A Segregação
Os guettos
O Ghetto de Varsóvia (Warsaw)
Varsóvia, a capital da Polônia fora ocupada desde setembro/outubro de 1939
A ordem para a segmentação - criação do guetto – foi expedida em setembro/outubro de 1940, ou seja, no momento em que a França se tornava 'colaboracionista' (com o Governo de Vichy), e a Grã-Bretanha lutava para se defender de uma 'invasão pelo Canal da Mancha'.
“Atrás dos Muros”
“Originalmente, cerca de 400.000 judeus – moradores da capital e refugiados das províncias – foram espremidos na área do gueto de Varsóvia, que em novembro de 1940 cobria 340 hectares , incluindo um cemitério judeu ... Posteriores reduções de tamanho produziram mudanças internas e consequente superpovoamento, de modo que milhares de famílias foram muitas vezes deixadas sem abrigo... A situação se agravou ainda mais quando 72.000 judeus do distrito de Varsóvia foram transferidos para o gueto, fazendo com que o total de refugiados chegasse a 150.000 e a população total do gueto atingisse mais de 500.000 ...
O número médio de pessoas por cômodo era de 13, enquanto milhares permaneciam desabrigadas ...
Os portões do gueto eram vigiados do lado de fora por policiais alemães e poloneses, e do lado de dentro pela milícia judaica (Ordnungdienst). Só quem tinha uma permissão especial podia entrar ou sair .. Em outubro de 1941 as autoridades anunciaram que o ato de sair do gueto sem permissão seria punido com a morte ...
A população do gueto recebia diariamente uma quantidade de comida que equivalia a 184 calorias per capita, enquanto os poloneses recebiam 634 e os alemães, 2.310 ... A média distribuída por pessoas era de 250 gramas de açúcar e dois quilos de pão por mês. Os ingredientes do pão eram misturados com serragem e casca de batata ...
O gueto sofria de desemprego em massa...
Havia uma grave carência de combustível para aquecer as casas. No inverno de 1941-42, entre os 780 apartamentos investigados 718 deles não possuíam aquecimento ...
Tais condições causavam epidemias, especialmente de tifo. As ruas ficavam cobertas de cadáveres vítimas de inanição e de doenças. Bandos de crianças vagavam pelas ruas em busca de comida ...
Estima-se que, até o verão de 1942, mais de 100.000 judeus tenham morrido no gueto propriamente dito.”
Encyclopedia Judaica, vol. 16
Varsóvia: período do Holocausto
In: BAUMAN, Janina. Inverno na Manhã. Uma Jovem no Gueto de Varsóvia. Jorge Zahar ed., 2005. trad. Carlos Alberto Medeiros
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Judeus no Leste
“Às 5 hs da manhã de 22 de junho de 1941, 130 divisões de Hitler, divididas entre três grupos de exércitos, tinham avançado através da fronteira para invadir a Rússia. Na retaguarda de cada grupo de exército vieram os enxames de esquadrões de extermínio SS, encarregados por Hitler, Himmler e Heydrich com a função de eliminar os comissários comunistas e as comunidades judaicas rurais das vastidões invadidas pelo exército, e cercar as grandes comunidades judaicas urbanas em ghettos de cada grande cidade para o posterior 'tratamento especial'.
O Exército conquistou Riga, capital da Latvia (Letônia), em 1º de julho de 1941, e no meio daquele mês os primeiros comandos SS chegaram. As primeiras unidades das seções SD e SP das SS se estabeleceram em Riga em 1º de agosto de 1941, e iniciou o programa de extermínio que deixaria a Ostland (nome dado aos três países bálticos ocupados) livre de judeus.
Então foi decidido em Berlim usar Riga como um transitório campo de morte para os judeus da Alemanha e da Áustria. Em 1938 haviam 320.000 judeus-alemães e 180.000 judeus-austríacos, cerca de meio milhão. Em julho de 1941 dezenas de milhares tinham sido repartidos, principalmente em campos de concentração dentro da Alemanha e Áustria, notadamente Sachsenhausen, Mauthausen, Ravensbrück, Dachau, Buchenwald, Belsen, e Theresienstadt na Boêmia. Mas os campos ficavam superlotados, e as terras obscuras do leste pareciam um lugar excelente para acabar com o resto. O trabalho começou a se expandir ou iniciar os seis campos de extermínio em Auschwitz, Treblinka, Belzec, Sobivor, Chelmno, e Maidanek. Até que eles estivessem prontos, contudo, um lugar foi encontrado para exterminar tanto quanto possível e 'armazenar' o resto. Riga foi escolhida.
