Frente
Oriental
1943-1944
Avanço
para o Rio Dnieper
Enquanto
o elemento norte do ataque alemão a Kursk parava diante da feroz
resistência russa, a Frente Ocidental Soviética (do General
Sokolosky) lançava a Operação
Kutuzov,
um ataque contra o 2º Exército Panzer.
As forças alemãs, envolvidas na sua própria ofensiva, foram pegas
de surpresa pela Operação
Kutuzov.
Os alemãs foram rapidamente vencidos, com as unidades russas
ameaçando cortas as linhas de comunicação do 9º Exército de
[General] Model. [A operação] Kutuzov foi seguida por uma ofensiva
na direção de Orel pela Frente de Bryansk, do General Popov. Orel
detinha a estrada principal e a junção ferroviária da região, e a
perspectiva de perder a cidade era preocupante para os alemães. Orel
caiu depois de uma semana, e os russos continuaram a forçar o
avanço; em meados de agosto, as posições alemãs ao norte se
tornaram insustentáveis e tiveram de ser abandonadas. Os alemães
recuaram para preparar posições defensivas a 129 km a oeste.
Enquanto
as operações ao norte se desenrolavam, os russos não ignoravam as
posições do inimigo ao sul. a Frente Steppe, do General Knoen, e a
Frente Voronezh, do General Vatutin, lançaram sua própria ofensiva
(Operação
Polkovodets Rumyantsev),
com o objetivo de destruir as posições alemãs ao sul da saliência
antes de seguir para retomar Belgrado e Kharkov.
Quando
Rumyantsev começou, em 3 de agosto, os alemães foram mais uma vez
pegos de surpresa. eles tinham corretamente concluído que as frentes
de Steppe e Voronezh sofreram grandes perdas durante o embate em
Kursk, mas subestimaram a capacidade russa de trazer reforços para a
linha de batalha e, dessa forma, não se prepararam para um ataque
inimigo.
Rumyantsev
teve sucesso rápido: Belgrado caiu ao fim do segundo dia, permitindo
o avanço na direção de Bogodukhov e Kharkov. o contra-ataque
alemão se mostrou improdutivo, e Kharkov mudou de mãos pela quarta
- e última - vez em 21 de agosto de 1943. conforme a Operação
Rumyantsev
prosseguia, a frente central do General Rokossovky lançou uma
ofensiva própria em Kursk, agindo como um elo entre as ofensivas do
norte e do sul. Ao mesmo tempo, as frentes do sul e sudeste começaram
um ataque contra o Grupo de Exército do sul.
Em
meados de setembro, a ofensiva já tinha levado o Grupo de Exército
do Sul alemão a recuar até o rio Dnieper. a posição nas margens
do rio foi garantida pelo avanço soviético de 23 de setembro, com a
força principal atravessando o rio por uma passagem frontal de Gomel
a Zaporozhye. A ação continuou e, em 25 de outubro, o avanço
soviético já tinha isolado as forças alemãs na Crimeia. Outro
contra-ataque alemão parou o avanço das forças soviéticas nos
arredores do centro de abastecimento alemão em Krivoi Rog, mas isso
não foi suficiente para impedir que os russos seguissem para Kiev. a
ofensiva lá começou em 3 de novembro, e a cidade voltou ao domínio
soviético em 48 horas.
O
natal se aproximava, e os alemães agora detinham apenas pequenas
porções da margem ocidental do rio Dnieper, esperando se segurar
até que a ofensiva soviética se esgotasse em si mesma. as
evidências de que os russos iriam diminuir o ritmo, no entanto, eram
apenas para enganar os alemães: eles não tinham intenção nenhuma
de diminuir o passo pelo restante de 1943 agora que detinham a
iniciativa da batalha."
Avanço
Soviético
"Os
eventos que seguiram a batalha de Kursk foram um grande golpe para as
forças alemãs na Frente Oriental. suas perdas podiam ser
suportadas; no entanto, sem uma brecha no furioso ataque russo estava
evidente que os nazistas estavam sob o sério risco de simplesmente
não conseguirem mais trazer soldados para a linha de batalha com
agilidade o suficiente para conter os ataques.
Esta
situação foi amplamente ilustrada pela Operação
Rumyantsev.
As duas frentes soviéticas envolvidas tinham sofrido enormes perdas
no conflito em Kursk e parecia inconcebível que conseguissem se
reagrupar e se preparar para novas ações. os comandantes alemães
imaginaram que, no mínimo, as duas forças permaneceriam inativas
até o fim de agosto de 1943. na verdade, as duas frentes receberam
reforços rapidamente e, quando o combate foi reiniciado no início
de agosto, os alemães se viram em desvantagem numérica de 3 para 1,
enfrentando quase 700.000 russos.
A
combinação habilidosa de exércitos armados e tanques de batalha
fazia com que os russos conseguissem abrir caminho pelas linhas
alemãs com relativa facilidade. os comandantes alemães eram
profissionais competentes, mas as condições que enfrentavam eram
impossíveis. alguns contra-ataques conseguiram atrasar o avanço
russo para o rio Dnieper, mas não chegaram nem perto de impedi-lo.
os soldados soviéticos agora cercavam as margens do rio, esperando
para dar o próximo passo."
pp.
120-123
fonte:
JORDAN, David & WIEST, Andrew. Atlas
da Segunda Guerra Mundial. As duas Frentes de Batalha.
Trad. Tatiana Napoli. São Paulo: Escala, 2008.
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