terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Batalha de Iwo Jima - fevereiro - março 1945



 

Batalha de Iwo Jima


Fevereiro - março 1945

 

     Avançando rumo ao perímetro nipônico, as forças norte-americanas atacaram

a ilha de Iwo Jima, rocha de origem vulcânica em pleno oceano, mas ótima

localização para aterrisagem de grandes bombardeios, numa batalha que

durou mais de 30 dias, e que ficou famosa pela imagem patriótica dos

soldados elevando uma bandeira no alto do monte.

 

“Quando teve início a guerra com o Japão, o que nenhum estrategista

do Pentágono, como é conhecido o prédio onde funciona o comando das

forças armadas dos Estados Unidos, em Washington, poderia imaginar é

que uma ilhota vulcânica e inóspita seria palco de uma batalha decisiva.

 

Iwo Jima, cujo nome em japonês significa "ilha de enxofre" (uma referência ao

odor de enxofre que impregna a ilha, exalado pelo seu terreno vulcânico), sequer

constava nos planos elaborados pelos estrategistas norte-americanos durante os

primeiros anos da guerra. Durante muito tempo, o principal objetivo nos planos

traçados pelos estrategistas era Formosa (nome pelo qual a ilha de Taiwan era

mais conhecida no Ocidente, o nome "Formosa" foi dado pelos navegantes

portugueses, numa referência à beleza da ilha).

 

Taiwan estava sob ocupação japonesa e havia se tornado o principal objetivo

dos estrategistas norte-americanos tão logo o general Douglas Mac Arthur reconquistou

as Filipinas para os Estados Unidos (na época, as Filipinas eram uma possessão

norte-americana, que durante a guerra foi invadida e ocupada pelos japoneses).


No entanto, Taiwan apresentava sérios obstáculos para as forças norte-americanas:

era uma ilha grande, estava fortemente defendida pelos japoneses e uma grande

distância ainda a separava do Japão, o que não a tornava o local mais adequado

para servir de base para aviões norte-americanos partirem para bombardeios

contra as cidades japonesas. Foi então que o nome "Iwo Jima" foi cogitado e

passou a constar nos planos.

 

Pistas de pouso


A ideia dos estrategistas norte-americanos era transformar a ilha, então ainda

ocupada pelas forças japonesas, numa base para aviões bombardeiros. Os

japoneses haviam construído pistas de pouso em Iwo Jima. Essas eram usadas

pelos aviões japoneses (tanto bombardeiros quanto caças). O plano dos militares

norte-americanos era tomar a ilha (o que já se sabia uma tarefa difícil) e reaproveitar

as pistas construídas pelos próprios japoneses.


Construir uma pista de pouso é uma tarefa árdua e demorada, por isso, os

norte-americanos não tinham interesse em destruir as pistas de pouso construídas

pelos japoneses. Além disso, Iwo Jima estava exatamente no meio do caminho

entre as ilhas Marianas e o Japão.”

 


 
 

Finalmente, no dia 19 de fevereiro de 1945, três divisões dos fuzileiros

navais dos Estados Unidos, com pouco mais de 70 mil homens, desembarcaram

na ilha. Para transportá-los foram utilizados 68 veículos anfíbios. Quase a

metade dos fuzileiros dessas três divisões já tinha experiência em combate.

Alguns deles, como, por exemplo, o sargento de artilharia John Basilone mais

conhecido pelo apelido "Manila John" (que ele ganhou por ter servido o exército

norte-americano nas Filipinas antes de se juntar aos fuzileiros), já haviam lutado

contra os japoneses na batalha de Guadalcanal (uma das ilhas Salomão),

travada em 1942. Ele recebeu a Medalha de Honra, em reconhecimento a suas

ações em Guadalcanal, mas se recusou a receber patente de oficial e se apresentou

como voluntário para voltar a lutar no Pacífico.


Outros eram bem mais jovens, caso do recruta Anthony Muscarella, que se alistou

quando tinha apenas 14 anos (ele mentiu na idade para poder se alistar). Dois anos

depois, ele já era um veterano que havia lutado nas ilhas Marianas, apesar de seus

apenas 16 anos de idade.”

 

“O primeiro obstáculo enfrentado pelos fuzileiros navais norte-americanos em Iwo Jima

foram as própria praias da ilha. A areia preta das praias imobilizava veículos de quatro

rodas, chegando a entupi-los.


Kuribayashi ordenou aos seus soldados que não disparassem durante os primeiros

momentos do desembarque. Assim, para não revelar suas posições, a artilharia

japonesa permaneceu em silêncio. Logo após o desembarque, a maioria dos fuzileiros

começou a seguir em direção ao monte Suribachi. Os norte-americanos contavam

com os pesados tanques M-4 Sherman, mas subir a colina era tarefa para os fuzileiros

a pé (o que significava correr vários riscos).


Tão logo os norte-americanos avançaram uns 500 metros no interior da ilha, eles

foram surpreendidos quando os japoneses começaram a disparar com força total

usando morteiros e outras armas. Um dos que morreram no ataque foi o

sargento Basilone.

 

 

Monte Suribachi

 

Enquanto não conseguissem tomar o monte Suribachi, os norte-americanos

permaneceriam extremamente vulneráveis aos ataques inimigos. Para eles,

era de vital importância tomar o monte. Por sua localização, a elevação oferecia

uma vantagem estratégica para quem estivesse no alto: de suas encostas

era possível lançar fogo de artilharia para qualquer direção.


Poucas horas antes do amanhecer do dia 23 de fevereiro daquele ano, os

norte-americanos tomaram o monte Suribachi. Escolheu-se esse horário para

a tomada porque daria uma dupla vantagem: a escuridão permitiria que os

norte-americanos passassem pelos inimigos sem ser vistos e logo depois

poderiam enfrentá-los à luz do dia. Naquela manhã, ocorreu o momento que

seria imortalizado numa das imagens mais famosas da guerra: o hasteamento

da bandeira dos Estados Unidos no topo do Suribachi.