Entre 1º de agosto de 1941 e 14 de outubro de 1944 quase 200.000 judeus alemães e austríacos, exclusivamente, foram embarcados para Riga. Oito mil ficaram lá, mortos; 120.000 foram enviados aos seis campos de extermínio do sul da Polônia já mencionados; e 400 sobreviveram, metade deles para morrer em Stutthof ou na Marcha da Morte de volta a Magdeburg. […]
O ghetto de Riga foi uma parte integral da cidade e sido antes o lar dos judeus de Riga. […] O ghetto ficava na borda norte da cidade, com zona rural aberta para o norte. Havia um muro ao longo do sul; os outros três lados eram isolados com fileiras de arame farpado. Havia um portão, no lado norte, através do qual se saía e entrava. Era guardado por dois vigias da SS letoniana. A partir deste portão, seguindo para o centro do ghetto para o muro sul, estava a Mase Kalnu Iela, ou Rua da Colina (Little Hill Street). À direita (olhando-se do sul ao norte ao portão) estava a Praça Blech, ou Praça da lata (Tin Square), onde ocorriam as seleções para execução, através de listas de chamadas, seleção para trabalho forçado, açoites e enforcamentos. As forças com seus oito ganchos de aço e os permanentes nós corrediços oscilando ao vento lá no centro da praça. […]
Todo o ghetto devia ter menos de duas milhas quadradas, um distrito que abrigava 12.000 a 15.000 moradores. Antes de nossa chegada os judeus de Riga, ao menos 2.000 deles restavam, haviam feito o trabalho de tijolamento, assim a área deixada para o nosso transporte de apenas pouco mais de 5.000 homens, mulheres e crianças foi espaçosa. Mas após termos chegado os transportes continuaram chegar dias após dia até a população da nossa parte do ghetto chegar a 30.000 a 40.000, e com a chegada de cada novo transporte um número dos moradores igual ao número dos novatos sobreviventes deviam ser executados para deixar espaço para os recém-chegados.”
pp. 32-35 (trad. LdeM)
mais sobre o Ghetto de Riga
“O trabalho era exaustivo, suficiente para arruinar a constituição de um homem saudável, pois trabalhávamos, verão e inverno, principalmente lá fora no frio e úmido das regiões baixas próximas a costa da Letônia.
Nossa refeição (ração) era meio litro de algo chamado de sopa, principalmente água tingida, às vezes com um naco de batata, antes de marchar para trabalhar nas manhãs, e outro meio litro, com uma fatia de pão preto e batata mofada, ao retornar para o ghetto à noite.
Trazer comida para o ghetto era punível com imediato enforcamento diante da população reunida à noite na chamada na Praça da Lata (Tin Square), apesar disso, correr este risco era o único modo para ficar vivo.”
p. 36 (trad. LdeM)
fonte: FORSYTH, Frederick. The Odessa File. USA, Penguin, 1972.
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Mais sobre o Ghetto de Varsóvia
wikipedia
livros
Janina Bauman
(“Winter in the Morning”)
videos
filmes
O Pianista
A Lista de Schindler
Um Homem Bom (Good)
comentários sobre os filmes sobre Nazismo
(por Isabela Boscov)
Os falsários de Hitler
Prisioneiros usados em trabalho ilegais para o III Reich
filme (The Counterfeiters, 2007)
Os Carrascos Voluntários de Hitler
(Daniel Goldhagen)
A posição da Igreja Católica
http://www.oarquivo.com.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=1770:o-silencio-do-papa-pacelli&catid=85:religiao-ceitas-e-organizacoes&Itemid=441
Peça teatral “O Vigário” (Der Stellvertreter)
do alemão Rolf Hochhuth
O Papa de Hitler
(John Cornwell)
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1941/43 – URSS sofre a ação dos Einsatgruppen SS
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(français)
filme soviético
LdeM