terça-feira, 12 de novembro de 2013

Frente Oriental - Avanço para o Rio Dnieper




Frente Oriental


1943-1944




Avanço para o Rio Dnieper


Enquanto o elemento norte do ataque alemão a Kursk parava diante da feroz resistência russa, a Frente Ocidental Soviética (do General Sokolosky) lançava a Operação Kutuzov, um ataque contra o 2º Exército Panzer. As forças alemãs, envolvidas na sua própria ofensiva, foram pegas de surpresa pela Operação Kutuzov. Os alemãs foram rapidamente vencidos, com as unidades russas ameaçando cortas as linhas de comunicação do 9º Exército de [General] Model. [A operação] Kutuzov foi seguida por uma ofensiva na direção de Orel pela Frente de Bryansk, do General Popov. Orel detinha a estrada principal e a junção ferroviária da região, e a perspectiva de perder a cidade era preocupante para os alemães. Orel caiu depois de uma semana, e os russos continuaram a forçar o avanço; em meados de agosto, as posições alemãs ao norte se tornaram insustentáveis e tiveram de ser abandonadas. Os alemães recuaram para preparar posições defensivas a 129 km a oeste.


Enquanto as operações ao norte se desenrolavam, os russos não ignoravam as posições do inimigo ao sul. a Frente Steppe, do General Knoen, e a Frente Voronezh, do General Vatutin, lançaram sua própria ofensiva (Operação Polkovodets Rumyantsev), com o objetivo de destruir as posições alemãs ao sul da saliência antes de seguir para retomar Belgrado e Kharkov.


Quando Rumyantsev começou, em 3 de agosto, os alemães foram mais uma vez pegos de surpresa. eles tinham corretamente concluído que as frentes de Steppe e Voronezh sofreram grandes perdas durante o embate em Kursk, mas subestimaram a capacidade russa de trazer reforços para a linha de batalha e, dessa forma, não se prepararam para um ataque inimigo.


Rumyantsev teve sucesso rápido: Belgrado caiu ao fim do segundo dia, permitindo o avanço na direção de Bogodukhov e Kharkov. o contra-ataque alemão se mostrou improdutivo, e Kharkov mudou de mãos pela quarta - e última - vez em 21 de agosto de 1943. conforme a Operação Rumyantsev prosseguia, a frente central do General Rokossovky lançou uma ofensiva própria em Kursk, agindo como um elo entre as ofensivas do norte e do sul. Ao mesmo tempo, as frentes do sul e sudeste começaram um ataque contra o Grupo de Exército do sul.


Em meados de setembro, a ofensiva já tinha levado o Grupo de Exército do Sul alemão a recuar até o rio Dnieper. a posição nas margens do rio foi garantida pelo avanço soviético de 23 de setembro, com a força principal atravessando o rio por uma passagem frontal de Gomel a Zaporozhye. A ação continuou e, em 25 de outubro, o avanço soviético já tinha isolado as forças alemãs na Crimeia. Outro contra-ataque alemão parou o avanço das forças soviéticas nos arredores do centro de abastecimento alemão em Krivoi Rog, mas isso não foi suficiente para impedir que os russos seguissem para Kiev. a ofensiva lá começou em 3 de novembro, e a cidade voltou ao domínio soviético em 48 horas.


O natal se aproximava, e os alemães agora detinham apenas pequenas porções da margem ocidental do rio Dnieper, esperando se segurar até que a ofensiva soviética se esgotasse em si mesma. as evidências de que os russos iriam diminuir o ritmo, no entanto, eram apenas para enganar os alemães: eles não tinham intenção nenhuma de diminuir o passo pelo restante de 1943 agora que detinham a iniciativa da batalha."




Avanço Soviético



"Os eventos que seguiram a batalha de Kursk foram um grande golpe para as forças alemãs na Frente Oriental. suas perdas podiam ser suportadas; no entanto, sem uma brecha no furioso ataque russo estava evidente que os nazistas estavam sob o sério risco de simplesmente não conseguirem mais trazer soldados para a linha de batalha com agilidade o suficiente para conter os ataques.


Esta situação foi amplamente ilustrada pela Operação Rumyantsev. As duas frentes soviéticas envolvidas tinham sofrido enormes perdas no conflito em Kursk e parecia inconcebível que conseguissem se reagrupar e se preparar para novas ações. os comandantes alemães imaginaram que, no mínimo, as duas forças permaneceriam inativas até o fim de agosto de 1943. na verdade, as duas frentes receberam reforços rapidamente e, quando o combate foi reiniciado no início de agosto, os alemães se viram em desvantagem numérica de 3 para 1, enfrentando quase 700.000 russos.


A combinação habilidosa de exércitos armados e tanques de batalha fazia com que os russos conseguissem abrir caminho pelas linhas alemãs com relativa facilidade. os comandantes alemães eram profissionais competentes, mas as condições que enfrentavam eram impossíveis. alguns contra-ataques conseguiram atrasar o avanço russo para o rio Dnieper, mas não chegaram nem perto de impedi-lo. os soldados soviéticos agora cercavam as margens do rio, esperando para dar o próximo passo."
pp. 120-123

fonte: JORDAN, David & WIEST, Andrew. Atlas da Segunda Guerra Mundial. As duas Frentes de Batalha. Trad. Tatiana Napoli. São Paulo: Escala, 2008.


mais info em










Nenhum comentário:

Postar um comentário