quinta-feira, 24 de março de 2011

A Batalha do Cabo Matapan - Guerra no Mediterrâneo





A Batalha do Cabo Matapan


28-29 março 1941



fonte: JORDAN, David. Atlas da II Guerra Mundial.
Alemanha versus Inglaterra. Volume I de III.
São Paulo: Escala, 2008.


“Em 27 de março de 1941, a Esquadra Inglesa do Mediterrâneo,
sob o comando do Almirante Cunningham, afundou três cruzadores
e dois destróieres italianos e danificou o couraçado Vittorio Veneto,
ao custo da perda de apenas uma aeronave.”


O declínio da sorte italiana no norte da África e a intervenção inglesa na Grécia arrancaram a marinha italiana de sua letargia. Inicialmente relutantes em atacar navios ingleses na e ao redor da Grécia, a entrada dos alemães no conflito ajudou as forças italianas a entrarem em ação. Em 27 de março, uma considerável força naval italiana se formou na costa da Sicília – incluindo um couraçado, o Vittorio Veneto, oito cruzadores e nove destróieres – esperando destruir as embarcações inglesas no norte de Creta.


No entanto, devido a uma falha no sistema de inteligência, os ingleses sabiam das intenções italianas e iniciaram uma ofensiva do mar de Alexandria no mesmo dia, com uma força de três couraçados e um porta-aviões, além de uma série de cruzadores e destróires. Na manhã seguinte, em uma ação conhecida como a Batalha do Cabo Matapan, um ataque de bombardeiros pegou a força italiana desprevenida, danificando o Vittorio Veneto e incapacitando o cruzador pesado Pola. Enquanto parte da esquadra de Iachino voltava para casa com o Vittorio Veneto, alguns ficaram para trás com o atingido Pola. Em uma batalha noturna, os navios de superfície ingleses atacaram o restante das forças italianas, afundando três cruzadores pesados e dois destróieres.


A vitória foi importante e deixou a esquadra italiana em postura defensiva e incapaz de interromper a evacuação inglesa da Grécia e de Creta.”

pp. 81-83




mais sobre a Batalha do Cabo Matapan


wikipedia


video

HMS Warspite


...

OPERAÇÕES NAVAIS NO MEDITERRÂNEO


Guerra de Abastecimento


“A guerra no norte da África era de muitos modos uma guerra de abastecimento, já que os navios com suprimentos tanto da Inglaterra quanto do Eixo tinham que vencer as perigosas águas do Mediterrâneo para manter seus exércitos no norte da África vivos. No entanto, a entrada da Alemanha no conflito e as posteriores vitórias do Eixo em terra na Grécia e na África do Norte alteraram o equilíbrio de modo desfavorável para a Inglaterra. Ao contrário da guerra no Atlântico, todo o Mediterrâneo estava sujeito a ataques aéreos.


Com suas vitórias, o Eixo conquistou a maior parte de bases aéreas do Mediterrâneo central – deixando as linhas de abastecimento inglesas em grande perigo. Os ingleses tinham apenas a pequena ilha de Malta, a 110 km ao sul da Sicília, como um elo vital aéreo e marítimo na área. Submarinos e aeronaves aportados em Malta poderiam virtualmente atacar qualquer rota de abastecimento do Eixo, geralmente causando danos consideráveis em remessas valiosas. Dessa forma, Malta se tornou alvo de bombardeios incessantes e vivia com a constante ameaça de invasão.


O contigente lá iria permanecer intacto, entretanto, tendo um papel fundamental no conflito do Mediterrâneo. Em reconhecimento a seu importante papel, a pequena ilha recebeu a Cruz de George, a mais alta condecoração civil, do rei George VI.

p. 80



fonte: JORDAN, David. Atlas da II Guerra Mundial.
Alemanha versus Inglaterra. Volume I de III.
São Paulo: Escala, 2008.


