quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Thomas Mann sobre a derrota alemã em Stalingrado




Discurso de Thomas Mann

BBC
Discursos contra Hitler


23 de fevereiro de 1943


Ouvintes alemães!


Um dia a história terá uma opinião dividida sobre o que é mais repugnante, as ações ou as palavras dos nazistas. Também será difícil decidir quando essa corja insultou mais a humanidade: quando mentia ou quando dizia a verdade. Em certas bocas até mesmo a verdade se torna mentira, um meio de enganar – e não se pode mentir de modo mais repugnante do que dizendo a verdade. Goebbels e os seus se regalaram recentemente no amor à verdade. A franca seriedade com que informaram o povo alemão do desastre na Rússia- que, sem dúvida, constitui um dos mais devastadores fracassos da história da guerra – foi monumental e impressionante. Não houve nenhuma tentativa de atenuar o horrível fim do cerco a Stalingrado – a não ser, talvez, a não-menção ao fato de Hitler ser o único responsável por essa catástrofe. Enquanto a notícia era transmitida, não se tocava no rádio o hino do Partido, a canção de Horst Wessel, que poderia cair mal, e sim 'Ich hatt' einen Kameraden' [Eu tive um companheiro]. Foi declarado luto de quatro dias, luto pelos crimes fracassados do regime nazista – um deboche do luto verdadeiro que atingiu o povo alemão com a perda sem sentido de 10 mil [sic] de seus filhos. Aquilo que podia render revolta, desespero e insubordinação foi enterrado com o luto. Vamos todos juntos ficar de luto, o líder e seus liderados, e cantar 'Ich hatt' einen Kameraden' !


O ressaibo repulsivo da veracidade resulta dos objetivos que se procurou alcançar com ela. Sua meta era, primeiro, utilizar o elementar patriotismo do povo para a salvação do regime, organizando suas últimas forças para uma mobilização em massa – de modo que o organizador tivesse menos a ver com os acontecimentos duvidosos dessa última convocação do que com a respectiva emoção diversionista. Segundo, a vitória dos russos e a derrota dos nazistas foram anunciadas com tanta franqueza e honestidade, e, no que foi possível, ainda exagerada, para amedrontar o mundo anglo-saxão com o 'perigo vermelho', com a invasão do continente europeu pelo bolchevismo. A mensagem confusa de Hitler mandou que fosse lida no décimo ano da tomada do poder [Machtergreifung em 1933] é cheia de advertências chantagistas desse tipo, cheia da retórica do voo de Rudolf Hess sobre o canal da Mancha, advertências feitas com a esperança teimosa de trazer para o seu lado a Inglaterra e os Estados Unidos contra a 'Ásia Central', ou seja, a Rússia. O Leste asiático, a saber, o Japão, seu aliado, é muito bom, mas a 'Ásia Central', a Rússia, que ele de maneira ousada e burra atacou, é o inimigo do mundo. Ele mesmo, Hitler, é a Europa fina, honrada, sensível, culta, mas a terra de Puchkin, Gogol e Tolstói é região dos hunos, cujas hordas se preparam para lançar o próspero continente de Hitler em uma 'barbárie inimaginável'.


É um embuste infeliz e não vai funcionar. Os nazistas querem dar a impressão de que sabem jogar segundo as regras sociais e Göring dispara uma alusão tão discreta quanto ele : 'Quando muito, faremos a paz com gentlemen, mas nunca com os soviéticos!' Será que eles ainda não sabem que qualquer acordo de paz será recusado? Que ninguém vai fazer a paz com eles, nem as democracias, nem o socialismo? [sic] Que a paz só virá depois deles? Quanto ao 'perigo vermelho', porém, ouçam o que disse Stálin em seu discurso de 6 de novembro de 1941: 'Nosso primeiro objetivo é libertar a terra russa e seus habitantes do jugo nazista. Não temos nem podemos ter como objetivo de guerra impor aos eslavos e outros povos subjugados da Europa nossa vontade ou nossa forma de governo.' E, através de seu embaixador Maisky, esclareceu: 'A União Soviética defende o direito de todas as nações à independência e à integridade de seu território … e também seu direito de construir uma ordem social e escolher uma forma de governo que lhe seja oportuna e necessária.' Em relação à Alemanha, no entanto, disse: 'Os Hitlers vêm e vão, mas o povo e o Estado alemão permanecem.' Ele tem certamente o desejo de punir aqueles que infligiram um sofrimento tão grande a seu país, mas nunca saiu de sua boca uma palavra de ameaça ou de desejo de destruição contra o povo alemão. Foi a Rússia que assaltou a Alemanha ou o contrário? Talvez não esteja longe o dia em que o povo alemão vai reconhecer a Rússia como um amigo sensato [sic].” pp. 129-132


nota: Horst Wessel, membro do Partido nazista, escreveu uma canção conhecida como 'Die Fahne hoch' (A bandeira hasteada) que foi praticamente o hino da Alemanha durante o Terceiro Reich, 'Ich hatt' einen Kameraden' é uma balada escrita por Ludwig Uhland em 1809 durante a Guerra Franco-Austríaca, cantada com a melodia da canção tradicional do século XVIII 'Ein schwarzbraunen Mädchen hat'nen Feldjäger lieb', que se tornou música quase obrigatória nas cerimônias militares. (NT)


Fonte: MANN, Thomas. Ouvintes Alemães! Discursos contra Hitler (1940-1945). trad. Antonio Carlos dos Santos e Renato Zwick. Rio de Janeiro: Zahar, 2009.


