FEB em combate na Itália
Setembro 1944
Massarosa, Camaiore e Monte
Prano
Após os desembarques na
Itália, juntamente com as forças norte-americanas, a Força
Expedicionária Brasileira
se deslocou para o front,
onde seu 'batismo de fogo' não se faria esperar, pois logo em meados
de setembro de 1944 o encontro com as forças germânicas se deu nas
regiões montanhosas, onde o inimigo montara uma verdadeira linha
defensiva. Foi então que as tropas brasileiras provaram o quanto
eram perseverantes, e que não se intimidavam. Contudo, treinamento
para combate e o armamento eram méritos das forças Aliadas, as
quais a FEB se juntara.
“A Força Expedicionária
Brasileira, FEB, saiu do Brasil sob o comando do general João
Batista Mascarenhas de Morais com destino à Nápoles. Tendo
desembarcado no território italiano, a FEB foi anexada ao 4º Corpo
do Exército dos Estados Unidos, que era comandada pelo general
Willis D. Crittenberger e submetido ao general Mark Clark, onde
receberam alimentos, roupas e armamentos para a guerra. Os recursos
da tropa brasileira eram muito escassos e velhos, tiveram ainda de
receber novo treinamento e armamento para só então iniciar
campanhas.
A FEB era constituída por uma
divisão de infantaria composta por 25.334 membros e tinha como lema
“A cobra está fumando”. A primeira campanha da FEB se deu em
setembro de 1944 no norte da cidade de Lucca, onde obteve as
primeiras vitórias e tomou Massarosa, Camaiore e Monte Prano. Os
primeiros problemas da FEB se deram em outubro com as batalhas em
Barga. Mas a infantaria brasileira fez muito sucesso com seu
desenvolvimento e conquistas na guerra, foi designada para tomar o
Monte Castello sozinha e por isso teve derrotas no final de tal mês.”
“Massarosa foi a
primeira localidade liberada pelas forças brasileiras, e o foi por
um ousado golpe da Seg.Cia. I/6º RI, às ordens do capitão Alberto
Tavares da Silva, e transportada em auto-caminhões.
No
dia seguinte, as tropas do general Zenóbio, fazendo-se anteceder por
rigorosas patrulhas de moto-mecanizados, continuaram o seu movimento
para o Norte e, em rápida progressão, ocuparam Ghilardona - Il
Vecoli – colina Santa Lucia, exatamente a orla colinosa que se
estende logo ao Sul da única transversal rodoviária existente na
zona de ação. O Pelotão de Reconhecimento, articulando-se na
aldeia de Stiava, prolongara-lhe o flanco ocidental (esquerdo).
Nesses dois dias, as nossas forças cruzaram alguns campos
minados, cingindo-se a atividade inimiga a tiros de artilharia sobre
as regiões de Quiesa e Massarosa.
As
informações até então colhidas deram ao chefe do Destacamento da
FEB a impressão de que somente ao Norte da linha geral Camaiore -
Monte Prano - V.Valimono - M.Acuto - M.Pruno seria possível um
choque com o inimigo.
Assim,
para cerrar o nosso dispositivo sobre a mencionada linha, a
localidade de Camaiore, engastada nas abas de um conjunto montanhoso,
despertava logo a atenção, por constituir sólida base para as
ações ulteriores.
O
avanço de oito quilômetros em nosso flanco esquerdo (ocidental),
para empolgar Camaiore, seguramente avivaria o ânimo ofensivo de
nossas tropas.
Decidiu,
portanto, o general Zenóbio, a 18 de setembro, ocupar, sem perda de
tempo, a cidade de Camaiore e deslocar o destacamento para o Norte,
com o objetivo de articulá-lo em frente às elevações que pareciam
caracterizar a orla exterior da posição defensiva inimiga.
E
a falada Linha Gótica da propaganda alemã feriu a memória de todos
quantos ali estavam. Era, ao que se dizia, a linha de defesa mais
poderosa que os alemães tinham organizado. Estendia-se do mar
Tirreno ao mar Adriático apoiando-se nos terríveis obstáculos das
montanhas apinianas.
Em
consequência, o chefe da Infantaria Expedicionária impulsionou
sobre aquela cidade um grupamento misto especial, comandado pelo
capitão Ernani Ayrosa, do I/6º R.I. Esse pequeno
grupamento partiu de Massarosa na manhã de 18 de setembro e, quando
estava bem próximo de Camaiore, encontrou uma ponte destruída, o
que impediu o prosseguimento da marcha nos tanques americanos.
Diante
disso, o capitão Ayrosa decidiu seguir com o restante do grupamento
para Camaiore, onde penetrou sob intenso fogo de artilharia e
morteiros.
A
cidade foi conquistada na jornada de 18 de setembro, sem maior
oposição, em vista de os alemães só terem mantido aí escassos
elementos de vigilância, que se retiraram à aproximação dos
elementos avançados do grupamento misto especial.
A
posse de Camaiore foi consolidada com o reforço da 7ª
Companhia/III/6º R.I. sob o comando do capitão Álvaro Felix,
rapidamente transportada em jipes e caminhões.
Remate
indispensável à manobra brasileira era a posse da transversal La
Rena - Fattoria (Camaiore - Lucca), visto como estabelecia e firmava
uma comunicação interior, de repercussão enorme nas ações
futuras.
Lançou-se,
em consequência, o Destacamento FEB, ainda na jornada de 18, à
conquista das elevações que dominam essa rodovia pelo lado Norte,
ou seja, a linha Meschino - Castelo - Migliano - Monssagrati –
Cuco.
Ao
fim da jornada, estava a citada transversal quase toda em poder das
tropas do Destacamento FEB, à exceção das alturas do flanco
oriental (direito), só alcançadas e dominadas no dia seguinte,
mediante o engajamento do Batalhão do major Abílio. Na noite de 19,
o contato fora tomado em toda a frente e a operação realizada no
flanco direito, durante o dia, assumiu o aspecto de um engajamento.
Com
as ações da jornada do dia 19 de setembro de 1944, conseguira o
destacamento cerrar sobre os postos avançados da famosa Linha
Gótica. Apoiavam-se esses postos nas alturas de Monte Prano,
Valimono, Acuto e Pruno, e cota 540. E as informações colhidas,
decorrentes da cerrada ação de contato, revigoraram a impressão de
que o inimigo poderia oferecer forte resistência em posições
adrede preparadas e conhecidas sob a designação de Linha Gótica.
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A Cobra Fumou
/ 2002
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