LdeM

terça-feira, 15 de março de 2011

EUA - Congresso aprova a Lend-Lease Act



Estados Unidos



Congresso aprova a Lei de  Empréstimo e Arrendamento

(Lend-Lease Act 1941, 11 de março)


Após o célebre discurso, no qual proclamava a América como o “Arsenal da Democracia”, o Presidente Franklin Roosevelt enviou o projeto de Lei  do “lend-lease”, no qual o governo americano passaria a fornecer material bélico e outros serviços aos aliados na guerra mundial iniciada em 1939. Os aliados – naquele momento, eram os britânicos – a enfrentarem os alemães-nazistas e os italianos-fascistas – e os chineses – oprimidos e saqueados pelos japoneses-militaristas.


Discurso “Arsenal da Democracia



Roosevelt procurava manter bem diante da opinião pública que estava dividida entre ajudar as nações atacadas por forças do Eixo e manter a neutralidade. A lei de empréstimo e arredamento previa uma ajuda, não uma intervenção. A ação direta das forças armadas ainda não era 'desejo popular', visto que somente o ataque japonês em Pearl Harbour, no fim de 1941, levaria o povo norte-americano a unir-se indignado contra o ataque do 'dia da infâmia'.


Mas vejamos como estava o ânimo belicista (ou o isolacionista) do povo norte-americano no início do turbulento ano de 1941.


“Apresentando seu projeto, o Presidente interpretara corretamente o sentimento da nação. Durante dois meses o projeto foi debatido no Congresso. Quando veio a cotação final, a medida foi aprovada por 317 a 171 na Câmara e por 60 a 31 no Senado. Se o Congresso, como parece razoável presumir, refletia a opinião pública do país, restaria pouca dúvida de que o povo americano estava disposto a ajudar a Inglaterra. As noções convencionais de neutralidade estavam fora de moda; diante de uma agressão mundial o sentimento americano estava inclinado a se alinhar contra o agressor.


Com isso não se quer dizer que o povo americano no início da primavera de 1941 estivesse pronto para a guerra. Nada é mais comum neste mundo, tanto para o indivíduo como para a massa, do que nutrir desejos contraditórios. Quando o projeto do 'lend-lease' foi aprovado, muitos americanos tanto queriam evitar a guerra como ajudar as democracias, mesmo com o risco da própria guerra. A organização 'América Primeiro' ainda estava em atividade. Quando Hitler, coroando sua carreira de loucuras, lançou um ataque contra a Rússia em junho de 1941, os partidários da não-intervenção passaram rapidamente a argumentar que se por acaso existira algum perigo para os Estados Unidos, esse perigo agora tinha sido afastado. Por que não deixar que os dois colossos totalitários se destruíssem mutuamente? Poderia haver um fim mais desejável do que uma Alemanha fraca e um regime enfraquecido no Kremlin?


[...]


Do momento em que o 'lend-lease' foi promulgado, o governo partiu na direção de uma nova lei que ampliasse medidas positivas de ajuda às democracias. As forças aéreas e navais dos Estados Unidos eram enviadas para patrulhar o Atlântico; o raio de suas operações foi estendido mais para leste. No dia 9 de abril foi firmado um acordo com o ministro dinamarquês em Washington (que foi naturalmente desautorizado pelo governo cativo em Copenhague) segundo o qual era dado aos Estados Unidos ocupar a Groenlândia; três meses depois tropas americanas substituíam os ingleses na Islândia. Numa área amplamente diferente, aproveitou-se de uma reviravolta de acontecimentos militares favoráveis para declarar que o Mar Vermelho não era mais zona de combate, tornando-o assim acessível à navegação americana e aliviando a posição britânica no Egito. O Presidente, no fim de março e no princípio de abril, foi de certo modo elítico em suas referências ao problema de proteção das rotas oceânicas; mas num discurso no dia 27 de maio proclamou uma ilimitada emergência nacional, falou com franqueza das medidas que estavam sendo tomadas e declarou taxativamente que as mercadorias deviam ser entregues a qualquer preço. De outro lado, o afundamento do navio americano, o 'Robin Moor', no Atlântico pôde passar sem qualquer reclamação junto ao governo alemão.” (pp. 118-120)



fonte: PERKINS, Dexter. A Época de Roosevelt. 1932 -1945. (The New Age od Fraklin Roosevelt. 1932 -1945. University of Chicago, 1957) trad. Edilson Alkimim Cunha. Rio de Janeiro, O Cruzeiro, 1967.