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seleção: LdeM

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Relações do Papado com o Nazismo - continua 4




foto: Nuncio Cesare Orsenigo and Foreign Minister Ribbentrop




Relações do Papado com o Nazismo – continuação 4


fonte: CORNWELL, John. O Papa de HitlerA História Secreta de Pio XII.


O objetivo de Pacelli era claro desde o início. Não haveria mais tentativas de censurar e advertir os nazistas e fascistas. A política de apaziguamento, que ele caracterizou numa frase que ressoaria ao longo dos anos de guerra – 'o papa está trabalhando pela paz' – haveria de dominar a imagem pública das iniciativas do Vaticano. […]

Elevado, pontifical, o sermão [ a primeira homilia oficial como papa, em 9 de abril (1939)], não se aventurou além de abstrações e chavões. Dois dias antes, na sexta-feira santa, Mussolini invadira a Albânia, numa manobra para fortalecer o poderio italiano e prevenir as ameaças potenciais alemãs aos Balcãs. Pacelli não emitiu uma única palavra de protesto ou apoio. Seria isto um sinal da mais rigorosa neutralidade?

Apenas uma semana depois, numa transmissão da Rádio Vaticano para os fiéis espanhóis, Pacelli revelou como podia ser faccioso ao enaltecer Franco. Num discurso para os bispos espanhóis, ele convocou-os para se unirem numa 'política de promoção da paz', de acordo com 'os princípios ensinados pela Igreja e proclamados com tanta nobreza pelo generalíssimo: ou seja, justiça para o crime e benevolente generosidade para aqueles que foram induzidos ao erro'. Ele acrescentou, falando como 'um Pai', que tinha pena dos que foram 'desencaminhados por uma propaganda mentirosa e distorcida'. Duas semanas antes, ele enviara um telegrama de congratulações a Franco pela 'vitória católica' da Espanha. Fora uma vitória que custara meio milhão de vidas e ainda custaria muito mais.” pp. 253-54


Vésperas da Segunda Grande Guerra

A Inglaterra e a França avaliaram a sugestão de Pacelli para uma conferência de paz, durante a primeira semana de maio de 1939. apesar do sigilo do projeto, informações a respeito começaram a surgir na imprensa de paris, de Londres e até de um lugar tão distante quanto a nova Zelândia. Abruptamente, no dia 10 de maio, Pacelli retirou-se das negociações e o plano foi abandonado . A secretaria de Estado explicou o afastamento do papa aos núncios com a alegação de que não havia mais qualquer perigo de guerra. Segundo o historiador Owen Chadwick, foi Mussolini quem fez naufragar a ideia de uma conferência de paz, porque não queri encarar a França – com a qual o Duce tinha desavenças por causa de disputas territoriais na África do Norte – na presença da Inglaterra, Alemanha e Polônia. Em vez disso, Mussolini juntou-se a Ribbentrop na declaração de que as tensões internacionais haviam sido reduzidas. Em 7 de maio, os dois discutiram as preliminares para o 'Pacto de Aço', unindo a Itália e Alemanha para um beligerância conjunta. O acordo foi assinado em Berlim, em 22 de maio.

Ainda assim, Pacelli não desistiu do apaziguamento. Embora bastante abalado pelo pacto entre Mussolini e Hitler, em 4 de junho ele informou a Osborne, o ministro britânico no Vaticano, que estava disposto a agir sozinho como mediador para superar as divergências entre a Alemanha e a Polônia.” (pp. 259-60)


[...] No verão, os rumores de que Pacelli pressionaria os poloneses a fazerem concessões à Alemanha eram tão abundantes nos círculos diplomáticos europeus que Maglione [Luigi M., secretário de Estado da Santa Sé] sentiu-se compelido a divulgar uma negativa. […] Maglioni acrescentou que tinha garantias de que a Alemanha não atacaria a Polônia; sua única base para dizer isto, no entanto, era o próprio Hitler e o ministro do Exterior de Mussolini, conde Ciano.

