fonte da imagem: http://www.circlecinema.com/archive/the-battle-of-okinawa-wwii-70th-year-remembrance-series
abril – junho 1945
Batalha de Okinawa
A ilha de Okinawa é o penúltimo alvo dos Aliados antes
da Invasão do próprio Japão. A marinha japonesa
realiza uma tentativa desesperada de salvá-la
No início de 1º de abril de 1945, o 10º Exército dos EUA, comandado pelo Tenente-General Simon Buckner, começou a desembarcar na ilha de Okinawa – a principal ilha do grupo Ryukyu, com 106 km de comprimento e entre 4,8 e 16,1 km de diâmetro. A operação foi o maior ataque anfíbio realizado no Pacífico e envolveu quase 550.000 homens, incluindo 180.000 soldados de combate.
Ataques de porta-aviões contra campos aéreos japoneses em Kyushu em meados de março deixaram as instalações em ruínas e destruíram cerca de 500 aeronaves, assegurando, assim, pouca interferência nos desembarques. Apenas uma leve oposição enfrentou as forças dos EUA nos primeiros dias, a localização da guarnição japonesa permanecendo um mistério até o dia 5 de abril, quando ficou claro que a parte sul de Okinawa tinha sido fortificada. Escondidos em uma formidável rede de abrigos e trincheiras, estavam cerca de 85.000 soldados japoneses comandados pelo Tenente-General Mitsuru Ushijima. Parte da força era composta por recrutas novos, mas os principais membros eram a veterana 62ª Divisão, trazida de volta da China.
Força de Ataque Especial
A batalha de infantaria por Okinawa mal tinha começado quando a Marinha Imperial Japonesa lançou sua maior operação da guerra, uma missão camicase [Kamikaze] em grande escala, envolvendo o magnífico couraçado Yamato. Aproveitando o título de 'Força de Ataque Marinha Especial', o Yamato, um cruzador e uma força de destróieres foram destacados em uma viagem sem volta para Okinawa, onde deveriam prejudicar os americanos o máximo possível antes de sua inevitável destruição.
Yamato era o maior e mais poderoso couraçado de todos os tempos, com quase 70.000 toneladas quando completamente carregado, com tripulação de 2.500 oficiais e armado com nove armas de 460 mm com alcance de 41.150m e mais de 150 armas para a artilharia antiaérea. Voando com a bandeira do Vice-Almirante Ito, ele partiu em 6 de abril, acompanhado pelo cruzador leve Yahagi e oito destróieres. Os submarinos dos EUA avistaram o monstro quando ele passava por Kyushu, antes de entrar no mar da China Meridional. Aeronaves de reconhecimento localizaram o navio de novo na manhã de 7 de abril, e 380 aviões foram enviados da Força-Tarefa [Task Force] 58. Nuvens baixas e chuva se mostraram uma inconveniência para os aviões, mas Yamato não tinha cobertura de caças e os bombardeiros conseguiram realizar o ataque sem interrupções.
O couraçado gigante recebeu seus atacantes com a artilharia antiaérea e manobras ousadas para lutar por sua vida. Os aviões dos EUA cercaram o monstruoso navio, acertando tiro após tiro, mas o Yamato absorvia as balas sem qualquer efeito aparente. Gradualmente, no entanto, ele começou a ir mais devagar e o volume do fogo lançado contra os bombardeiros diminuiu notavelmente; enquanto isso, sua pequena escolta tinha perdido qualquer traço de formação: quatro dos destróieres foram afundados e Yahagi afundou às 14h. Meia hora depois, as tentativas desesperadas de contra-ataque não conseguiram mais adiar o fim, e Yamato tombou e afundou. O navio explodiu e uma coluna alta de fumaça de 320 km marcou o túmulo de um poderoso navio e quase toda sua tripulação.
O fracasso heróico dessa última tentativa foi seguido por uma selvagem série de ataques aéreos de camicases contra os navios dos EUA, enquanto os soldados de Ushijima teimosamente lutavam por cada metro de sua ilha. Em 19 de abril, Buckner orquestrou um ataque concentrado para causar um buraco nas defesas japonesas, mas o ataque falhou, com quase 1.000 baixas. Pelo resto do mês e em maio, o 10º Exército se bateu contra a linha 'Shuri' em uma rotina de bombardeios colossais seguidos por ataques desesperados contra bloqueios e abrigos bem localizados e fanaticamente defendidos.
[…]
Ritual Suicida
O 10º Exército avançou para o último estágio da batalha e assumiu a missão de atacar as posições japonesas. Finalmente, em 17 de junho, a guarnição japonesa foi dividida em três bolsões cercados, não mais capazes de uma defesa coerente, e alguns dos recrutas mais novos começaram a se render. Buckner transmitiu uma mensagem para Ushijima pedindo para que ele parasse a luta e salvasse a vida dos soldados sobreviventes, já que o fim era inevitável.
Ironicamente, o próprio Buckner foi morto no dia seguinte quando uma bomba japonesas explodiu e o atingiu com lascas letais de coral enquanto ele inspecionava o 8º pelotão de fuzileiros. Ushijima só viveu uma semana a mais do que ele, pois cometeu um ritual suicida com seu chefe de equipe depois de mandar um último relatório para Tóquio. “Nossa estratégia e equipamentos foram usados ao máximo e nós lutamos bravamente... mas ainda não foi nada perto do poder material do nosso inimigo”. Sua afirmação estava perfeitamente correta: o Japão estava condenado.
pp. 246-247
fonte: BISHOP, Chris & McNAB, Chris. II Guerra Mundial. Vol. 3: A Guerra no Pacífico. 1942 a 1945. trad. Tatiana Napoli. São Paulo: Escala, 2009.
mais info em
http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/okinawa-derradeira-batalha-435334.shtml
http://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_de_Okinawa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Yamato_%28coura%C3%A7ado%29
http://pt.wikipedia.org/wiki/Kamikaze
https://okinawabrasil.wordpress.com/2010/01/27/sobre-a-batalha-de-okinawa-a-historia-de-um-povo-a-banalizacao-do-mal-e-a-insustentavel-busca-pela-paz-numa-base-militar/
videos
https://www.youtube.com/watch?v=24Llp6K3XBE
https://www.youtube.com/watch?v=UXvtDi9a1Oc
https://www.youtube.com/watch?v=TwOMfzU7VBQ
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