mais sobre o Lend-Lease Act
em




videos

(english/ USA)






LdeM

quarta-feira, 9 de março de 2011

mais sobre a campanha no Mediterrâneo




Mais sobre a campanha no Mediterrâneo (Balcãs e norte da África)



fonte: LEWIN, Ronald. “Churchill – O Lord da Guerra” [Churchill as Warlord]
Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 1979 (trad. Cel. Álvaro Galvão)


“Quando se examinava a restauração da Grécia, depois da Primeira Guerra Mundial, Hankey registrou em seu diário uma observação de Lloyd George: 'pela posição geográfica que ocupa e pelo controle de suas ilhas, em caso de guerra a amizade grega pode ser valiosa para uma potência marítima cujas vias de comunicação no Mediterrâneo oriental foram particularmente abertas aos ataques dos submarinos emboscados naquelas ilhas. Ele próprio disse que nunca se sabe quando este ratinho vai roer a corda que amarra o Império Britânico.' Agora, no momento em que Hitler desencadeia a estratégia que descrevera a Mussolini em novembro, Churchill não se depara com um ratinho mordiscante, mas com um tigre saltador, com o pulo de um matador voraz. Wavell previra isto em uma apreciação incrivelmente exata sobre a missão do comando do Oriente Médio, enviada ao CIGS [Chief of the Imperial General Staff, i.e. General Sir Alan Brooke] em 31 de julho de 1940: '... fique a Itália ostensivamente hostil ou nominalmente neutra, a nossa única possibilidade de enfrentar a intenção alemã de dominar o sudeste da Europa reside em obter o controle do Mediterrâneo, o mais cedo possível e, pelo menos, de forma tão completa quanto na Grande Guerra. Talvez seja muito tarde, se não conseguirmos o domínio do Mediterrâneo no primeiro ou segundo mês de guerra.” (p. 85)


“No inverno de 1940-41 existiam indícios abundantes de que já era tarde. Em outubro, Hitler praticamente deu liberdade ao Duce para agir na Grécia, mas em novembro confessou haver cometido 'um erro imperdoável', em meados de dezembro, expediu uma ordem para uma invasão da Grécia, Operação Marita, que poderia ser ampliada se necessário, para a ocupação total do país. Em meados de fevereiro, nas reuniões dos dias 10 e 11, a Comissão de Defesa examinou uma estimativa do Ministério da Guerra sobre a concentração de cerca de 30 divisões alemãs (inclusive cinco blindadas) na Romênia, cujas vanguardas poderiam atingir a fronteira grega, via Bulgária, no dia 12 de março, e alcançar Salônica uma semana mais tarde. Além disso, a transferência do Fliegerkorps X, com seus 150 bombardeiros, da Noruega para o Mediterrâneo anulara instantaneamente a crescente ascendência marítima inglesa. No dia 10 de janeiro, o navio-aeródromo Illustrious quase foi destruído, no dia 11, o cruzador Gloucester foi danificado e o Southampton afundado. Aviões operando de Bengazi e de bases em Rodes e no Dodecaneso começaram a bloquear o canal de Suez com minas magnéticas; fizeram-no com tanta eficiência que o canal fechou diversas vezes no mês de fevereiro, com graves prejuízos para o trânsito. Parecia que por todos os lados se fechava uma rede sobre o 'Mare Nostrum', antes mesmo que fosse realmente nosso.” (p. 86)



fonte: LEWIN, Ronald. “Churchill – O Lord da Guerra” [Churchill as Warlord]
Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 1979 (trad. Cel. Álvaro Galvão)



videos

frota britânica


Operation Marita
(ataque alemão à Grécia)

RAF (atuação no norte da África)

Regia Aeronauctica


Fliegerkorps X [Luftwaffe]
(atuação Sicília – Malta – norte da África)


por Leonardo de Magalhaens