E 22 de agosto, já era do conhecimento comum que a Alemanha estava prestes a assinar seu pacto com a Rússia: a guerra parecia inevitável. Poderia o papa, no último instante, usar sua influência e apelar para a razão? Sem dúvida, pensando no valor de propaganda, Halifax [ Lord H., diplomata britânico] assediou o papa, por meio de Osborne, a fazer uma pelo pelo rádio, condenando a violência e recomendando a paz. [...]” (p. 261)


Começa a Segunda Guerra Mundial

Em 1º de setembro de 1939 as tropas alemãs invadem a Polônia e ocupam o corredor polonês, a Pomerânia e a Silésia, e logo alcançam a capital Varsóvia. Em 17 de setembro são as tropas soviéticas que avançam e ocupam a parte leste.

A agonia da Polônia estava apenas começando. No final da guerra, além da transferência de populações inteiras, fome e repressão, cerca de seis milhões de pessoas morreriam ou sofreriam lesões físicas. Ao longo do mês de setembro, enquanto ponderava sobre as notícias assustadoras que chegavam da Polônia, com sua população de 35 milhões de almas, a maioria de católicos, Pacelli permaneceu em silêncio. O papa mantinha uma posição de neutralidade na esperança de poder exercer no futuro alguma influência como um supernegociador? Sentia-se preocupado com o impacto retaliatório que um protesto poderia provocar contra as populações católicas da Alemanha e da Polônia? Para os poloneses, não havia nada pior que Hitler pudesse lhes infligir. Para os britânicos e franceses , a falta de uma condenação categórica era desconcertante. O embaixador polonês no Vaticano sentia-se tão frustrado e tão determinado a fazer com que a Polônia usasse os serviços da Santa Fé para anunciar ao mundo o que acontecia em seu país, que persuadiu seu governo a enviar a Roma o primaz polonês, cardeal August Hlond. Ele chegou em 21 de setembro e foi recebido cordialmente por Pacelli. Mesmo assim, o pontífice recusou-se a falar em defesa da Polônia.” (p. 263)

[...] Dois dias depois, Pacelli recebeu um grupo de peregrinos poloneses, levados pelo cardeal Hlond. Falou com emoção, dizendo que previa a ressurreição do país, que se ergueria tal como Lázaro, que ressuscitara dos mortos.

Não era suficiente. Os peregrinos poloneses esperavam uma veemente condenação à Alemanha e à Rússia. Ficaram amargurados. Seu desapontamento ressoou clamoroso por Roma. [...” (p. 264)


Resistências contra o hitlerismo em expansão

Foi então que ocorreu algo extraordinário, no mais profundo sigilo, revelando que a motivação de Pacelli na maneira equívoca com que reagiu à agressão nazista na Polônia não era ditada nem por covardia nem por simpatia a Hitler. Em novembro de 1939, Pacelli envolveu-se, de uma forma central e perigosa, no que foi provavelmente a conspiração mais viável para depor Hitler durante a guerra. “ (p. 266)

Aqui o autor Cornwell se refere àqueles conspiradores que se celebrizaram em julho de 1944, com o Complô dos militares contra os líderes nazistas, com o desfecho da Operação Valquíria. Hans Oster e o general Ludwig Beck são citados. Os militares antinazistas solicitavam às potências ocidentais democráticas um apoio durante uma possível guerra civil quando a Alemanha seria uma nação vulnerável. Os alemães temiam um desmembramento da nação caso houvesse uma invasão franco-britânica. Pacelli pretendia agir junto aos líderes ocidentais no sentido de garantir uma 'paz honrosa'. Já em final de 1939 alguns envolvidos na conspiração conseguiam contatos entre agentes britânicos e membros do clero alemão.

As hesitações de Pacelli – ciente dos perigos de uma ação tão ousada – se estenderam até início de 1940, quando as tropas alemãs se preparavam para invadir a Escandinávia, e depois os Países Baixos (Holanda), Bélgica e França. Enquanto isso, o embaixador alemão nazista Ribbentrop fez uma visita ao Papa em Roma (11 de março) mais como uma forma de propaganda (a iludir os católicos alemães e desanimar o clero polonês). Pacelli precisaria se ariscar mais para apoiar os conspiradores – e evitar o avanço alemão para o ocidente europeu. Quando os fascistas italianos mostraram-se dispostos a entrarem na guerra, o papa tentou deter o Duce, elogiando sempre as 'iniciativas de paz'. Os fascistas 'linha dura' não hesitaram em reprimir a imprensa independente do Vaticano. Mussolini, então, ficou do lado dos alemães contra o papa.