 

Saldo final da batalha de Iwo Jima


Os Estados Unidos saíram vitoriosos da batalha de Iwo Jima, mas a vitória

custou muitas vidas humanas. Mais de 5 mil norte-americanos morreram na ilha

(os historiadores divergem quanto ao número exato, alguns hoje falam em mais

de seis mil). O número de baixas (que inclui os feridos) entre os norte-americanos

foi ainda maior: passou de 24 mil.


No lado japonês, as perdas foram ainda maiores: cerca de 20 mil japoneses

morreram. Os norte-americanos não conseguiram fazer muitos prisioneiros:

apenas pouco mais de mil japoneses foram capturados vivos.


Quatro dias depois da tomada de Iwo Jima, teve início a invasão norte-americana

à ilha de Okinawa. Os caças norte-americanos já estavam utilizando as pistas

de voo conquistadas, que se tornou também um local para reabastecimento.

Com a tomada de Iwo Jima, pela primeira vez, todas as ilhas que compõem o

arquipélago japonês estavam sendo bombardeadas pelos aviões norte-americanos.

 

O número de civis japoneses que morreram em bombardeios aéreos foi superior ao

número de vítimas dos bombardeios aéreos da força aérea alemã sobre a Grã-Bretanha.

Durante ataques aéreos noturnos, os aviões norte-americanos lançavam bombas

incendiárias. A maioria das casas japonesas era de madeira, o que fazia o fogo

se espalhar mais depressa.”

 


 

 

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vídeos




 

filme


Cartas de Iwo Jima / 2006



 

 

 

 

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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Conferência de Yalta / Ialta - fevereiro 1945


 
 


Fevereiro 1945

 

Conferência de Yalta

 

Realizada na Crimeia, sul da Rússia, de 4 a 11 de fevereiro, após a expulsão das tropas

germânicas, com a presença dos líderes aliados, para redefinir o mapa europeu,

e as áreas de influência, quando do fim da guerra, prevendo a derrota das

forças nazistas nos campos de batalha e no bombardeio das infraestruturas

alemãs.

 

Os três grandes líderes reuniram-se de 4 a 11 de fevereiro de 1945 em Ialta,

na Crimeia, após mais de cinco anos de guerra e milhões de mortos. Praticamente

já ocupada, a Alemanha não estava mais em condições de resistir por muitas semanas.

A Itália estava rendida, mas o Japão ainda resistia no Oceano Pacífico.

Embora a Segunda Guerra Mundial ainda não estivesse oficialmente encerrada,

Franklin D. Roosevelt, Josef Stalin e Winston Churchill, considerando-se vencedores

sobre os nazistas e fascistas, iniciaram a discussão sobre a ordem internacional no pós-Guerra.

A Conferência de Ialta, às margens do Mar Negro, foi uma das três grandes conferências que

determinaram o futuro da Europa e do mundo no pós-Guerra (além da de Teerã, em 1943,

e a de Potsdam, em meados de 1945). Mesmo que a divisão do mundo não estivesse nos

planos das lideranças aliadas neste momento, a Guerra Fria acabou sendo uma das

consequências do encontro.

Para o historiador Jost Dülffer, da Universidade de Colônia, Ialta tinha boas chances de

estipular uma nova ordem de paz no pós-Guerra: "Foi aprovada uma declaração sobre a

Europa libertada e discutiram-se várias questões, cuja solução era apenas parcial. Por fim,

eles tiveram que se curvar aos fatos: os russos estavam às margens do rio Oder, no Leste,

e os norte-americanos na fronteira oeste da Alemanha".

 


 

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Ao encontrar-se na cidade de Yalta na Crimeia russa de 4 a 11 de fevereiro, Roosevelt,

Churchill e Stalin chegavam cada qual com sua agenda para a conferência. Para Stalin,

os principais objetivos eram a assistência econômica no pós-guerra e o reconhecimento

por parte dos Estados Unidos e da Grã Bretanha de sua esfera de influência na Europa Oriental.

Churchill tinha em mente antes de tudo a proteção do Império Britânico, mas também queria

esclarecer o status político da Alemanha no pós-guerra.

As metas de Roosevelt se concentravam no consenso para a criação das Nações Unidas e

em conquistar o apoio efetivo da União Soviética na guerra contra o Japão uma vez que Hitler

já estava praticamente derrotado. Nenhum deles deixou Yalta completamente satisfeito.

Não houve definição precisa quanto à ajuda financeira à União Soviética. Muitas questões

pertinentes a Alemanha foram diferidas para posterior discussão.

Quanto às Nações Unidas, Stalin queria que todas as 16 Repúblicas soviéticas estivessem

representadas na Assembleia Geral, mas concordou com três – a União Soviética como um todo,

a Bielorússia e a Ucrânia. Entretanto, os soviéticos concordaram em entrar em guerra contra o

Japão noventa dias após a capitulação de Berlim.

Foi sobre o estatuto de pós-guerra da Polônia, porém, que a animosidade e a desconfiança entre

Estados Unidos e a União Soviética que iria caracterizar a Guerra Fria se tornaram mais evidentes.

As tropas do Exército Vermelho já tinham a Polônia sob controle, um governo provisório

pró-comunista já se havia instalado e Stalin mostrou-se inflexível no sentido de os interessas

da União Soviética nessa nação fossem reconhecidos. Os Estados Unidos e a Grã Bretanha

acreditavam que o governo polonês anticomunista no exílio, baseado em Londres, fosse mais

representativo do povo polonês.”

 


 

 

 

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