Conferência
de Potsdam
julho
– agosto 1945
A partir de 17 de julho de 1945, os
EUA, o Reino Unido e a União Soviética passaram a estabelecer as
diretrizes político-econômicas para a Alemanha no pós-Guerra. A
seguir, enviaram ultimato ao Japão, exigindo rendição.
Em 17 de julho de 1945, os chefes de
governo dos Estados Unidos, Reino Unido e União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas (URSS), vencedores da Segunda Guerra Mundial,
reuniram-se pela terceira vez no contexto do conflito. Antes, haviam
acontecido as conferências de Teerã (em 1943) e de Ialta (fevereiro
de 1945).
Quando os Aliados se reuniram em
Potsdam, nas proximidades de Berlim, em julho de 1945, começava a se
desgastar a aliança estabelecida em junho de 1941, com a invasão da
Alemanha nazista.
A Conferência de Potsdam significou
uma reviravolta nas relações Leste-Oeste. Seus principais
protagonistas foram o novo presidente norte-americano, Harry S.
Truman, que em abril de 1945 havia substituído Franklin Delano
Roosevelt; o ditador soviético Josef Stalin; e o
primeiro-ministro britânico Winston Churchill, destituído durante a
conferência e substituído por Clement Attlee.
Os chefes de governo e seus ministros
do Exterior pareciam entre dois mundos: com a incursão de suas
Forças Armadas no Leste Europeu, a URSS havia criado uma hegemonia
que tão cedo não seria equiparada. Já a Inglaterra consolidava sua
posição como parceira dos Estados Unidos. Enquanto isso, o governo
Truman tentava inverter a política pró-russa de seu antecessor.
Repartição
da Alemanha
Após a capitulação da Alemanha
hitlerista, a Conferência de Potsdam, reunida de 17 de julho a 2 de
agosto de 1945, ordena o destino do país e da Europa: reparações
in natura; estabelecimento da fronteira oriental da Alemanha sobre o
Oder-Neisse; independência da Áustria; anexação pela União
Soviética dos Estados Bálticos, da Prússia Oriental e da Polônia
Oriental.
Contudo, rapidamente emerge a
rivalidade entre a União Soviética e as Potências Ocidentais. É o
começo da “Guerra Fria”. Uma “cortina de ferro”, segundo as
palavras de Churchill, separa a Europa em dois: de um lado os países
ocidentais sob a proteção dos Estados Unidos e beneficiários do
Plano Marshall; de outro a União Soviética e seus “satélites”.
A própria Alemanha se vê dividida em dois Estados hostis um ao
outro.
A conferência de Potsdam consagra o
triunfo de Stalin. O líder soviético alegava em seu favor a morte
de 20 milhões de combatentes do Exército Vermelho que sacrificaram
sua vida para derrotar o nazi-fascismo e salvar a humanidade para
justificar suas exigências.
Em matéria de reparações, James
Byrnes propôs a retenção in natura – máquinas, matérias
primas, etc – pelos vencedores em sua zona de ocupação
respectiva, por um valor total de 20 bilhões de dólares, a metade
para os Ocidentais, a outra para a União Soviética.
Os Acordos de Potsdam ratificaram as
gigantescas transferências de populações – alemães e poloneses
do leste; alemães transferidos da Silésia, dos Sudetos, da
Transilvânia, etc – contentando-se em recomendar que fossem
deslocados de forma “ordenada e segundo regras humanitárias”. No
total foram deslocados 11 milhões de alemães entre 1945 e 1947.
A conferência demoliu
definitivamente o “Reich de Mil Anos” da propaganda nazista.
Reconstituiu uma Áustria independente e neutra, que antes da guerra
havia sido anexada à Alemanha e, de resto, reconheceu à Polônia o
direito de administrar as províncias alemãs situadas a leste da
linha Oder-Neisse, à espera de um plebiscito e de um tratado de paz.
Consequências da Conferência de
Potsdam
- Reversão de todas as anexações Alemãs na Europa após 1937 e a separação da Áustria da Alemanha.
- Estabelecimento dos objetivos da ocupação da Alemanha pelos Aliados: desmilitarização, desnazificação, democratização e descartelização.
- O Acordo de Potsdam, que denunciava a divisão da Alemanha e da Áustria em quatro zonas de ocupação (anteriormente decidido na Conferência de Ialta), e a similar divisão de Berlim e Viena em quatro zonas (americana, britânica, francesa e soviética). Posteriormente, em 1961, a zona soviética seria isolada das demais pelo Muro de Berlim.
- Julgamento dos criminosos de guerra Nazis.
- O estabelecimento da fronteira da Alemanha com a Polônia nos rios Rio Oder e Neisse ("linha Oder-Neisse").
- A expulsão das populações Germânicas permanecentes fora das fronteiras da Alemanha.
- Acordo sobre as indenizações de guerra. Os Aliados estimaram as suas perdas em 200 bilhões ou 200 mil milhões de dólares. Após insistências das forças ocidentais (excluindo assim a URSS), a Alemanha foi obrigada apenas ao pagamento de 20 bilhões ou 20 mil milhões, em propriedades, produtos industriais e força de trabalho. No entanto, a Guerra Fria impediu que o pagamento se processasse na totalidade.
- Stalin propôs que a Polônia não tivesse direito a uma indenização direta, mas sim que tivesse direito a 15% da compensação da União Soviética (esta situação nunca aconteceu).
Os Aliados editaram a Declaração de
Potsdam que ultimou os termos de capitulação do Japão. Todos os
outros assuntos seriam tratados na conferência de paz final, que
seria convocada assim que possível.
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