Pacelli evitava irritar os nazi-fascistas e ao mesmo tempo desagradava os ocidentais democratas que esperavam condenações explícitas das brutalidades do Eixo em avanço nos campos de batalha e bombardeio de cidades. Ao irritar os fascistas, o papa passou a viver como um prisioneiro no Vaticano – incapaz de uma ação eficaz contra a guerra. Justo ele que se dizia um mensageiro da paz. A santa Sé estava sitiada, um território dentro do novo império italiano sonhado pelos fascistas. O que Pacelli mais temia era um bombardeio sobre a cidade de Roma – e assim a destruição de um patrimônio monumental insubstituível da 'Cidade Eterna' . “Para seus críticos, em outras palavras, ele [papa Pio XII] parecia pôr a preservação de Roma acima de todas as outras cidades da Europa enfrentando os horrores da blitzkrieg, deportações, torturas e até a Solução final. A questão do bombardeios de Roma, portanto, proporcionou credibilidade às acusações do silêncio culpado e da inércia de Pacelli em outros problemas durante a guerra.” (p. 277)

Pacelli fazia repetidos pedidos para que a 'cidade sagrada' de Roma fosse declarada 'cidade aberta', e os centros de governo e depósitos de armamentos dos exércitos fascistas fossem retirados da cidade. O que não resultou em sucesso. A guerra se prolongava e a qualquer momento a capital italiana poderia ser bombardeada por britânicos (e depois norte-americanos).

Nacionalistas croatas e o clero católico

Quando as forças alemãs invadiram os Balcãs – para apoiar os fascistas italianos em seus insucessos – os direitistas-racistas nacionalistas católicos do grupo croata Ustashe receberam apoio para a 'independência' da Croácia, iniciando para isso uma verdadeira campanha de 'limpeza étnica' contra os sérvios, os ortodoxos, os ciganos e judeus. As atrocidades croatas contra os sérvios foram estarrecedoras – assim como os crimes genocidas dos sérvios contra os bósnios e albaneses (entre 1992-1999), que revelam ódios étnicos ocultados durante o governo socialista de Tito (Josip Broz, 1892-1980).

Demoraria algum tempo para que a Santa Sé soubesse das atrocidades. Mas os detalhes do massacre dos sérvios e da virtual eliminação dos judeus e ciganos eram conhecidos desde o início pelo clero e pelo episcopado católico croata. Na verdade, o clero muitas vezes teve uma participação destacada.

A contagem final quase desafia a credibilidade. Pelos cálculos confiáveis mais recentes, 487.000 sérvios ortodoxos e 27.000 ciganos foram massacrados entre 1941 e 1945 no Estado Independente da Croácia. Além disso, cerca de 30.000 de uma população de 45.000 judeus foram mortos: de 20.000 a 25.000 nos campos de extermínio do Ustashe e outros 7.000 deportados para as câmaras de gás. Como foi possível que, apesar do relacionamento de poder autoritário entre o papado e a Igreja local – um relacionamento de poder que Pacelli se empenhara em consolidar - , não houvesse nenhuma tentativa do Vaticano para impedir as matanças, as conversões forçadas, a apropriação de bens ortodoxos? Como foi possível, quando as atrocidades se tornaram do conhecimento de todos no Vaticano, como vamos demonstrar, que Pacelli não dissociasse no mesmo instante a Santa Sé das ações do Ustashe, condenando os criminosos?” (pp. 285-86)

Cumplicidade do clero e do papado com os fascistas, os nazistas, os falangistas (Espanha), o Ustashe (Croácia) mostra um outro lado da pregação de 'amor ao próximo', esvaziada diante das atrocidades. Crimes de guerra dos quais foram acusados os bolcheviques (soviéticos) e os anarquistas, em grande campanha de anti-propaganda do Vaticano. É inegável que os crimes de esquerdistas foram repulsivos, mas os crimes dos direitistas e pró-direitistas (os nacionalistas) foram terríveis , chocantes, mas nunca realmente denunciados e repudiados pelo Papa que se alegava ser o 'apóstolo da paz'.


fonte: CORNWELL, John. O Papa de HitlerA História Secreta de Pio XII.

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Invasão da Albânia
07 abril 1939




o Pacto de Aço
22 maio 1939





Operação Valquíria
Atentado de 20 de julho de 1944




sobre as barbáries do Ustashe
(e o envolvimento do clero católico)



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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Retirada do Afrika Korps para a Tunísia




