acampadas
há alguns quilômetros distantes. Deu-se então a grande tragédia.
Isoladas
e mal equipadas, as milícias do AK, depois de sustentarem um combate
urbano desproporcional durante 63 dias dentro de Varsóvia, foram
dizimadas pelas divisões blindadas da Wehrmacht
e da brigada SS
Dielenburg.
Obedecendo a ordem de Hitler, elas destruíram com canhões, em
conjunto com os bombardeios aéreos rasantes feitos pela Luftwaffe,
praticamente nove décimos da capital polonesa (98% dos edifícios
públicos foram dinamitados).”
“Revolta
contra a ocupação alemã de Varsóvia, ocorrida entre Agosto e
Outubro de 1944 durante a II Guerra Mundial, organizada pela
Resistência Polaca. A revolta seria brutalmente esmagada quando a
ajuda soviética prometida aos polacos não veio.
O
exército alemão começou a retirada de Varsóvia antes da chegada
das tropas soviéticas, quando a Resistência Polaca entrou em acção
para manter as forças alemãs ocupadas e facilitar a entrada na
cidade do exército soviético. Os combates de rua começaram em 1
Agosto, mas no dia seguinte os soviéticos pararam a sua ofensiva,
permitindo aos alemães usarem toda a sua força contra a rebelião
polaca.
Apesar
dos apelos dos polacos, os soviéticos não só não forneceram ajuda
como também não permitiram que os Aliados transportassem armas e
abastecimentos para os polacos por via aérea. Destacamentos da
Resistência que se encontravam fora da cidade e que pretendiam
entrar foram cercados e desarmados pelos soviéticos. Percebeu-se
então que o objectivo dos soviéticos era que os polacos e os
alemães se destruíssem mutuamente para que pudessem impor o seu
regime sem terem oposição. A Resistência Polaca rendeu-se a 2 de
Outubro de 1944.”
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