quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Impasse Italiano na Grécia - 1940/41





Teatro de Guerra no Mediterrâneo

Balcãs


Impasse italiano na Grécia


Assim como as tropas italianas foram obrigadas a recuar no norte da África, para dentro de territórios do qual partiram, na Grécia o recuo foi ainda mais inglório. Partindo de posições na Albânia, os italianos avançaram no difícil terreno montanhoso da Grécia, com extrema dificuldade diante de um exército em linhas de defesa, apenas para se verem num impasse. Cercados ou divididos, os comandos italianos acabaram por retroceder, voltando para o interior da Albânia, onde passaram a sofrer contra-ataque.

Os gregos, entretanto, haviam obtido uma série de vitórias ao longo de toda frente. No dia 14 de novembro, o general Papagos, comandante-em-chefe do exército helênico, lançou um ataque no norte, com cinco divisões, e conseguiu empurrar os italianos para o interior da Albânia e ocupar, em território daquele país, a cidade de Koritza. Sem dar descanso aos italianos,os gregos prosseguiram em seu avanço e se apoderaram da cidade de Progadez. A profunda penetração dos helenos, ao norte, criou uma grave ameaça para o flanco esquerdo das tropas fascistas que combatiam na cordilheira de Pindo e na costa do mar Jônico. Em consequência, o comando italiano viu-se obrigado a ordenar uma retirada ao longo de toda frente.”

fonte: A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL / 9. Ed. Codex. 1965.


A campanha de três meses tinha por resultado as tropas italianas no mesmo lugar de onde haviam saído, ou até mais para o interior do território albanês, pois os gregos ainda conquistavam terreno na virada de 1940/ 1941. Em condições climáticas péssimas, em pleno inverno, as tropas de ambos os lados se valiam de esforços. Enquanto os gregos combatiam os alpinas italianos, estes passaram a um novo comando com a chegada do general Ubaldo Soddu – o que mostra o descontentamento de Mussolini, sempre a pressionar por outra ofensiva. (Erro que Hitler cometeria na Rússia, no ano seguinte, ao insistir em ofensivas, quando nem sequer as defensivas eram possíveis.)


 
O fato é que ambos os lados sofreram com a rigidez do clima – gélido a ponto de incapacitar cerca de 25 mil homens em cada lado do combate! Repetiam as condições de batalha que a guerra apresentara na virada de 1939/ 40, no front russo-finlandês. Agora a figura da resistência não era mais Mannheim, mas o grego Papagos.


Em janeiro de 1941, os gregos redobraram seus ataques, apoiados por cinco esquadrilhas da RAF, enviados do Egito, pelos britânicos. Havia-se iniciado o áspero inverno balcânico, e os soldados, tanto os helenos como os italianos, deviam padecer terríveis penúrias. [...]

fonte: idem, ibidem


 
Tanto que os números mostram o grau do desastre italiano, com seus 25 mil desaparecidos, além dos 23 mil prisioneiros. Incapaz de nova ofensiva, o exército italiano era então impossibilitado de defender a própria Albânia, que sofria o ataque grego. Esta resistência grega atraiu reforço britânico – e a esperança de Churchill de abrir uma nova frente - e eis o que despertou as atenções do Führer Adolf Hitler, quando decidiu-se por interferir na 'burrada' do Duce – os nazistas também queriam manter a Grécia sob hegemonia. Estava agendada a Operação Marita.


Os reveses italianos na Grécia, Somália e Eritréia inquietavam Hitler. Ele julgou-se no dever de ir em auxílio de Mussolini antes de desencadear o ataque à Rússia. Primeiro pensou em enviar tropas de montanha para a Albânia. No entanto uma inspeção efetuada pelo general Enno von Rintelen e objeções formuladas pelos dois comandos dissuadiram-no disso. A 10 de Janeiro, em compensação o X Corpo de exército aéreo (Geisler) atacou a esquadra britânica do Mediterrâneo, afundou-lhe um cruzador e avariou grandemente o porta-aviões Illustrious.
Pouco depois o OKW e o comando superior concordaram em mandar para a Líbia (Operação "Sonnemblume") uma unidade blindada alemã (Rommel). Por outro lado estudaram durante algumas semanas a conquista de vários campos de aviação importantes, situados no norte da Grécia, a fim de lançar uma ofensiva de desopressão, cujos pormenores foram precisados pela Instrução do Führer nº 20 (Operação "Marita") e que foi definitivamente decidida em um encontro de Hitler e Mussolini, Ribbentrop e Ciano, a 19 e 20 de Janeiro de 1941.



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por Leonardo de Magalhaens


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