Retirada do Afrika Korps para a Tunísia

janeiro - fevereiro 1943


A Batalha do Passo de Kasserine


As forças anglo-norte-americanas desembarcadas na Argélia e Marrocos haviam penetrado em Tunis entre novembro e decembro de 1942, com a ideia de tomar o norte do país antes que as forças do Eixo conseguissem se estabelecer e antes que Rommel voltasse de sua expedição ao Egito. Depois de fracassar no intento, os Aliados dirigiram seus esforços a tentativa de cortar a retirada até Tunis que o exército alemão se havia obrigado a empreender desde seu desastre na Batalha de El Alamein, empurrado pelo exército britânico de Bernard Montgomery.
Em 23 de janeiro de 1943, o VIII Exército Britânico de Montgomery tomou Trípoli, a capital da Líbia italiana e principal base de suprimentos de Rommel. O marechal alemão já se queixara sobre esta possibilidade e havia estabelecido na cidade de Tunis sua base de suprimentos, com a ideia de usar a Linha Mareth no sudeste do país para bloquear os britânicos. Pelo oeste se encontrava a ameaça dos britânicos e norte-americanos, que em começo de 1943 haviam consolidado suas bases na Argelia e estendido suas forças ao longo da cordilheira de Atlas. Em recentes avanços as tropas aliadas haviam cruzado a cordilheira e estabelecido uma base de operações em Faid, ao pé das montanhas. O que deixou uma excelente posição para empurrar para a costa [do mar Mediterrâneo] as forças de Rommel no sul da Tunísia e cortar sua linha de suprimentos.”
fonte: Wikipedia (esp) (trad.: LdeM)


A retaguarda do Panzerarmee avançou para a Tunísia a 13 de fevereiro, lançando uma linha de pontos avançados para conter o 8º Exército [britânico] em Medenine. Pela área situada ao sul de Gafsa responsabilizou-se o 1º Exército italiano, com seu novo comandante, General Messe, cuja investidura no cargo não se deu imediatamente porque Rommel conseguiu adiar a sua partida. Do AK original restava apenas uma enfraquecida 15ª Divisão Panzer, embora as 90ª e 164ª Divisões alemãs sustentassem a grande quantidade de abaladas formações italianas que enchiam a Linha Mareth.


Ao norte de Gafsa, o 5º Exército Panzer do Coronel-General von Arnim estabilizara sua frente desde Faid, passando por Fondouk e Medjez el Bab, até o mar, perto do cabo Serrat. De acordo com seu temperamento, von Arnim planejava uma operação defensivo-ofensiva contra os americanos entre Faid e Gafsa para obter posições defensivas mais favoráveis. De importância secundária era a destruição de forças na área de Tebessa, embora ele considerasse improvável que suas duas divisões Panzer, a 10ª e 21º (ambas já bem fortes em número de blindados, porque a segunda havia recebido reforços bem rápidos), pudessem cumprir essa missão.


[…]


Arnim conseguiu mais ou menos o que queria e mandou seu representante – General Ziegler – comandar as 10ª e 21ª Panzer no avanço principal contra a 1ª Divisão Blindada dos EUA, através de Faid, até Sbeitla (iniciado a 14 de fevereiro de 1943), enquanto Rommel oferecia o chamado 'Grupo de Assalto Afrika Korps', sob o comando do General Buelowius, para operar contra Gafsa, em direção de Kasserine. Mas esse destacamento era tão fraco (seu elemento de ataque era formado de apenas 26 tanques Mark III e IV, do 8º Regimento Panzer, e de 23 M.13 italianos, da Divisão Centauro), que na realidade não passava de pouco mais de uma guarda de flanco para Ziegler. Mas sua diretiva propunha a exploração até Tebessa, assim que Ziegler pudesse transferir a 21ª Panzer depois de completada sua tarefa inicial. De qualquer modo, teoricamente Rommel havia alcançado a possibilidade de reunificar o Afrika Korps e desfechar profundo golpe estratégico.


Mas, nem Ziegler nem von Arnim conseguiam imitar o grande estilo de Rommel, em que pese à necessidade da obtenção de uma vitória, logo após o desastre de Stalingrado, para recuperar prestígio. Naturalmente, ninguém sequer sonhava pudesse a inexperiência os americanos permitir às duas Divisões Panzer, a 10ª e a 21ª, convergindo de duas direções, envolver a sua 1ª Divisão Blindada e inflingir-lhe derrota. Ao anoitecer do dia 17, dois terços da força americana haviam sido virtualmente eliminados, Ziegler estava às portas de Sbeitla e o 'Grupo de Assalto Afrika Korps', vendo que os americanos haviam recuado de Gafsa na noite do dia 14, partira para Thélepté em febril perseguição.


Esta vitória tática de imediato ofereceu a possibilidade de uma decisão estratégica. Com a força blindada americana destruída e com os blindados britânicos do 1º Exército em processo de renovação com tanques Sherman, só forças esparsas poderiam interferir numa incursão concentrada e profunda na retaguarda, passando por Tebessa, talvez indo bem para o norte, até a importante base de apoio em Bone. Tampouco o 8º Exército britânico podia intervir a tempo, pois o porto de Trípoli não fora totalmente recuperado e as forças leves que estavam em Medenine careciam de efetivos ou de provisões suficientes para uma ofensiva, embora Montgomery tentasse tudo o que podia para simulá-la.


Se os alemães tivessem criado, nesta oportunidade, um comando unificado, o AK, com a 21ª Panzer novamente junto dele – e talvez também com a 10ª Panzer – poderia ter arrastado tudo à sua frente. O fato de não tê-lo feito foi resultado da estreiteza do ponto de vista, em grande parte defensivo, de von Arnim, do confuso trato tático de Ziegler e da falta de consideração por Rommel, da parte do Comando-Supremo. Concentrando-se unicamente na operação original de destruição de forças inimigas, von Arnim disse a Ziegler que destruísse os depósitos Aliados em Sbeitla e depois desfechasse um golpe mais ao norte, por Fondouk – levando a 21ª Panzer para uma luta renhida em Sbeitla e mandando a 10ª Panzer num empreendimento absurdo, pois os Aliados já se haviam retirado de Fondouk.
[…]


O antigo ajudante-de-ordens de Rommel, Tenente Schmidt, certa feita declarou que Rommel não era nem gênio nem super-homem – mas era dotado de grande imaginação e profunda compreensão da capacidade do Afrika Korps. Infelizmente para ele, sua percepção não-convencional e mais ampla assombrava amigos e inimigos, e de Halder a Kesselring e de Wavell a Alexander, todos se viam aturdidos com os golpes de Rommel. […]


Naturalmente, ninguém pode dizer qual tria sido o impacto do plano maior de Rommel, se ele tivesse conseguido o que queria e levado sua velha 21ª Panzer juntamente com o 'Grupo de Assalto Afrika Korps', apoiados pela 10ª Panzer. Possivelmente, o efeito psicológico sobre o exército anglo-americano teria sido decisivo : também é possível que eles se vissem obrigados a recuar para a Argélia – caso em que suas perdas em material seriam enormes.”
pp. 129; 132


fonte: MACKSEY, Kenneth. Afrika Korps - Rommel no deserto. Rio de Janeiro: Renes, 1974.


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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Rendição do VI Exército cercado em Stalingrado




Contra-ataque soviético cerca as tropas alemãs


Em quatro dias [19 a 23 de novembro], os russos haviam fechado o anel em torno do IV Panzerarmee e do VI Exército, com um total de vinte e duas divisões e cerca de trezentos e trinta mil homens. Zhukov e outros membros da Stavka, receando que forças do Eixo tentassem abrir caminho e saíssem da armadilha, decidiram que a frente externa fosse aumentada em mais cento e cinquenta quilômetros, a fim de impedir qualquer medida do Alto Comando alemão tendente a socorrer as forças sitiadas.


Von Paulus [marechal alemão] recebeu ordens estritas no sentido de permanecer onde estava e lutar, enquanto o Alto Comando alemão planejava o socorro ao VI Exército. O Marechal von Manstein, a quem foi dada a incumbência, declarou que, naqueles dias críticos do final de novembro, os russos poderiam ter destruído completamente o VI Exército e o Grupo A de Exércitos, mediante rápida investida ao longo do baixo Don, em Rostov.
[...]


A ‘Operação Koltso’ (Cerco) foi proposta à Stavka a 9 de dezembro e dois dias depois foram seus membros informados, inclusive Zhukov, que o plano havia sido reelaborado e expedida nova diretiva. A primeira fase da operação se constituiria numa investida na direção de Basargino e Voroponovo, objetivando destruir os grupos meridional e ocidental alemães. A fase seguinte seria o assalto geral a oeste e noroeste de Stalingrado, a ser executado pelas Frentes do Don e de Stalingrado. O início da operação seria anunciado ao comando através de uma ligação telefônica e esperava-se que a primeira fase estivesse completa por volta de 23 de dezembro, o mais tardar.
[...]


Quando a investida de Mannstein [iniciada em 12 de dezembro] foi obrigada a paralisar-se, ele e von Paulus viram um consolo no fato de as tropas alemãs que se encontravam sitiadas estarem servindo a um fim útil, isto é, atando ao terreno enorme massa de forças soviéticas. A ponte aérea prometida por Hermann Göring, que se adequadamente coordenada poderia abastecer a área até a primavera de 1943 – quando, ao que se imaginava, seria novamente conquistada pelos alemães – estava fracassando. A promessa de Göring de enviar 500 toneladas diárias de alimentos, combustíveis e munições revelou-se otimista em excesso. Com efeito, em fins de dezembro, pouco mais de uma centena de toneladas estava sendo entregue diariamente. Já em meados de dezembro, as tropas, famintas, começavam a matar os cavalos das divisões romenas, a fim de conseguir alimento.


A ‘Operação Koltso’ ganhou novo ímpeto e os russos mais e mais passaram a apertar o laço em torno das sitiadas forças alemãs. Com a conquista do aeródromo de Gumrak, o último elo de ligação dos sitiados com o mundo exterior deixou de existir. O inverno estava, também, cobrando dividendos muito elevados e, para aumentar a agonia das forças sitiadas, irrompeu no seio delas uma epidemia de tifo. Assim mesmo, von Paulus rejeitou, a 8 de janeiro, um ultimato para que se rendesse, e a 22 desse mês o Exército Vermelho já havia empurrado os alemães para os arrabaldes da cidade, encurralando o VI Exército numa fatia de terreno de forma oval, com pouco mais de 16 quilômetros de comprimento e 10 de largura, submetida a constante bombardeio por parte da artilharia e da aviação.


Várias unidades alemãs começaram a render-se, e no dia 31 de janeiro o Exército Vermelho deu início à investida final, convergindo, de todas as direções, para o centro de Stalingrado. No curso dessa operação, o Marechal von Paulus foi feito prisioneiro, juntamente com todo seu Estado-Maior. Enviado ao Q-G de Rokossovsky, von Paulus, alto, ereto, ainda mantendo toda a dignidade, perfilou-se, em posição de sentido, diante do marechal soviético. Ao lhe ser oferecida uma xícara de chá, aceitou, agradecido. Durante a conversa que se seguiu, von Paulus expressou a esperança de que os russos não o obrigassem a responder a perguntas que pudessem implicar quebra de juramento militar e seus captores prometeram que não o fariam. Rokossovsky solicitou-lhe, então, que ordenasse a suas tropas que cessassem a luta – sua desesperada resistência – mas von Paulus retrucou, dizendo que, como prisioneiro de guerra, não estava mais em condições de expedir ordens. Foi, então, conduzido para o confinamento; a guerra, para ele, havia terminado.


Na manhã de 1º de fevereiro, os soviéticos arrasaram as derradeiras posições inimigas. “De meu posto de observação”, recordaria, depois, Rokossovsky, “vimos um mar de obuses cobrir toda a área de luta. Nossos aviões, por sua vez, despejaram, também, um tapete de bombas sobre as últimas defesas alemãs. O canhoneiro durou algum tempo e, quando terminou, vimos inúmeras bandeiras brancas surgir em meio à terra revolta. Apareciam espontaneamente, contra o desejo do comando alemão, e embora em alguns lugares houvesse rendição, em outros, a luta prosseguia. Somente no dia seguinte, 2 de fevereiro, é que os remanescentes do VI Exército passaram a render-se em massa e a batalha de Stalingrado terminou de fato”.


Mais de noventa mil homens foram feitos prisioneiros, inclusive um marechal-de-campo e vinte e quatro generais. Muitos deles jamais voltariam à Alemanha.
[...]


Quando a batalha de Stalingrado terminou, Zhukov foi condecorado com a “Ordem de Suvorov”, de Primeira Classe. Outros comandantes receberam condecorações de menor importância. A 18 de janeiro de 1943, Zhukov foi elevado ao posto de Marechal da União Soviética – o primeiro dos grandes comandantes soviéticos da Segunda Guerra Mundial a receber tal honraria.”
pp. 107-110


Fonte: CHANEY Jr, Otto Preston. Zhukov – Marechal da União Soviética. Rio de Janeiro: Renes, 1976




A Rendição do VI Exército


Em 16 de janeiro, logo após a captura de Pitomnik, o quartel-general do Sexto Exército enviou um comunicado por sinal, queixando-se de que a Luftwaffe estava lançando suprimentos apenas com para-quedas.” p. 414


Sempre que os aviões da Luftwaffe decolavam e partiam, os homens erguiam os olhos ansiosos, e continuavam fitando o céu até bem depois de o minúsculo ponto desaparecer. “Com o coração oprimido”, escreveu um soldado, “acompanhávamos com o olhar o avião alemão e pensávamos em como seria maravilhoso ir embora, sair daquele inferno em que tínhamos sido abandonados.” Após a captura do campo de aviação de Gumrak no início da manhã de 22 de janeiro, só um punhado de aviões conseguira aterrissar na pequena faixa de pouso de Stalingradski. A ‘ponte aérea’, e assim a última linha de fuga, desmantelara.” p. 425


A retirada da estepe, enquanto o Kessel [bolsão] era esmagado pelos exércitos de Rokossovski, elevou o número de alemães apinhados na cidade arruinada para 100 mil homens. Muitos, embora não a maioria, sofriam de disenteria, icterícia e outras doenças, as faces tingidas de um amarelo esverdeado.”


[...]


Regimento e divisões ficaram totalmente sem propósito. A 14ª Divisão de panzers tinha menos de oitenta homens ainda em condições de combater. Mal restara um único tanque ou arma pesada com munição. Numa situação tão desesperadora como essa, a disciplina começava a desintegrar-se. A resistência continuava em grande parte por medo de vingança russa após a recusa de render-se de Paulus.” / pp. 427-28


A redução do bolsão sul continuava a toda velocidade. Em 30 de janeiro, tropas soviéticas haviam penetrado no centro mesmo da cidade. Nos porões, onde as concentrações de alemães se abrigavam do frio e do fogo de artilharia, predominava um clima de desespero e assustadora antecipação.”


[...]


Muitos homens ficaram desequilibrados pela tensão dos combates ou alucinações por grave desnutrição. Os porões enchiam-se de homens urrando em delírio.” / p. 433


A Rendição
O marechal-de-campo Paulus, acompanhado pelo tenente Lev Beziminski do serviço secreto do Exército Vermelho, foi levado do quartel-general do 64º Exército, no carro do seu próprio estado-maior, ao quartel-general da frente do Don, na periferia de Zavarikino, a uns oitenta quilômetros de Stalingrado. Schmidt e Adam acompanhavam-nos escoltados em outra viatura. Conduziram-nos aos alojamentos, outra izba [cabana rural] de cinco paredes. Um destacamento da guarda permanente, sob o tenente C. M. Bogomolov, aguardava-os. Os outros 'generais de Stalingrado' foram levados para um izba próxima, onde eram vigiados pelo tenente Spektor e um pelotão.
Bogomolov e seus homens, com entusiástica consciência do momento histórico, olhavam fascinados os seus prisioneiros. O alto Paulus teve de abaixar-se ao entrar. Seguindo o exemplo de Adam, abandonara o quepe por um gorro de pele ushanka. Ainda usava o uniforme de general. Paulus foi seguido pelo general Schmidt e o coronel Adam, que impressionou os guardas com seu 'ótimo domínio do russo'. O soldado motorista de Paulus chegou por último carregando suas pesadas malas. O Mercedes do estado-maior foi logo apropriado pelo general W. I. Kazakow, o comandante de artilharia do front.


[..]


O clima estava tenso na izba de Voronov quando o importante 'convidado' chegou. O alto, magro, curvado Paulus oferecia uma figura cinzenta, com seu uniforme 'cor de camundongo' e o rosto pálido de tensão nervosa. Os cabelos estavam ficando grisalhos, e até a incipiente barba estava preta e branca. [...]”
pp439-42


Os comandante soviéticos exigem que Paulus envie um comunicado às tropas do VI Exército para que deixem de resistências e finalmente aceitem a rendição, afinal o próprio comandante acabara de se render. Paulus hesita e recusa. Os soviéticos ameaçam, ou falam de um 'ato humanitário', pois Paulus poderia evitar o massacre dos soldados alemães.


Hitler soube das notícias na fortemente guardada Wolfsschanze embrenhada na floresta da Prússia Oriental, lugar certa vez descrito pelo general Jodl como um misto de mosteiro com campo de concentração. Não deu um soco na mesa desta vez, mas baixou os olhos em silêncio para a sopa.


A voz e a raiva retornaram no dia seguinte. O marechal-de-campo Keitel e os generais Jeschonnek, Jodl e Zeiztler foram todos convocados para a conferência de meio-dia do Führer.


-Eles se renderam lá formal e absolutamente – disse Hitler, com irada descrença. - Senão, teriam cerrado fileiras, formado uma defesa com obstáculos de arame farpado e atirado em si mesmos com a última bala. Quando penso que uma mulher tem o orgulho de sair, trancar-se e logo se matar só porque ouviu algumas observações ofensivas, não posso ter o menor respeito por um soldado que tem medo disso e prefere ir para o cativeiro.


[…]


Hitler continuou voltando repetidas vezes ao fiasco de Paulus por não haver se suicidado. Sem a menor dúvida, aquilo manchara inteiramente o mito de Stalingrado em sua imaginação.” / p. 444


A manhã de 2 de fevereiro começou com um denso nevoeiro, depois disperso pelo sol e um vento de açoite, levantando a neve pulverizada. A notícia da rendição final espalhou-se pelo 62º Exército, foguetes de sinalização foram disparados céu adentro numa exibição de improviso. Os marinheiros da flotilha do Volga e os soldados da margem esquerda atravessaram o gelo com formas de pão e latas de comida para os civis que haviam ficado encurralados durante cinco meses em porões e buracos.


Grupos e indivíduos circulando nas redondezas abraçavam maravilhados os que encontravam. As vozes saíam abrandadas no ar glacial. Não faltavam pessoas na paisagem descolorida de ruínas, mas a cidade parecia deserta e vazia. É improvável que o fim tenha sido inesperado, ou mesmo repentino, mas os defensores russos achavam difícil acreditar que terminara a batalha de Stalingrado. Quando pensavam nela e lembravam os mortos, sua própria sobrevivência os espantava. De cada divisão enviada pelo Volga, não mais que uma centena de homens sobreviveu. Em toda a campanha de Stalingrado, o Exército Vermelho sofrera 1 milhão e 100 mil baixas, das quais 485.751 haviam sido fatais.” / pp. 447-48

Fonte: BEEVOR, Antony. Stalingrado – O Cerco Fatal. Rio de Janeiro: Record, 2005.


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